Amúnimúyè (Centratherum punctatum)Balainho-de-velho, perpétua-roxa, perpétua-do-mato (REPOSTAGEM 10/01/12)

Posted by on 4 de julho de 2015

Conta a lenda que “Oxóssi, o grande caçador e rei da nação Ketu, foi avisado do perigo que corria ao percorrer todos os dias os domínios de Ossain. Este orixá, dono das “folhas” costumava prender junto a si aqueles que se aventuravam em suas matas. Certo dia, deu-se o encontro e Oxóssi bebeu da poção que Ossain lhe ofereceu, permanecendo junto a ele sem consciência de quem era, esquecendo sua família e seus afazeres. Havia tomado amúnimúyè, a “folha do esquecimento” ou “a que tira a consciência”” (PESSOA DE BARROS, 1994).

 

Balainho de velho (amúnimúyè)

A folha que nos referimos é conhecida nas casas de Candomblé como amúnimúyè, que significa “aquela que se apossa de uma pessoa e de sua inteligência”. Devido a suas propriedades mágicas é considerada importantíssima nos rituais de iniciação, onde, associada a outros componentes, irá facilitar o transe e permitir que o orixá se aproxime de seu filho. Embora esteja ligada ao transe, é considerada uma folha eró e não gún. Seu principal aspecto é masculino e seu elemento é o ar.

No Brasil o amúnimúyè é também conhecido pelos nomes balainho-de-velho, perpétua-roxa ou perpétua-do-mato. Em terras tupiniquins, a espécie original (Senecio abyssinicus) foi substituída pelo Centratherum punctatum, ambas pertencentes à família botânica Compositae, segundo nos informa Eduardo Abiodun.

 

 

 

Centratherum punctatum (Jardim Botânico do Rio de Janeiro)

Estudos das folhas de balainho-de-velho, baseados em análises fitoquímicas, revelaram a presença de, pelo menos 49 componentes, entre flavonóides, taninos e glicosídeos, dos quais os flavonóides apresentaram comprovada atividade antibacteriana. Outras substâncias abundantes nesses extratos vegetais foram os sesquiterpenos, presentes em diversos óleos essenciais. Além da ação antimicrobiana, o extrato de balainho-de-velho também apresentaria propriedades antioxidantes.

 

 

 

 

 

 

Senecio abyssinicus

Um fato interessante dessa planta é que ela se destaca como uma das principais flores visitadas pelas abelhas da espécie Apis mellifera, sendo excelente fornecedora de néctar, ajudando assim no aumento da produção de mel. Segundo é bem conhecido por todos no Candomblé, o mel é uma das principais kizilas (ewó/interdito) de Oxóssi.. Dizem que quando ele come mel, fica completamente perdido, sendo facilmente dominado.. Igual a Barú quando come ilá (quiabo).. Lembram da lenda que contamos? Ossain não era bobo e sempre carregava amúnimúyè em sua grande cabaça (igbá) do mistério.

TEXTO ESCRITO POR JONATAS GUNFAREMIM (PLÁGIO É CRIME- CITE A REFERÊNCIA)queima de 48

 

SAIBA MAIS LENDO:

PESSOA DE BARROS, J. F. . Aspectos Simbólicos da Possessão Afro-Americana. In: Maria Teresa Toríbio Brittes Lemos; José Flávio Pessoa de Barros. (Org.). Reflexões sobre José Marti. Rio de Janeiro: PROEALC / CCS / UERJ, 1994, v. 1, p. 25-38.

Composition of the Leaf Oil of Centratherum punctatum Cass. Growing in Nigeria. ISIAKA A. OGUNWANDE ET AL.

Journal of Essential Oil Research/497 Vol. 17, September/October 2005.

Leaf extract of Centratherum punctatum exhibits antimicrobial, antioxidant and anti proliferative properties. NAVEEN KUMAR PAWAR & NEELAKANTAN ARUMUGAM

Asian Journal Pharm Clin Res, Vol 4, Issue 3, 2011.

TEXTO ESCRITO POR  JONATAS GUNFAREMIM

 

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

*