Candomblé e Meio Ambiente (REPOSTAGEM-29/09/2009)

Posted by on 11 de outubro de 2016

Com o crescimento da nossa religião e o surgimento de novas casas de candomblé e umbanda a utilização das áreas verdes remanescente se reflete muitas vezes em um problema ambiental, o dilema está em como continuar utilizando esses espaços sem aumentar ainda mais a sua degradação.

Nessa hora devemos recorrer ao conhecimento deixado por nossos mais velhos, e também ao bom censo. Antes de sair de sua casa se pergunte: Será que essa oferenda não pode ser depositada junto ao igbá do orixá que se quer agradar, no próprio Ilé Asé? Alguns filhos ou clientes podem não possuir um assentamento individual, nesse momento deve-se relembrar o conceito que os nossos ancestrais africanos tinham de EGBÉ, ou seja comunidade. Para eles a energia era entendida de forma coletiva, ou seja “um por todos e todos por um”. Exemplificando, quando o Ogun da casa (do Egbé) era cultuado o axé desse orixá seria dividido para todos os membros da comunidade.

Esse conceito é bem interessante, uma vez que diminui os custos financeiros e ambientais, e consequentemente a quantidade de resíduos produzidos é bem menor. Por outro lado o asé, quando compartilhado, tende a ser bem maior pois a união nos torna muito mais fortes.
Caso Ifá (o jogo) determine que a oferenda PRECISA ser levada para fora do Ilé Asé devemos tomar os cuidados necessários para que ao final da obrigação o meio ambiente esteja o mínimo degrado possível. Assim evite deixar garrafas, copos e vasilhas. Esú adora um otin (bebida), entretanto a garrafa não precisa permanecer no local. Osun adora espelhos e pentes, mas será que ela iria ficar feliz em ver o seu rio todo poluído, com os seus peixes morrendo contaminados? PENSE e REFLITA! Os elementos utilizados nos ebós sempre (ou quase sempre) poderão ser substituídos por outros menos impactantes ao meio ambiente.

 

Podemos fazer muito para contribuir com a preservação do Meio Ambiente, mesmo em atitudes muito simples, como cultivo de algumas plantas em nossa casa. Tradicionalmente algumas ervas só podem ser retiradas para o culto, quando as mesmas crescem espontaneamente. Entretanto nada impede que você tenha um pé de odundun (folha da costa), um peregún(pau-dágua) ou um igi opé (dendezeiro). Dentro desse aspecto é importantíssimo que preservemos as nossas árvores sagradas dentro de nossas casas de culto. São elas que servirão de morada para diversos espíritos (iwin e abikú), assim como orixás (Apaoká Iroko) e Voduns (Atin sá). Quando uma planta cresce ela retira gás carbônico da atmosfera, isso reduz o aquecimento do planeta. Vamos plantar mais árvores, principalmente as nativas da nossa região. Toda folha tem uma aplicação, todas elas têm um(a) dono(a), é só descobrir. ERÚ EJÉ! ASSA!

Omi ro ara wa ara wa omi ro..

TEXTO ESCRITO POR JONATAS GUNFAREMIM (PLÁGIO É CRIME-CITE A REFERÊNCIA)

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