FOLHAS NO CANDOMBLÉ: MEDICINA TRADICIONAL AFRICANA E CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS EM DIÁLOGO COM OS POVOS DE TERREIRO DE ORIGEM YORUBÁ

Aula (virtual), sobre a minha Tese de Doutorado, que apresentei  para a Turma do Programa de Residência Multiprofissional em Saúde da Família do Campo da Universidade de Pernambuco,  que opera uma formação a nível de especialização. Os mesmos  atuam profissionalmente nos Quilombos rurais de Caluête (Garanhuns-PE) e Serra Verde (Caruaru-PE).

ASSISTAM CLICANDO NO LINK: https://api.videoconferencia.pe.gov.br/playback/presentation/2.0/playback.html?meetingId=47e9ca217f9ddca27c1b6c0b7fb77ca50744fc18-1595670168946

 

Email para contato: posseidonetuno@hotmail.com

Jonatas Gunfaremim: (21) 99755-1157clique aqui

 

PROJETO FARMÁCIA VIVA: CULTIVANDO SAÚDE

No município de Vitória de Santo Antão e região foi observada carência de orientação a comunidade sobre o uso de plantas medicinais, assim como ausência de um serviço que disponibilize o acesso desta população a opções de tratamento, como a fitoterapia. O programa Farmácia Viva: Cultivando Saúde, consiste na reunião de Projetos de Extensão da Universidade Federal de Pernambuco, Centro Acadêmico de Vitória cujo objetivo é a implementação de uma Farmácia Viva no Município de Vitória de Santo Antão – PE. O presente programa visa, em parceria com o IPA, construir canteiros de plantas medicinais e condimentares (nativas e não-nativas). Nesta etapa enfatiza-se a importância da troca de experiências com populares visando adequar a Farmácia Viva a realidade da população local. Uma outra ação do programa será a Farmácia Viva Itinerante, que envolve a organização de oficinas nas Unidades Básicas de Saúde/Programas de Saúde da Família (UBS/PSF) e Escolas do Estado e Município com o intuito de orientar o cultivo e manipulação corretos de espécies medicinais e condimentares. A consolidação da Farmácia de Manipulação será também um passo decisivo para a interação Universidade/Comunidade, exercendo um serviço comunitário e técnico-científico de modo permanente.

FONTE: http://sigproj1.mec.gov.br/apoiados.php?projeto_id=27797

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IROKO – É TEMPO DE XIRÊ. (UNIDOS DE PADRE MIGUEL-2021)

Iroko Kisselé! Eró Iroko Issó, Eró!

 

No princípio, havia eternidade.

E, na eternidade, tempo ainda era silêncio.

Dança antiga da criação, o Aiyê fez-se nos mistérios do Axé.

O tempo começava a falar.

Plantou-se a primeira árvore, Iroko, Iggi Olórum, e ele passou a escutar a voz do tempo. Genitor do sagrado, raízes para o alto e para baixo, Aiyê e Orun ligados.

Orixá da Árvore, Árvore Orixá – e os outros Orixás por ele descendo ao Aiyê!

Árvore-Orixá dos mistérios, raízes ancestrais no fundo da terra e também bailando ao vento pelos céus.

Orixá-Árvore do infinito, do início e do fim, mestre de todas as Árvores, e todos os Osa Iggi curvam-se à sua existência.

Árvore da vida do que é, do que foi, do que virá a ser, e a vida seguindo sendo vida.

Irmão de Ajé, a feiticeira mãe de um passarinho, e de Ogboí, a mulher com dez filhos, é a Árvore das mulheres-pássaros iamis, semeadoras rígidas das respostas aos pedidos. Germinou como lar e guardião da ancestralidade, enquanto ele reside mesmo é no tempo, sem amarras, nem clausuras. Quando os oluôs pediram para Iroko fazer parte do Axé, não quis ele casa alguma: viveria livre junto ao Povo de Santo, junto a todas as Nações.

No balanço do tempo, Iroko acolhe os temores e consola as aflições. Justiceiro, Iroko dá, Iroko tira. Engole os devedores. Corrige as desfeitas. É clemente com os arrependimentos. Conforta suas iaôs…

 

…E guarda a natureza!

Foram os Orixás ao encontro de Iroko e então Iroko-Árvore, Morada dos Orixás. Grande e belo, Iroko protege da tempestade e conversa com o vento, através dele suspirando seus chamados e espalhando sua dádiva.

Iroko, Orixá do Morim, cabendo aos homens abraçá-lo com o ojá. Na Dança da Avania, andando Iroko pelo Aiyê, conta o que viu e o que ouviu, quando amou e quando guerreou, ao fim fincando-se no chão, a Grande Árvore Sagrada.

Iroko dos ciclos, da terra, do ar, do fogo; do sol que brilha quente e forte queimando o mundo, às folhas mortas que caem sob o desígnio do tempo rotundo; do frio gelado que castiga com dores na alma, às flores do recomeço da cicatrização da ferida; da vida sem vida dos minerais, à magia da água como fonte mãe alimento do Axé da vida da natureza.

 

IrôkoIssó! Eró! IrôkoKissilé!

Iroko dos caminhos. Caminhos que vem e vão, e o mundo rodando à sua vontade. Na floresta, ao lado de Ossain, declama com seus galhos e folhas os retorcidos mistérios do verde universo. Orixá se transmuta em árvore, árvore se torna Orixá e o povo virando no Santo! O Grande Guardião e a vida em louvação.

 

Orixá Árvore das trilhas em cruzamento e Iroko, enfim, Senhorio do Otim. Árvore também vivenda dos mortos, com Icú revelando-se indomável aos seus pés durante a noite. Árvore-Cemitério, dos ajejês, dos abicus, lança sua sombra cobrindo os términos dos ciclos, em junção com os segredos de Nanã e Obaluayê.

Generoso, grande amor de Yewá, Iroko brilha e vibra possibilidades de renovação. Senhor do que recomeça, do que o vento leva e traz no toque do atabaque da transformação, pois ele ouve o tempo e o tempo segue, ciclo eterno de mudança.

 

O branco, a sua cor, união de todas as cores do arco-íris da sua ligação com Oxumarê, o mesmo branco do sangue dos ibis. Ele, a brasileira Gameleira, em comunhão com Obatalá. Assim, Árvore-Orixá da fartura e da fertilidade, feliz, dá frutos: Árvore Maior, Iroko é e será para todo o sempre a abundância na plenitude dos dois mundos. De sua copa frondosa, resplandece o equilíbrio sobre tudo, Iroko regenerando a vida infinitamente, enfim, fazendo triunfar a união na paz de Oxalufã, cujo opaxorô é feito de um de seus galhos.

 

Enfim, rigoroso, caem as folhas como lágrimas de desespero, implacável contra aqueles que cultivam o erro. O Orixá que brada a guerra quando não é tempo de perdoar. Todavia, Iroko também sabe curar, sempre disposto a ouvir.

 

E como gosta de ouvir! Lamentos, pedidos, choros, rezas, agruras, dores, tristezas. Paciente, escuta-os. Reto, cobra as alegrias e as farturas atendidas. Mulheres e homens, nas raízes e tronco sob as folhas, batem cabeça pelas bênçãos do seu Axé, por perdão pelos erros cometidos.

Os antigos ainda contam, por fim, que Iroko soprou através do vento um chamado a uma jovem que dançou e rodopiou, indo girando ao seu encontro para tornar-se Filha…

 

… E hoje, em sua homenagem, Ela, a Unidos de Padre Miguel, pede licença!

Com o Estandarte resplandecendo o vermelho do nosso sangue fervendo Carnaval e o mesmo branco do ojá de Iroko, pedimos licença para celebrar a felicidade da devoção e oferecemos o banquete da alegria de viver sob a sombra da Árvore Sagrada.

 

A Unidos de Padre Miguel, emocionada e aguerrida na gira da Vila Vintém a passar pela Sapucaí, canta os mitos e estórias sagrados, festejando as raízes, o tronco, os galhos, as folhas e o Axé da Grande Árvore, ajoelhando-se respeitosa aos pés de Iroko pelas graças abençoadas do Orixá!

 

Aqui e agora, tributo ao Senhor da Árvore, é Tempo de Xirê!

 

“No tronco da Gameleira,

Meu Iroko eu vou louvar!”.

 

GLOSSÁRIO:

“IrokoKisselé! Eró Iroko Issó, Eró!” & “Irôko Issó! Eró! Irôko Kissilé!”: Saudações a Iroko: “Salve Grande Iroko! O Senhor de todas as Árvores!”

Eró: calma!

Igi Olórum: árvore do Senhor dos Céus

Osa Igi: Orixá(s) da Árvore

Oluôs: advinhos

Otim: cachaça

Iamis (ou Yamis): mulheres-pássaros e feiticeiras

Abicus: espíritos de crianças marcadas por reiteradas mortes

Ikú: morte

Dança do Avania: viagem de Iroko pelo Aiyê, na qual são narradas todas as suas aventuras. Representação ritualística da viagem.

Ajejê (ou axexê): ritual fúnebre

Ojá: tira de pano branco que é amarrada ao redor do tronco do pé-de-Iroko, em ritual ao Orixá.

Morim: pano branco de algodão

Aiyê: terra

Orun: céu

Opaxorô: “cajado” de Oxalá

Ibis: tipo de caracol, animal de Oxalá.

“No tronco da gameleira, Meu Iroko eu vou louvar” trecho do Ponto “Iroko”,na voz e ritmo de Juliana D Passos e a Macumbaria (letras.mus.br/juliana-dpassos-e-a-macumbaria/iroko/)

 

BIBLIOGRAFIA PRINCIPAL

 

Martins, Cleo; Marinho, Roberval. Iroco – “O Orixá da Árvore e a Árvore Orixá”. Coleção Orixás. Rio de Janeiro: Pallas, 2010.

 

Bastide, Roger. As Religiões Africanas no Brasil. 2 vol. São Paulo: Pioneira, 1985.

 

Goldman, Márcio. Possessão e a construção ritual da pessoa no Candomblé. Dissertação de Mestrado, Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social, Museu Nacional, URFJ, 1984.

 

Prandi, Reginaldo. Mitologia dos Orixás. Companhia das Letras: São Paulo, 2001.

 

Verger, Pierre Fatumbi. Orixás – Deuses Iorubás na África e no Novo Mundo. Salvador: Corrupio, 2002.

 

Verger, Pierre Fatumbi. Notas sobre o culto aos Orixás e Voduns. São Paulo: EDUSP, 2000.

 

Presidente: Renato Maroto
Vice-Presidente: Willie Baracho
Carnavalesco :Edson Pereira
Direção de Carnaval: Cícero Costa

Concepção de Enredo e Pesquisa: Edson Pereira e Comissão Artística

Texto e Pesquisa: Edson Pereira, Victor Marques e Clark Mangabeira

Comissão Artística: Clark Mangabeira, Flávio Magalhães, Lucas Abelhas,

Sandro Gomes e Victor Marques

Samba enredo 2021 da Escola de Samba Unidos de Padre Miguel

TEXTO RETIRADO DO SITE: https://www.unidosdepadremiguel.com.br/carnaval-2021

 

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ADUPÉ, ADUPÉ!

“Você não sabe o quanto eu caminhei, pra chegar até aqui..”

Doutor Jonatas José Silva, Gunfaremim

Uma semana se passou, desde a Defesa da minha Tese. E os pensamentos foram assentando, aos poucos a “ficha vai caindo”. Tantas histórias foram vividas, e quanta gratidão em saber que jamais percorri essa estrada sozinho. Rememorando, traço uma linha, onde tudo começa a partir de meus Ancestrais: Meu pai Luiz Carlos da Silva, carioca, e minha mãe Tânia Soares da Silva, amazonense. Ambos portadores de um “dedo verde” e que me ensinaram a ter amor e respeito pelo mundo vegetal. E isso, eles herdaram de meus avós. Como não me lembrar de minha avó paterna, Maria Emília, que tudo plantava e brotava, sempre cercada por inúmeras plantas. Ou as histórias vividas às margens do Rio Amazonas, por minha avó materna, Raimunda, nome que os brancos a deram, e que infelizmente não pude conhecer. Duas mulheres extremamente fortes e que sempre admirei.

O tempo segue seu curso, me apresentando ao Candomblé, a Agué e Ossayin, divindades das folhas. E a voz da Ancestralidade, adormecida dentro de uma sociedade ocidentalizada e preconceituosa, desperta. Me entrego, de corpo, espírito e coração a Ela, entendo que a minha forma de viver e ver o mundo jamais seriam a mesma. As cores ganharam um novo brilho, e novamente o verde estava lá, muito presente. E sempre com o incentivo e esforço sobre-humano de meus pais, inicio um novo ciclo de minha vida: Ciências Biológicas pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro. Infelizmente, pude observar que a presença de pares, negros, era quase que ausente. Nesse momento, já entendia que a desigualdade nas oportunidades seria uma companheira sombria, sempre a espreita. Mas também entendi que precisava vencê-la. E, sob a orientação dos professores Marly Veiga e Leonardo Carneiro, concluí inicialmente minha licenciatura e depois meu bacharelado em Biotecnologia Vegetal. Pessoas especiais, que me introduziram no mundo da Ciência e que jamais esquecerei.

Mas a Ancestralidade jamais deixou de estar presente e direcionando essa trajetória. Ogun, Oguian e Ossayin me levaram até Cachoeiras de Macacú, onde meu destino me aguardava. Lá conheci o Professor, Escritor e Babalorixá José Flávio Pessoa de Barros, Papai Flávio. Sob sua orientação reafirmei ainda mais minha Ancestralidade, resgatei informações que desconhecia e iniciei o meu aprendizado religioso. E tinha que ser com Ele, um etnobotânico, filho de Oxaguian, Olossayin. Quem me apresentou, e encarregou de cuidar das árvores sagradas Okikan, Danko e Iroko. Que honra poder completar todas as minhas obrigações com o senhor Babá mi. Mas como o senhor sempre dizia (que era duplamente repetido por meu pai, Luiz): “ E os estudos meu filho?”

Sim, não poderia parar. E segui, através de uma bolsa concedida, para especialização em Engenharia Ambiental e Sanitária, na UERJ. Novamente, me deparei com a ausência de meus pares, constante ao longo dessa trajetória. E no meio dos cálculos, integrais, derivadas e legislações ambientais as folhas me acenaram um caminho: a fitorremediação, uso de plantas para tratamento de áreas degradadas. Nesse projeto, segui com a orientação da professora Márcia Marques, que passou posteriormente a ser minha orientadora de Mestrado, no Programa de Engenharia Ambiental (UERJ). Sob a sua orientação aprendi e pude vivenciar a experiência dos grandes projetos ambientais. O destino prega peças, e o que seria uma Dissertação sobre Fitorremediação se transforma em um estudo de avaliação de impactos ambientais, financiado pelo CEPEL-ELETROBRAS. O desafio foi grande, mas como ser filho de Ogun sem uma boa dose de desafios? Que bom ter encarado e vencido.

O tempo passou e com ele chegaram outras responsabilidades, ministrar aulas na rede Estadual e Municipal do Rio, ser omo orixá, estudar e entender melhor a religião que faço parte, auxiliar no cuidado a outras pessoas. Momento em que sou contemplado com a orientação do querido Professor, Escritor e Babalorixá Eduardo Napoleão, São Pedro, filho de Ayrá. Com ele, mergulho no mundo das folhas sagradas, das práticas ritualísticas e da experiência religiosa. O projeto de Doutorado vai sendo deixado de lado, pois são muitas atribuições para dar conta. Mas o som da voz de Papai Flávio continua ecoando: “E o Doutorado meu filho?”.

Nesse momento a mão do destino se apresenta e, através de uma pessoa muito especial, e que chamo carinhosamente de “fada madrinha”, Aline Castelar, conheci a professora Suzana Leitão, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, para buscar uma orientação para o Doutorado. Novamente o destino prega peças, e através da querida professora Suzana passo a ser orientado pelo professor Danilo Ribeiro, que de acordo com minha irmã Ana de Oxum é filho de Oxaguian. Orixá é mesmo um mistério, e enviou um anjo para me orientar. Como sou grato por sua gentileza sem fim, sua paciência extrema e seus puxões de orelha necessários, para que eu não me desviasse dessa trajetória. Gratidão imensa professor Danilo! Sob a sua orientação chego até o momento presente, concluindo e defendendo a minha Tese de Doutorado: Estudo etnofarmacológico de plantas e preparados tradicionais empregados no Candomblé Ketu.

Com folhas de ewe buje (Jenipapo)

Ao longo desses quatro anos de Doutorado, eram poucos e raros os alunos negros, o que me fez refletir o quanto ainda precisamos lutar. Esse trabalho representa não apenas a minha luta, mas a de todo um povo. Não foi fácil apresentar uma Tese envolvendo o Candomblé, em um curso de Farmácia, mas desejo que essa semente germine e gere muitos frutos. O Candomblé produz muito conhecimento, e ajudou a preservar e manter vivo no Brasil a memória de vários homens e mulheres que aqui chegaram. Destituídos de bens físicos, mas repletos de fé, conhecimento e valores, carregados em seus corpos, mentes, espírito e coração.

A gratidão é um sentimento que nos aproxima da humanidade. Como terminar meu depoimento sem descrever a gratidão imensa, não apenas aos meus pais, mas a duas, das três pessoas mais importantes da minha vida: minha irmã Vanessa Soares da Silva, que esteve comigo em cada minuto de minha trajetória. Minha irmã várias vezes e que, a partir da educação proporcionada e incentivada por nossos pais hoje é Especialista em Educação e Relações Étnico Raciais pela Universidade Federal Fluminense e Mestre em Políticas Públicas e Formação Humana, pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro, iniciada para o orixá Oxóssi e futura Doutorando. Filipi Muniz Navegantes, pessoa iluminada, sempre com seu sorriso e doçura, bacharel em Direito e Sociologia pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro, meu companheiro fiel que presenciou cada momento do processo de Doutorado, sempre me incentivando e apoiando. Filho de Logun Edé, o próprio encanto. O destino nos uniu não tenho dúvidas. Vocês são meus amores, e os carregarei sempre onde estiver.

Essa história não termina aqui, mas essa luta continua, para que tenhamos cada dia mais Doutores e Doutoras pretos e pretas, que se orgulhem de sua Ancestralidade e de suas Tradições. Um segurando a mão do outro e puxando vários. E como dizia Mãe Aninha Iyá Obá Biyi: “Quero ver meus filhos de anel no dedo, aos pés de Xangô!” Kabiesí! Ewe o! “Andar com fé eu vou, a fé não costuma falhar..”

Email para contato: posseidonetuno@hotmail.com

Jonatas Gunfaremim: (21) 99755-1157

 

 

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DEFESA DE DOUTORADO

Estão todos convidados! É com extrema alegria que convido a todo(a)s para assistirem a minha defesa de Tese de Doutorado, com a orientação do prof. Danilo Ribeiro e da profa Suzana Leitão. Segue abaixo o link: Topic: Defesa de Tese do Programa de Pós-Graduação em Ciências Farmacêuticas_Jônatas José Luiz Soares da Silva
Time: Jun 19, 2020 09:00 AM Sao Paulo
Meeting ID: 811 9241 5538
Password: 696020
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FOLHA DE AKASÁ (EKO)

O TEXTO ABAIXO FOI EXTRAÍDO DA PÁGINA: http://www.casadaoxum.com.br/religiao/3/order_by/4/pagina/14

Acassá Chamado de Oggi ou ékọ e também Agidi na Nigéria, de Kafa, makumé no Togo e de Akassa e Lio no Benin, o acaçá brasileiro, assim como nas demais tradições, tem como matéria prima o milho, produto este que foi introduzido na Nigéria segundo pesquisas, pelos Portugueses no século XVI.
O consumo do ékọ em larga escala na cultura africana em especial a Yorùbá é determinado por seu elemento de origem, o milho! Conhecido na Nigéria por diferentes nomes a depender do vernáculo, em yorùbá como agbado ou igbado assim como yangan, pelos Hausa por masara ou dawarmasara, já os Ibo o chamam de àgbàdo e oka, os Bini o denominam oka.
O milho tem um papel fundamental na alimentação tradicional dos nigerianos, e é ainda mais importante na alimentação de doentes e de crianças em fase de desmame, não podemos esquecer sua função no tocante as questões religiosas. Dizia Verger: “As varias partes do milho entram na composição de trabalhos pertencentes sobretudo ao campo mágico”.
O milho esta associado simbolicamente com riqueza, prosperidade, abundância, sorte, fertilidade, multiplicação e vitoria dentre outros fatores.
A folha da Bananeira tem como nome tradicional Eweógẹdẹ, é razoável pensar que por seu frequente uso no preparo do acaçá no Brasil, passou a ser denominada por alguns de EweEkó, apontada como: “a folha de uma determinada espécie de bananeira do mato”, informa Mãe Beata.
A pergunta a ser feita é: porque Ewe Ekó para a folha da bananeira, e não Ewe acaçá, visto que é por este nome e não Ékọ que esta comida ficou conhecida no Brasil. Um dos fatores que nos levam a crer que o nome da folha da bananeira não deveria estar veiculada ao ékọ, é que: o advento do milho na África é posterior ao da banana; assim o nome original da folha estava relacionado ao fruto em questão, e não ao alimento que posteriormente ela envolveria, já escrevia Verger: “Um caso interessante é o da àgbàdo, nome yorùbá do milho, planta originaria da América e introduzida na África em tempos recente”. Ékọ ao contrario do que apontam alguns, não é o nome yorùbá da folha da bananeira, e sim o nome dado a Jaca ou Graviola denominadas: Ékọ òyìbó ou ọmọdé, além de que, em sua obra, Verger relata todos as variantes dos nomes yorùbá relacionados a bananeira e suas folhas, Ewé ékọ não faz parte desta lista, ao traduzir o nome desta folha em um dos preparados magicos “işẹgun inira” o nome Ewe ọgẹdẹ omini, foi traduzido como: Folha de bananeira.
Em relação ao uso do acaçá para as divindades, diz Maria Inês Couto de Almeida, Ifatosin ao abordar Obatala (Oxalá) em sua obra: “A comida de Orisa’nlá não deve levar sal nem pimenta. Além de igbin, oferece-se orogbo, côco, egbo, ékọ funfun (acaçá) em número de 16 ou 32, enrolados numa folha de ewe-iran (árvore nigeriana)”*. Juana Elbein afirma: “Retirado seu involucro verde, ele constitue a comida dos orisa funfun” e cita que a folha com esta finalidade dentre os Yorùbá é oriunda de uma planta denominada por ela de ÈPÀPÓ.
Ewe eeran.
Nas oportunidades que tivemos de estar em solo Yorùbá, notamos que uma das folhas usada para envolver o Ékọ foi denominada Ewe Eerán grifada por Ifatosin como Iran, (Thaumatococcus daniellii).
Muito embora, diferentemente do que colocou Ifatosin, não se trate de uma árvore, Ifatosin diz: “ékọ funfun (acaçá) em número de 16 ou 32, enrolados numa folha de ewe-iran (árvore nigeriana)…” esta folha que uma vez “enrolada” ao alimento, facilmente será confundida com a folha de bananeira dada a sua textura. Mesmo com seu uso frequente na Nigéria para envolver o ẹkọ, Ewe Erán não passou a ser denominada Ewe ékọ pelos que fazem uso desta. Outra folha muito usada no estado de Oyó, é a Ewe Gédu, oriunda da árvore do mesmo nome, a qual tivemos a oportunidade de tocá-la e sentir sua textura que lembra a língua de um gato. Bobola, filho do respeitado Awişé de Oşogbo Babalawo Elebuibom, o qual nos causou, imenso prazer ao conhece-lo, informou-me o nome de outra folha usada para o mesmo fim que a folha de eerán em Oşogbo, é a Ewe Gbodogi, folha esta, que também era usada para cobrir as casas na antiguidade, fato que pode ser constatado no oriki de Logun Edé:

“Òjo pá gbodogi ró woro woro”.

Wande Abinbola aumenta ainda mais a lista quando relata o uso da folha de mamona, Ewe Lara como invólucro do ékọ. Muito embora o ékọ esteja estreitamente ligado à Oişa’nlá, o mesmo não se da com a bananeira, que por muitos é atribuída Şango, por outros à Iroko (Loko) e Eşu. José Flavio Pessoa de Barros e Eduardo Napoleão na obra EWÉ ÒRÌŞÀ, ressaltam: “Embora o acaçá seja o alimento predileto de Oxalá, a este orixá são atribuídas apenas às folhas de banana-prata, pois a banana-d água (ógẹdẹọmìnì) é um dos seus principais “ẹwọ” (interdito), como também é para Oiá”. Aqui dois pontos conflitantes, o primeiro é que diferentemente do que foi colocado, o principal alimento de Oxalá é o Igbin (caracol), outro é que o nome yorùbá ọgẹdẹọmini, esta relacionado à planta como um todo e não a folha ou uma variedade desta, assim como o termo ógẹdẹ abo, ógẹdẹ loboyọ e ógẹdẹ párántà, registrados por Verger. Já a Banana d’água (denominada ọgẹdẹọmìni por José B. E Eduardo N.) também chamada banana-nanica e tem como nome científico: Musa Cavendishii e foi identificada por Verger como ọgẹdẹ-ntiti oyinbo, talvez o equivoco esteja no nome yorùbá, ỌMINI (ọmi-ni) o que no primeiro momento nos leva a interpretar como ser ou ter – água – muito embora a grafia para água em yorùbá seja – OMI.
Da analise destas informações podemos afirmar que não é a folha da bananeira que torna o ékọ propicio a Oxalá e sim o preparado a base de agbado funfun, pois algumas bananeiras chegam a ser até um dos seus interditos, segundo José Flavio e Eduardo.
Folha de gédu usada em Ilero, Oyo.
Há quem afirme que, o ato de enrolar a massa – ékọ na folha da bananeira, é o que a transforma (a massa) em acaçá. Não podemos assim crer, que é a folha da bananeira a responsável por esta transformação, uma vez que independente da folha que esta comida esteja envolta ela sempre será denominada ékọ nome yorùbá do acaçá no Brasil. Se formos levar em consideração o fato de que a massa de milho ékọ, só se torna acaçá depois de envolvido na folha de banana; Em sendo assim, Obatala em muitos lugares na Nigéria não se alimenta do acaçá, e sim de ékọ, pois como podemos ver a folha da bananeira não é a mais usada na Nigéria. Juana escreve que: “O àkàsà (escrito àkàşù por Abrahan) é um àpólàékọ, isto é, um pedaço de uma porção de ẹko sólido…Essa porção ou este pedaço é envolvido em folhas de uma planta…Cada um desses pacotinhos de ẹkọ recebe o nome de àkàsà”. Podemos encontrar dentro do dicionário yorùbá, a palavra àpólà – significa: lenho ou pedaço de madeira- numa alusão clara à parte de um todo; ainda com o apoio do dicionário, encontraremos o termo citado por Abrahan-àkaşu, subs:. Um grande tabuleiro, de massa de agidi (milho branco), o que é contraponto à afirmação de Juana, que aponta o akasa como partes da massa ékọ, embora o termo àkaşu relata algo em seu todo, não fragmentado. Se unirmos o termo àpólààkàşù, encontraremos referencia à – “um pedaço (parte) do todo”, assim, um acaçá seria um àpólààkàşù e não um àpólàékọ.
No pensamento de Juana não é o uso da folha, e sim sua divisão/fragmentação que determinam a diferença entre A e B (àkàsà) e (ékọ), fato que não ocorre em África, onde a massa enrolada em qualquer folha é denominada ékọ, se esta massa não chegar ao ponto sólido e frio será denominado ogigbona.
A palavra que identifica a mesma massa de milho na língua ewe-fon é akassa, próxima na ortografia do termo usado por Juana, akasa, muito embora o termo akassa em Fon é o mesmo usado tanto para a massa envolta em folha quanto a massa por si só. Em um verso do Odu Ogbe-Okanran, encontramos esta divisão da massa em pedaços dentro de um sacrifício prescrito: “Ifá diz: alguém não esta bem; este alguém deve fazer um sacrifício para que se torne capaz de comer, ou um bebê de colo está doente e não consegue comer nada; devemos fazer um sacrificio para que ele possa comer novamente: Um bode, cento e vinte pedaços de mingau de milho (ẹkọ) e três shillings é o sacrifício exigido” Bascom.
Embora a divisão da massa esteja presente no Itan, este fato não muda o nome usado pelo informante do Bascom para identificar a massa de milho. A folha da banana não seria o segredo do ékọ como afirmam alguns, ele poderia ser enrolado em outras folhas, como já pode ser observado no decorrer deste texto. Ominderewa diz: “Na verdade, deveria se utilizar não a folha de bananeira, mais uma folha parecida”, e pontua, o uso da folha da mamona-branca (Ewe-lara funfun) em algumas casas, a mesma afirmação é feita por Beata de Iemanja, que diz: “Vários axés não fazem uso da folha de bananeira para envolver o acaçá” e afirma não considerar errado o fato de não enrolar o acaçá, o importante segundo ela é: “a sua presença como oferenda”.
O fato é que, ao oferecê-lo como alimento propiciatório à divindade, a folha deve ser retirada e de nada mais serve ao orixá o qual foi ofertado, talvez, e só talvez, seja este fato que esteja levando alguns a abrir mão do uso da folha. “Retirado se seu invólucro verde, ele constitui a comida dos orisa funfun” afirma Juana Elbein. Isto faz crer que, como alimento ritual dedicado a outra divindade, que não seja funfun, por exemplo, Şango, a folha não deva ser removida? Por mais uma vez somos obrigados a não concordar! Ela vai além para determinar que: “Envolvido numa folha verde… é simbolo de um ser e, como tal,…pode representar qualquer animal ou mesmo substituir um ser humano”. Juana aponta a representação do acaçá como sendo a totalidade de um ser humano ou animal, nada reduzido a massa encefálica como informado por Mãe Beata. Neste momento faz-se uma indagação: Dentro deste raciocínio, poderíamos oferecer um acaça em substituição a um animal sacrificial, como por exemplo, a cabra? E no caso de obtermos um sim, (o que não concordo) em qual dos três grupos de “sangue” este “acaça-bra” estaria relacionado, animal ou vegetal… no vermelho, preto ou o branco, relembrando que o invólucro do Ékọ, segundo ela, é preto e seu conteúdo branco (ambos vegetais), não encontramos aqui o “vermelho”. O que a autora não mencionou é o fato de que na tradição das divindades em questão o sacrifício humano foi substituído pelo sacrifício da cabra, não de um acaçá, e este fato esta registrado nos contos sagrados de Ifá.
Não esta sendo aqui questionado o poder mágico da folha ou do fruto da bananeira, quanto menos o acaçá/ékọ, quanto alimento tradicional tanto dos Yorùbá quanto de suas divindades, e sim, a alegação feita por alguns de que, para se ter axé, o ékọ tem que ter sido enrolado na folha da bananeira[…] ou que, só vira acaçá-ékó depois do contato com a folha da bananeira, e por fim que seja a folha da bananeira a única ao qual o acaçá (ékọ) deva e possa ser envolto.

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PELEBÉ NI TOBÉ

Mateus Aleluia e Thalma de Freitas cantaram juntos “Pelebé Nitobé”, dos Tincoãs, de Mateus e Dadinho, acompanhados da filha de Mateus, Fabiana Aleluia, nos vocais, e do pai de Thalma, maestro Laércio de Freitas, ao piano.

 

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Belebe ni t’òbe

CÂNTICO DE OSSAYIN

“Pelebé Nitobé ewe,

pelebé nitobé

Kobé pelebé okun pelebé

Kuaua aua ku, axé pelebé ewe

Pelebé nitobé o”.

“As folhas têm duas faces, como o facão tem duas faces. Qualquer doença que vá nos pegar, a folha de Ossayin não vai deixar. A morte ou doença que está na nossa frente Ossayin tira da nossa cabeça”.

 

 

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EWÉ AJE (AJÉJÉ), A FOLHA DA RIQUEZA

Espécies conhecidas por ewe aje: A- Aerva lanata (L.) Juss. (ewe aje africano) e B- Alternanthera tenella Colla (ewe aje brasileiro)

 

Ìró jéjé iró jéjé

Ìyá t’òsì mo so mi

Bàbá be o

 

Muito dinheiro faz barulho

A mãe da esquerda me revela

O pai abençoa

 

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EWÉ AJE, A FOLHA DA RIQUEZA

 

Ajé, Ajé, Ajé Saluga, mo pè o!

E Má sá jinà, wolé mi, má sá o!

Ìyamí Ajé o!

 

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Sabedoria popular

“Quem tenta ajudar uma borboleta a sair do casulo a mata. Quem tenta ajudar um broto a sair da semente o destrói. Há certas coisas que não podem ser ajudadas. Tem que acontecer de dentro para fora”.

RUBEM ALVES

 

Germinação - ischoolmaputo4

 

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Omolu e seu xauro

Em um lindo dia ensolarado Iemanjá encontrou na praia uma pequena criança, que havia sido abandonada por sua mãe, Nana. Essa criança foi chamada  Xaponã, nome dado pela Mãe das Àguas e Senhora dos Seios Chorosos. Nana o abandonara, por seu filho ter nascido com o corpo coberto de chagas. E assim resolveu deixa-lo na beira do mar. (gunfaremim.com)

Quando Yemanjá o achou, Ele estava sendo ferido por diversas “aranholas” (caranguejos), que arranhavam suas feridas. Nesse momento, esse animal foi amaldiçoado e banido da alimentação dos homens. Pois bem, a Grande Mãe das Águas cuidou da criança, incumbindo a pequena Oya de estender diariamente uma eni sobre a areia, para que pudesse cuidar de suas feridas.

Para que Ele se acalmasse, lhe oferecia muitas “flores”, doburu. E o tempo foi passando e Xaponã foi crescendo. Ainda haviam algumas feridas, e Xaponan, sempre se inkizilava com as brincadeiras e tentava fugir para a floresta. Mas Iemanjá , paciente e resignada sempre ia procurar por seu filho o trazendo de volta. (gunfaremim.com)

Iemanjá e Omolú - Curso na caridadeFoi quando ela teve uma ideia: colocar um guizo na criança, para que onde ela estivesse pudesse ser encontrada. E assim, Xaponã nunca mais se escondeu de sua Mãe.

Hoje revivemos esse itan no momento de reclusão da iniciação. Todo o barco carrega o xauro, e o kele, como sinal de sujeição ao seu orixá. O xauro nos indica se o iyawo está muito agitado, se está quietinho, se está onde não deveria. Pelo seu barulho sabemos se o Ere está presente, aprontando alguma artimanha.

Em nossa Tradição, o xauro pertence à casa, sendo usado por todos os barcos que se seguem. Ser o primeiro barco é carregar muito mais responsabilidade, é ser sempre a primeira referência, daqueles que virão em seguida.

Ao primeiro barco não tem colher de chá, a mão sempre pesará com mais força, estejam preparados, não vou mentir para vocês. Ser primeiro barco é sustentar a camisa da casa, do princípio até o fim. (gunfaremim.com)

Usar xauro é uma das primeiras formas de entender o Candomblé. Feito através da obediência, confiança e no calar. Só quem aprende isso pode usar o xauro, para assim poder ser iniciado e ter as suas feridas curadas. Renascendo para seu orixá.

Nosso jovem Xaponã cresceu, aprendeu a ser obediente a sua mãe, teve todas as suas feridas curadas, e nunca mais precisou se esconder. Na verdade, se tornou um grande guerreiro, tão temido que seu nome deixou de ser pronunciado..

Se tornara Obaluaye, O Rei e Senhor do Mundo..(gunfaremim.com)

Que o Senhor da Quentura nos permita dias mais felizes e nos proteja de Arun (a doença) e Iku (a morte)!

Atoto! Silêncio, Ele está entre nós..

Omolu e Iemanjá | Candomblé - Ensino e Pesquisa Amino

TEXTO ESCRITO POR GUNFAREMIM

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Iya Tatá de Oxum- Altamira Cecília dos Santos

 

Mãe Tatá de Oxum

Altamira Cecília dos Santos mais conhecida como Mãe Tatá Oxum Tomilá – filha legítima de Maria Deolinda (Papai Oke (sexta Iyalorixá do Ile Iya Naso Oka), foi a oitava Iyalorixá do Candomblé da Casa Branca do Engenho Velho auxiliada pela Iyakekerê Juliana da Silva Baraúna e Otun Iyakekerê, Iyatebexê e Iyaodé Areonite da Conceição Chagas. Morreu em dezembro de 2019, aos 96 anos.

Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Altamira_Cec%C3%ADlia_dos_Santos

 

Ásèsé, mo juba ; Ásèsé, Ásèsé o!;

Ásèsé o ku Agbà o!; Ásèsé , Ásèsé o!;

Ásèsé , érù ku Àgbà o!; Ásèsé , Ásèsé o!

 

Axexé eu lhe apresento meus humildes respeitos!;

Axexé eu venero e saúdo os mais antigos,

Axexé o escravo saúda os mais antigos.como criar blog

 

Faleceu neste sábado, 07 de dezembro, em sua residência em Salvador, a Yalorixá Altamira Cecília dos Santos 96 anos, conhecida como Mãe Tatá de Oxum do Engenho Velho, considerado o Terreiro de Candomblé da Nação Ketu mais antigo do Brasil.

O velório de Mãe Tatá, a oitava Yalorixá da Casa Branca, está sendo realizado na sede do Terreiro, na Escola Vovó Conceição, na Praça de Oxum, na Avenida Vasco da Gama. O sepultamento da sacerdotisa está marcado para este domingo, no cemitério Jardim da Saudade.

Comandando o Ilê Axé Iyá Nassô Oká (Casa Branca do Engenho Velho) desde 1985, Mãe Tatá era filha da Yalorixá Maria Deolinda dos Santos (Iwindejá), mas sua ascensão ao cargo no terreiro foi uma surpresa para ela, cuja gestão foi caracterizada pela sabedoria e benevolência.

Dois feitos importantes durante a gestão de Mãe Tatá no Engenho Velho: o reconhecimento do Terreiro como Patrimônio Histórico do Brasil pelo IPHAN, em 1986 e a grande reforma da Casa que foi fundada em 1830.

Lààyè awọn ésà ti Òrìṣà ẹgbẹ́! (Viva os ancestrais do culto de Orixá!)

Kíkí ÌyáTatá! (Salve Mãe Tatá!)

Axé!

Fonte: https://extra.globo.com/noticias/religiao-e-fe/pai-paulo-de-oxala/candomble-se-despede-de-mae-tata-na-praca-de-oxum-rv1-1-24125421.html

Axexe- Carybé

Mawá, Mawá, Mawá

Vodunci ilé Mawá

Vodunci ilá Mawá

Lése Korré zócomo abrir uma loja virtual

 

Axexe- Carybé

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O PODER DO MACHADO DE XANGÔ (Reportagem)

Cultuar as folhas é cultivar a Ancestralidade, a Memória, as Raízes.. Nesse caminho. torna-se fundamental o entendimento de quem somos e de onde viemos. Assistam a esse belíssimo documentário de 1973, tempo em que o Candomblé se apresentava de forma legítima, sem a presença maciça de Doutores e acadêmicos, mas com a gente de terreiro. Embora algumas imagens possam ser fortes, no sentido de exibir alguns dos awos (mistérios), a forma com que as mesmas se revelam é natural, demonstrando o quanto estamos nos afastando de nossa essência nos dias atuais. Sempre lembrando que, apenas os verdadeiros iniciados conhecem o que se esconde por detrás do mariwo.. Ewe o Ossayin! Iroko ko ni silé!

Texto escrito por JONATAS GUNFAREMIM

 

 

Obá Iná Orixá Xango

O PODER DO MACHADO DE XANGÔ (Reportagem)

Co-produção com um canal de televisão Francês, com a orientação do antropólogo Pierre Verger, O Poder do Machado de Xangô é a prova viva de que uma reportagem-documentário de TV pode sim seguir os moldes clássicos do documentário sem cair no desencantamento de seus objetos.

 

Sérgio Chapellin abre o programa com um discurso curioso para os moldes atuais do telejornalismo Global: condenam a ignorância das origens sociais, as pretensões reducionistas e afirma a importância da resistência cultural negra no país – em tom quase emotivo, o âncora abre espaço para um dos melhores documentários televisivos já realizados sobre a temática negra no Brasil: Com uma trilha sonora expressiva, o filme é todo permeado pela voz do narrador mas, surpreendentemente, não se entrega às tentações reducionistas: conta a história da viagem de um homem brasileiro, Balbino, à África de seus antepassados e tenta mostrar mais do que revelar.

 

O filme esboça os sinais da cultura negra em Salvador, faz um resumo das principais tradições e, num pequeno histórico, chega à expressão máxima dessa resistência cultural: a religião. São poucos os depoimentos antes que o filme se aproxime de vez de seu personagem principal e sua viagem. Apesar de mediadas pela voz de Chapellin, as imagens começam então a tomar o controle do filme: São elas, que nos trazem a força dos rituais e os sons das vozes, que nos colocam num espaço de encantamento raro na TV dos dias de hoje. Aos poucos, a voz off também vai se entregando ao espaço imaginário do filme e a descrição dos fatos objetivos dá lugar a frases como: “E então, a mulher entra em transe, possuída por Oxalá…”

 

Essa afirmação taxativa em torno do que poderia ter sido descrito como crença, ou traduzido para explicações científicas, é uma verdadeira raridade da televisão brasileira. As imagens do culto não recebem qualquer explicação além da nomeação dos orixás presentes e uma certa orientação para os olhares menos acostumados: “Esse que vemos agora é um Egum, Babáologojó”. Essas descrições não se tornam monótonas pois são filtradas pela presença significativa de Balbino, o jovem brasileiro que vai à África em busca de um templo de Xangô.

 

Na cena mais bonita do filme, Balbino, com dificuldades de comunicação com seus antepassados do Benin, começa a cantar um hino de candomblé: Aos poucos, e isso a câmera observa silenciosamente, os africanos começam a balançar as cabeças, movem seus corpos, dão uma espécie de sorriso e começam a cantar juntos a mesma música de Balbino. Essa imagem por si só, resumiria toda a energia de identidade cultural que o filme carrega. A partir daí, Balbino começa a descobrir nas ruas os vestígios de suas origens culturais. Descobre finalmente um templo de Xangô: Lá, a câmera nos mostra com cuidado e paciência os rituais de surgimento de Xangô (aparecido no meio da multidão na imagem de um homem). Xangô (e o documentário o trata assim) caminha no meio da multidão, olha para a câmera…Grita! Não há Chapellin que resista a essas imagens:

 

“Foi então que Balbino entendeu…Finalmente ele sabia: Balbino era Xangô!…”. Essa frase anuncia o último bloco do programa, quando Balbino chega de volta a casa e mostra os presentes trazidos para a família.Caminha por uma Salvador de trios elétricos e vai “descobrindo os nomes de orixás em cada esquina, nomes de lojas, hotéis, restaurantes…” É então que Balbino se traveste de orixá pela primeira vez e começa a dançar. Sem que nenhum comentário seja feito, o homem Balbino se retorce diante da câmera e recebe Xangô. Não há off que se agüente em sua frieza: “A poderosa herança de Balbino surge diante de nós”. Chapellin termina o programa com um discurso de defesa não só da diversidade cultural dos povos como com uma espécie de mea culpa Global, baseado num atrapalhado cientificismo: “A própria ciência moderna tem considerado possível a existência de realidades paralelas…”. Impagável justificativa. Traço de um telejornalismo mais rico e menos reducionista, que não se atém às friezas da mera informação narrada e dá espaço à expressividade insubstituível das imagens e de seus personagens.

Um Globo Repórter que embarca em seu tema, e que se deixa levar (quase por inteiro) pela energia própria daquilo sobre o que fala. Muito diferente do caráter de turistas distanciados, de cientistas imparciais, comum aos atuais programas da emissora. A personagem encantada de Balbino susbstitui a figura do repórter-herói, deixa de lado o expedicionário Global bem comportado.

Acervo Centro Cultural Brasil Africa


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LENDA DE OSSAYIN

 

 

 

 

 

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CURSO DE PLANTAS MEDICINAIS E FITOTERAPIA

Pós-Graduação Lato Sensu em Plantas Medicinais e Fitoterapia

Especialização Multi-institucional – Faculdade de Farmácia – UFRJ, Associação Brasileira de Fitoterapia, ABFIT.

 

Estão abertas as inscrições para o 1º Curso de Especialização Multi-institucional em Plantas Medicinais e Fitoterapia da Faculdade de Farmácia da UFRJ.

Especialização – 460h (Teórico-prático-estágio)

Período de Inscrição: 13/05/19 a 26/06/19

Seleção: 01/07/2019 a 05/07/2019

Duração do curso: 09/08/2019 a 31/01/2021 (aulas sextas, sábados e domingos, 1 x por mês).

Taxa de Inscrição: R$ 70,00

Início do Curso: 09 de agosto de 2019

Duração: 15 meses (aulas sextas, sábados e domingos /1x por mês)

Público Alvo: agrônomos, biólogos, dentistas, enfermeiros, engenheiros florestais, farmacêuticos, fisioterapeutas, médicos, nutricionistas, e veterinários.

O curso está estruturado em quatro módulos: o primeiro deles, Módulo I, é comum a todos os profissionais (180h), seguido do Módulo II (60h) com eixos segundo a formação profissional. O terceiro Módulo (120h) é destinado ao estágio, também de acordo com a formação profissional em três eixos (Prática ambulatorial em fitoterapia, Prática em farmacotécnica aplicada a fitoterapia, Cultivo e beneficiamento de Plantas Medicinais), e o quarto Módulo (100h) se refere à elaboração de trabalho de conclusão de curso.

Maiores informaçõescursofito.ufrj@gmail.com

 


 

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