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“Ewé njé Oògún njé Oògún tikò jé Ewé re í kò pé” “As folhas funcionam. Os remédios funcionam. Remédio que não funciona é que tem folha faltando"”. |
E a Jurema tem folha, tem conhecimento e força. Você conhece a Jurema?
“Vamos beber Jurema
Vamos beber na mesa de Juremá
Meu camarada bebe só um golinho
Só um golinho pra não se embriagar”
Possuindo uma heráldica, uma tradição cativante que o recomenda às preferências domésticas, já pelo talho ornamental, já pelos irresistíveis dotes talismânicos, o tajá é visto em profusão nas casas de família de Belém e Manaus e espalha-se pelas habitações de todo o interior, graças aos poderes secretos que lhe emprestam os mestres da pajelança local.
O tajá “curado” ou trabalhado nos segredos e mistérios da bruxaria, constitui-se num inestimável auxiliar e protetor de seus possuidor, podendo ser usado para felicidade, amor, sorte ou caça e até prender o ser amado.
Nunes Pereira escreve:
“As virtudes dos tajás dos macuxis são incontáveis como seus tipos. Há tajás para defender a casa e a roça indígena; tajás para fazê-lo bom caçador e bom pescador; tajás para torná-lo invisível aos inimigos e mesmo aos astutos do cruel Kemé; Tajás contra fadiga; tajás para vencer todas as provas; tajás que o faz querido das mulheres.”
Osvaldo Orico, já lhe confere outros predicados:
“A mais bela versão é emprestada ao tajá-sol. Possui este, no centro da folha, uma grande mancha vermelha com formato de coração, cercado pela moldura verde. Quando os índios estavam longe da amada e sentiam necessidade de vê-la, recorriam a um processo mais veloz que o aeroplano e menos dispendioso que a televisão. Gritam o nome da pessoa desejada no centro do tajá do sol. E logo, a imagem do ente querido aparecia na parte rubra da folha, como um espelho incendiado pelo poder da ausência.”
FONTE: http://curumim-anorkinda.blogspot.com/2009/02/tamba-taja-possuindo-uma-heraldica-uma.html
Extraído e adaptado de Jangada Brasil
Não é apenas pelo seu feitio decorativo que o tajá (Caladium bicolor) é festejado na Amazônia como planta de estimação. Mais do que pela esbelteza das folhas, pela graça e pela elegância do corte, pela simplicidade geométrica das linhas, ele possui segredos e mistérios que só a alma cabocla entende e aprecia.
Enorme é a variedade dessas plantas que formam as vistosas e esmeradas toiças da planície: tajapeba, com a sua raiz chata; o tajá-piranga, de uma coloração vermelha, belo aspecto, perigoso pelo veneno, e cujas raízes eram utilizadas pelos indígenas do Uaupés como o castigo para as mulheres curiosas que se atreviam a espiar as cerimônias maçônicas do Jurupari, o tajá-pinima, o tajá tatuado, cheio de manchas; o tajá grande, o tajá preto, o tajá-de-sol, o tajá membeca, o tajá-puru, este a espécie mais sugestiva e preferida pelas virtudes que lhe são atribuídas às raízes de fazer-nos felizes nos amores e afortunados e bem sucedidos na caça e na pesca.
Possuindo uma heráldica, uma tradição cativante que o recomenda às preferências domésticas, já pelo talho ornamental, já pelos irresistíveis dotes talismânicos, o tajá é visto em profusão nas casas de família de Belém e Manaus e espalha-se pelas habitações de todo o interior, graças aos poderes secretos que lhe emprestam os mestres da pajelança local.
Possuem os tajás uma história poética, uma origem lendária, que Nunes Pereira colheu no alto do Rio Branco e divulgou no primeiro número do Boletim da Sociedade Felipe d’Oliveira – Lanterna verde. Vai aqui um resumo:
Esses índios macuxis, que viviam ao sabor das hordas inimigas, sem pouso certo, ora às margens do Uraricuéra, do Kuting e do Surumuru, ora insulados em Maracá – eram o mais doloroso atestado de fraqueza e covardia entre o espetáculo de bravura das tribos circunvizinhas.
De quando em quando os purukotós, os rekunas, os talipangs, os wapischauas topavam-nos, em pequenas guerrilhas, onde nem sequer as menores destrezas épicas sobressaiam, e lá se iam eles fixar novas malocas e tabas, foragidos do antigo pouso solitário para buscar na fortaleza da terra aquilo que o braço lhes negava.
Não tinha tantas mulheres nem irmãos, e o amor não morava entre eles como uma coisa pura e sagrada.
Veio, porém, para a raça desprezível dos macuxis o seu dia de redenção.
Pakalamoka, sem que ninguém soubesse, saiu de sua taba, sorrateiro e solerte, e foi buscar a salvação da tribo nos conselhos da Mãe-do-Mato. Contou as misérias da sua gente, falou dos combates desesperados e trágicos, dos quais voltavam reduzidos, na vileza das fugas precipitadas.
A Mãe-do-Mato esqueceu as sementes que andava a enterrar pelos desvãos da floresta e ensinou ao índio o meio de livrar o povo enfraquecido das doenças e do Keyemé para que dominasse a terra nos milagres do amor e da vida.
Quando a lua clareou a planície, já encontrou Pakalamoka a caminho de um campo aberto, onde as palmeiras não flabelavam os leques felizes e onde existia um lago que há muito não dessendentava os animais dos arredores.
Quase ao fim da jornada, o índio deparou um bando alacre de korotoikós voando em direção à lua em terrível algazarra.
Pakalamoka fixou a que voava mais alto, e arremessou-lhe a flecha certeira. A ave caiu adiante. Ele se aproximou, reuniu-lhe em torno do capim tostado de sol e galhos partidos pelo vento, e, friccionando duas pedras de fogo que trouxera, inflamou os gravetos e a grama, e a fogueira se elevou pela noite clara.
Pakalamoka deitou-se perto e dormiu.
Pela manhã, quando Pakalamoka acordou – informa o narrador – em redor dele e dentro e em redor do lago, se aglomeravam os tajás que as macuxis hoje conhecem – com folhas de vários feitios e cores deslumbrantes.
E todos esses tajás tinham virtudes especiais.
E o novo pajé, que se tornou Pakalamoka, deles se servia preferentemente.
Havia o tajá, que defende a roça e a casa do índio.
Havia o tajá, que torna o índio bom caçador e bom pescador.
Havia o tajá, que torna o índio invisível aos inimigos e aos olhos mesmo do Keyemé.
Havia o tajá, que o poupa das fadigas da guerra, da pesca, da caça e das viagens.
Havia o tajá, que o faz ganhar nas provas e nas lutas tradicionais da tribo.
Havia o tajá, que o faz querido das mulheres…
Pakalamoka arrancou os tajás (como lhe ensinou a Mãe-do-Mato) necessários ao trabalho, à saúde, à paz, aos amores e à felicidade dos macuxis, levando-os para o seu povo.
E é por isso que a tribo se fez numerosa, dela fogem os seus inimigos, nunca lhe faltam os peixes e a caça, cessaram as doenças e os índios e as índias têm filhos robustos”.
É variada e encantadora, na Amazônia, a superstição do tajá. Existe na família das aroideas uma profusão de espécies que se prestam, admiravelmente, às abusões do povo. Entre estas, vale citar o tajá-cobra. Diz-se que protege a casa contra os ladrões. Uma folha, posta na parede, estende-se em volta e toma conta do domicílio. Se este é visitado por gatunos, o tajá-cobra reconhece o meliante e dá-lhe o bote, tal como o faria uma serpente. História semelhante é atribuída ao tajá-onça.
A mais bela versão é, entretanto, emprestada ao tajá-sol. Possui este, no centro da folha, uma grande mancha vermelha com o formato de um coração cercado pela moldura verde. Quando os índios estavam longe de sua amada e sentiam a necessidade de vê-la, recorriam a um processo mais veloz que o aeroplano e menos dispendioso que a televisão. Gritavam pelo nome da pessoa desejada, no centro do tajá-sol. E logo a imagem do ente querido aparecia na parte rubra da folha, como num espelho incendiado pelo poder da ausência.
No nosso folclore musical existe, hoje, uma linda canção, composta por Waldemar Henrique sobre informações de Nunes Pereira, intitulada Tamba-tajá. É outra deliciosa lenda de fundo nativo, refletindo o amável fabulário que o índio teceu em torno da heraldíca dos nossos tinhorões.
“Tamba-tajá, me faz feliz.
Que meu amor me queira bem.
Que o meu amor seja só meu,
de mais ninguém
que seja meu,
todinho meu,
de mais ninguém.
Tamba-tajá, me faz feliz,
assim o índio carregou sua macuri
para o roçado, para a guerra, para a morte,
assim carregue o nosso amor a boa sorte.
Tamba-tajá, me faz feliz.
Que mais ninguém possa beijar o que beijei,
Que mais ninguém escute aquilo que escutei,
nem possa olhar dentro dos olhos que eu olhei,
Tamba-tajá, tamba-tajá”.
Conta uma antiga lenda que a esposa de um índio da tribo Macuxi, ficou paralítica depois de ser acometida por uma grave doença. Apaixonado pela mulher, o índio construiu uma tipoia especial e passou a carrega-la nas costas para onde quer que fosse.
Um dia, enquanto caminhava com ela pela floresta, percebeu algo errado. Ao desamarra-la das costas, descobriu com tristeza que a esposa havia falecido. Despedaçado, o índio cavou uma enorme cova, e nela enterrou-se junto com a amada.
Tempos depois, na lua cheia, do exato lugar aonde o casal estava sepultado, brotou uma planta totalmente desconhecida da tribo: era o Tamba-Tajá, um vegetal de folha verde escuro na frente e que no verso carrega outra folha menor, cujo formato possui certa semelhança com a forma do órgão genital feminino. Do amor do casal de índios, nascera aquele tajá encantado!
No Pará, uma crença muito forte, afirma que quem cultiva algumas espécies plantas, tais como os Tajás, só precisa “curá-las”, para que possa libertar um espírito guardião, que existe dentro delas. A partir do momento em que é libertado, esse espírito passa a proteger o lugar onde vive, afugentando intrusos e outras visitas inesperadas.
O termo “curar” utilizado neste caso, refere-se a uma espécie de feitiço que se faz na planta, através da prática frequente de regar seu pé, com a água que se usa para lavar a carne, e também com cachaça.
Muitas pessoas que dizer ter visto o espírito do guardião, descrevem-no como um enorme índio, de olhar severo. Há também quem afirme ter visto um homem alto e forte, comparando-o a um guerreiro africano.
Várias plantas, são utilizadas para essa finalidade, mas algumas das mais “curadas”, além do Tamba-Tajá, são, a Espada de São Jorge, o Rio Negro e o Comigo-Ninguém-Pode.
Para quem quer arriscar-se a “curar” uma dessas plantas, fica o aviso: depois de ser desperto, o espírito do vegetal, passa a aparecer, independente da vontade de quem o “curou”.
FONTE: FACEBOOK
O caboclo amazônico tem para sua contemplação a pujança e a beleza da floresta. Assim, nada mais natural que encarnasse seu imaginário em árvores e plantas bem como atribuísse às mesmas poderes sobrenaturais.
Não é apenas pelo seu feitio decorativo que os tajás são festejados na Amazônia como planta de estimação. No vocabulário botânico são conhecidas como tinhorões ou calúdios.
Mais do que graça e beleza os tajás possuem segredos e mistérios que só a alma cabocla entende e aprecia.
O Tambatajá, palavra derivada do tupi – Tãbata’ya – é uma trepadeira vertical das matas úmidas. O verde é brilhante. Na parte inferior de suas folhas maiores, têm outra folha menor, com interior às vezes avermelhado.
São de grande variedade no Brasil: tajá preto; tajá-panema; tajá-embá; tajabeda; tajapeba; tajá-pinima; tajá-pintado; tajá-vermelho; tajá-puru; tajá-piranga; tajá-de-sol; tajá-membeca etc.
Aos tajás correspondem atributos. Por exemplo, quem carrega uma raiz de tajá-puru garantirá muita sorte e sucesso na caça e na pesca.
O tajá é visto em profusão nas casas de Belém e Manaus e espalha-se pelas habitações de todo o interior, graças aos poderes secretos que lhe emprestam os mestres da pajelança local.
O tajá para ter poderes, precisa passar por uma preparação de acordo com a finalidade almejada. Normalmente, deve ser regado todas as sextas-feiras de lua nova ou cheia.
Os que conhecem a lenda do Tambatajá sabem a narrativa do surgimento dessa planta e o porquê da população amazônica ribeirinha creditá-la como amuleto do amor.
Em virtude dessa crença o caboclo da Amazônia costuma cultivar esta curiosa planta, atribuindo-lhe poderes místicos. Um deles, por exemplo, é que se em determinada casa a planta crescer viçosa e com folhas exuberantes, trazendo no seu verso a folha menor, é sinal que ali existe muito amor; mas se nas folhas grandes não existirem as pequeninas, então o amor não está presente naquele lar. Por outro lado, se porventura a planta apresentar mais de uma folhinha em seu verso, é sinal de que então existe infidelidade entre o casal.
A lenda do Tambatajá é sobre o amor entre índios de tribos inimigas.
Existia, certa vez, um casal de índios tão apaixonados como nunca houvera naquela região. Uiná, belo e corajoso guerreiro da tribo Taulipang e Acami, linda cunhã da tribo Macuxi.
Acontece que as duas tribos eram inimigas, o que tornava o amor impossível. Entretanto, os jovens índios enfrentaram os costumes porque seu amor era muito maior que preconceitos.
Praticamente expulsos de suas tribos, foram morar do outro lado do rio Tucutu, onde viviam uns parentes do índio. E nunca se separavam: se ele ia pescar, ela ia também; se ela ia banhar-se, ele ia também, se ele ia para a roça ou caçar, ela ia também.
Mas a felicidade do casal não iria durar muito. Acami ficou grávida e seu filho nasceu morto. Ficou tão fraca que não conseguia caminhar direito, até o dia em que não conseguia mexer as pernas. Uiná então recolheu talos de palmeiras e gravetos e fez uma espécie de maca. Todo o dia amarrava Acami à maca e a carregava em suas costas onde quer que fosse.
Certo dia saíram pelo campo e não voltaram. Alguns foram à procura do casal e, só depois de muitos dias, encontraram: o arco, as flechas e o perequeté (sandália usada pelos índios para andar nas matas) do índio: a tanga, os brincos e as pulseiras da índia.
Entretanto, também ao redor desses pertences, encontraram moitas de um verde brilhante que jamais haviam visto.
Do corpo da índia e do companheiro, teria nascido aquela planta. Era o Tambatajá. Suas folhas eram duplas, em cima, a folha maior, representando Uiná e sob ela, uma folha menor, no formato de um órgão sexual feminino, representando Acami.
Foi assim que nasceu o Tambatajá. A população amazônica ribeirinha acredita que a planta age como um amuleto do amor
O Tamabatajá é o real, é o concreto dessa lenda do amor impossível de ser superado quer na vida ou na morte.
Um amor que, como a planta Tambatajá, é mortal, mas, ao mesmo tempo, é imortal porque continua renascendo.
Uiná e Acami não morrem. Transfiguram-se ao renunciarem à vida para gerar o Tambatajá, planta que nasce e renasce em sucessivos rebrotar.
A representação do amor pelo Tambatajá não é de uma figura isolada de homem, ou de mulher, mas a reunião do casal numa unidade.
Mais do que o amor rebelde de Romeu e Julieta separados pela morte, os amantes indígenas dessa lenda amazônica encarnam um amor que vence a morte.
Uiná e Acami não morreram vivem para sempre encantados no Tambatajá.
FONTES: Livro – “Cultura Amazônica ” – de João de Jesus Paes Loureiro; e alguns sites , destacando-se Wikipédia.
Tambatajá
Com a beleza da floresta,
com a grandeza dos rios,
a Amazônia tece a festa
de lendas em fios.
Nem a noite, nem o dia,
nem o sol, nem o luar,
coisa alguma existia,
que os fizesse separar.
Aonde um ia o outro ia,
como sombras a namorar.
Partiram um dia,
para nunca mais voltar.
Junto ao que lhes pertencia,
os que saíram a procurar,
viram os dois a se amar,
encantados num Tambatajá.
Ele, taulipang, ela, macuxi.
Ela, Acami, ele, Uiná.
Amor que venceu a morte
e renasceu no Tambatajá,
amor que venceu a morte
e renasceu no Tambatajá.
FONTE: https://www.recantodasletras.com.br/artigos/1436264
Escrito há 1000 anos, o manuscrito ilustrado de ervas medicinais é disponibilizado online
Apesar de a medicina ocidental ter se especializado na criação de fármacos produzidos a partir de processos complexos, houve um tempo em que todos os tratamentos eram feitos com compostos naturais, especialmente ervas e outros alimentos. E um dos guias mais antigos que se conhece sobre essas práticas acaba de ser disponibilizado na internet.
A Biblioteca Britânica é a detentora da única edição do guia, um manuscrito que, acredita-se, foi escrito no século XI e em inglês antigo, também conhecido como anglo-saxão, uma forma primitiva do idioma inglês que conhecemos hoje. O livro é repleto de ilustrações das substâncias que, segundo os autores, podiam resolver dezenas de problemas.
Alcachofras cozidas em vinho eram usadas para acabar com o mau odor corporal, por exemplo, enquanto dores no peito eram combatidas com raiz de alcaçuz. Cada artigo inclui uma ilustração, o nome da erva ou animal em diferentes línguas antigas, descrições dos problemas que cada substância pode tratar e instruções para encontra-los e prepara-los.
Alison Hudson, pesquisadora da Biblioteca Britânica responsável pelo projeto de digitalização, diz que não se sabe com certeza como o guia era utilizado ou por quem ele foi escrito, mas o estilo da produção faz com que historiadores a associem aos monastérios de Winchester e Canterbury.
O guia está disponível online para acesso gratuito aqui, e, ainda que o inglês antigo dificulte a compreensão, é interessante para entender como os antigos europeus faziam para enfrentar problemas que até hoje a medicina não conseguiu resolver. Sem falar nas ilustrações incríveis, claro.
FONTE DO TEXTO: Revista Prosa Verso e Arte
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Com o crescimento da nossa religião, e o surgimento de novas casas de candomblé e umbanda, a utilização das áreas verdes remanescentes se refletem muitas vezes em um problema ambiental. O dilema está em como continuar utilizando esses espaços sem aumentar ainda mais a sua degradação. Nessa hora devemos recorrer ao conhecimento deixado por nossos mais velhos e também ao bom censo. Antes de sair de sua casa se pergunte: Será que essa oferenda não pode ser depositada junto ao igbá do orixá que se quer agradar, no próprio Ilé Asé? Alguns filhos ou clientes podem não possuir um assentamento individual, nesse momento deve-se relembrar o conceito que os nossos ancestrais africanos tinham de EGBÉ, ou seja comunidade. Para eles a energia era entendida de forma coletiva, ou seja “um por todos e todos por um”. Exemplificando, quando o Ogun da casa (do Egbé) era cultuado o axé desse orixá seria dividido para todos os membros da comunidade. Esse conceito é bem interessante, uma vez que diminui os custos financeiros e ambientais, uma vez que a quantidade de resíduos produzidos é bem menor. Por outro lado o asé, quando compartilhado, tende a ser bem maior pois a união nos torna muito mais fortes.
Caso Ifá determine que a oferenda PRECISA ser levada para fora do Ilé Asé devemos tomar os cuidados necessários para que ao final da obrigação o meio ambiente esteja o mínimo degrado possível. Assim evite deixar garrafas, copos e vasilhas. Esú adora um otin, entretanto a garrafa não precisa permanecer no local. Osun adora espelhos e pentes, mas será que ela iria ficar feliz em ver o seu rio todo poluído, com os seus peixes morrendo contaminados? PENSE e REFLITA! Os elementos utilizados nos ebós sempre (ou quase sempre) poderão ser substituídos por outros menos impactantes ao meio ambiente.
Podemos fazer muito para contribuir com a preservação do Meio Ambiente, mesmo em atitudes muito simples, como cultivo de algumas plantas em nossa casa. Tradicionalmente algumas ervas só podem ser retiradas para o culto, quando as mesmas crescem espontaneamente. Entretanto nada impede que você tenha um pé de odundun (folha da costa), um peregún (pau-dágua) ou um igi opé (dendezeiro). Dentro desse aspecto é importantíssimo que preservemos as nossas árvores sagradas dentro de nossas casas de culto. São elas que servirão de morada para diversos espíritos (iwin e abikú), assim como orixás (Apaoká e Iroko) e Voduns (Atin sá). Quando uma planta cresce ela retira gás carbônico da atmosfera, isso reduz o aquecimento do planeta. Vamos plantar mais árvores, principalmente as nativas da nossa região. Toda folha tem uma aplicação, todas elas têm um(a) dono(a), é só descobrir. ERÚ EJÉ! ASSA!
TEXTO ESCRITO POR JONATAS GUNFAREMIM
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LEIA: http://institutonangetu.blogspot.com/2016/04/alguidas-de-papel-e-de-folhas-para.html
“Obàtálá foi para o portão do òrun, lá ele encontrou Èsù. Ògún trouxe a corrente, quando eles chegaram do lado de fora, Ògún a amarrou bem. Obàtálá começou a descer pela corrente, Ele desceu, desceu, desceu. Já era possível escutar o barulho das águas. Ele chegou ao fim da corrente. Ele retirou a concha de dentro do àpò-dídá. E jogou a terra sobre as águas. Quando a terra do òrun caiu na água, ela fez um grande barulho. Ele pegou a galinha dentro do àpò-dídá e jogou-a sobre a terra. Quando a galinha pisou na terra, ela começou a ciscar, ela espalhou a terra em todas as direções, Obàtálá pegou o pombo e o soltou. Ele voou, voou, voou. Ele pode ver que a terra já estava se expandindo. Obàtálá jogou a semente de palmeira na terra. Obàtálá estava contente. Ele havia terminado a primeira parte do trabalho.
Ele começou a subir para voltar ao òrun, quando ele chegou foi recebido com festa. Todos estavam felizes. Obàtálá foi ver Olódùmarè, Ele disse que o trabalho foi um sucesso. Agora já existia ilè sobre as águas. Olódùmarè disse: boom! Ele enviou agemo para ver se a terra estava seca. Ele desceu pela corrente e pulou na terra cuidadosamente. Ele andou sobre ela muito vagarosamente, mas a terra ainda não estava seca. Ele voltou e disse para Olódùmarè que a terra ainda não estava seca. Eles esperaram mais um pouco. E enviaram agemo novamente. Ele veio, ele inspecionou de novo a terra. Ele voltou e disse para Olódùmarè que a terra já estava seca. E que a semente de palmeira já havia brotado. Olódùmarè chamou Obàtálá novamente E deu agora a ele òpásóró, Seu cajado. Como símbolo do Seu poder e de Sua autoridade.
Assim Obàtálá poderia usar seus poderes, de acordo com sua própria vontade. Ele deu para Obàtálá vários tipos de sementes: A semente ire, A semente awùn, A semente dòdo. Assim, os trabalhos da criação permitiriam a Obàtálá criar os seres humanos. E todas as espécies que povoariam o mundo: árvore, plantas, ervas, animais, aves, peixes etc. E todos os tipos de pessoas. Foi assim que ele aprendeu, E foi enviado para realizar estes trabalhos. Ele colocou tudo dentro do àpò-dídá e iniciou a descida novamente, quando ele chegou ao fim da corrente a palmeira já havia crescido. Ela estava encostada na corrente, Obàtálá desceu através da palmeira. Ele foi o primeiro Òrìsà a pisar na terra. No lugar em que ele pisou, Ele disse: ilè nfè (a terra está larga). Obàtálá viu que a terra já havia se espalhado, Ele pegou as sementes no àpò-dídá. Ele começou caminhar sobre a terra. Ele ia caminhando e espalhando as sementes. Obàtálá plantou todas as plantas que existem no mundo. Quando as árvores e as plantas cresceram elas formaram Igbó (mato, floresta). Ifè Oòyèlàgbò veio a ser o nome desse lugar. É por isso que Obátálá é chamado Bàbá Igbó.”
“..Eles estavam usando folhas. Que folhas eles estavam usando para Òrìsà? Àbámodá (folha-da-fortuna). Eles estavam recitando ofò. Àbámodá àbá mi kò se àìse. Àbámodá minha vontade será realizada. Àbá ti alágemo bá dá, l’òrìsà oke ngbà. Òrìsà Oke aceite a vontade do camaleão. É assim que Ifá ensina..”
“..Eles estavam felizes, eles estavam dançando, Eles estavam louvando Òrìsà. Ifá diz assim, Ejìogbè é isso.”
FONTE: Luiz L. Marins. Òrìsà dídá ayé: òbátálá e a criação do mundo iorubá. África, São Paulo. v. 31-32, p. 105-134, 2011/2012.
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A obì kón pè’sà Orí ò
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