Ossayin entrega as folhas a Ogún

Osanyin era um sábio conhecedor da magia das folhas.
Ele era chamado Onisegun, Dono da medicina.
Ele era chamado Agbenigi, O que mora nas árvores.
Ogun era um homem muito valente, e o que tinha de bravo tinha de inconsequente. Um dia Ogun foi para a guerra, mas na batalha sua bravura não foi o suficiente. Ogun perdeu, e quase morreu, tendo de voltar pra casa humilhado. Ele não se conformava, pois sua índole não admitia derrota. Ogun voltou para casa, andando pela mata, pois Ogun antes de ser um guerreiro era também um Odé. Ogun era o líder dos caçadores.
Ao andar pela mata ele foi avistado pelo sábio Protetor da floresta,  Osanyin. Osanyin perguntou a Ogun porque estava tão cabisbaixo já que Ogun não era um homem de se deixar abater.
Ogun e todos os Odé são amigos de Osanyin. Ogun contou a ele que voltava de uma batalha que havia perdido e mostrou a ele os ferimentos Que tinha sofrido. Osanyin pensou e pensou, até que resolvou ajudar Ogun. Ele deu a Ogun o segredo de sete folhas muito fortes.
Ewe Igi Opé, a folha de dendezeiro, que ao ser desfiada se torna Mariwo. O homem que se veste de mariwo é imune a feitiço.
Ewe Atoribé, a folha de Joboinha. Nenhuma flecha encontra o corpo de quem usa Atoribé.
Ewe Peregun, a folha de Dragoeiro liso (sem listras). A todo mal se afasta de quem usa o Peregun no corpo.
Ewe Ida-Orisa, a folha Espada de São Jorge. Nenhum lâmina corta o corpo daquele que sabe o segredo da Ida-Orisa.
Ewe Okika, a folha de Cajarana. A ponta da lança não pode perfurar o corpo de quem tem Okika.
Ewe Ojusaju, a folha Guine-Amansa-Senhor. A má intenção do inimigo não pode enganar quem sabe usar Ojusasu.
Ewe Ewuro, a folha de Boldo. A saúde de quem usa Ewuro é totalmente restaurada.
Osanyin deu todas estas folhas a Ogun e desde então ele ficou invicto. Ogun nunca foi morto por ninguém. Ate hoje nós saudamos Ogun com “OGUN YE!” Que significa “Ogun esta vivo!” Não existe Orisa mais sábio que Osanyin! Não existe Orisa mais forte que Ogun!
EWE ASA! As folhas funcionam!
Comidas do Candomblé, preparadas a base de vegetais

TEXTO RETIRADO DO FACEBOOK (AUTOR DESCONHECIDO)

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MEDICINA TRADICIONAL AFRICANA- Baba Guido Olo Ajaguna

Em nenhum período na História da Humanidade, esteve o homem sem algum tipo de Filosofia Médica, por mais curioso que isso possa parecer aos olhos da sociedade moderna. Nossos mais remotos ancestrais baseavam sua teorias médicas quase que inteiramente na magia, denominada entre o povo iorubá de idán, e tinham como certo, por exemplo, que a doença de um enfermo poderia ser transferida para um objeto inanimado como uma árvore ou mesmo para um animal. Os que detinham este poder eram denominados na antiguidade de bruxos ou feiticeiros e dentro da Cultura Iorubá, estes são chamados de Osó.
Por muito tempo, a medicina tradicional da África foi subestimada pela ciência ocidental. Hoje, séculos depois de descaso com as técnicas de cura africanas, pesquisadores do mundo todo começam a reconhecer a eficácia dos tratamentos desenvolvidos. Sobretudo com sistemas integrados de saúde, além de mais acessível e sustentável, a medicina tradicional tem-se provado preciosa na ajuda do combate a doenças como câncer, transtornos psiquiátricos, hipertensão arterial, vitiligo, cólera, doenças venéreas, epilepsia entre outros. De disciplina holística que envolve fitoterapia indígena e espiritualidade, a solução da medicina tradicional, diferente da filosofia do ocidente, não busca apenas a cura e a recuperação dos sintomas físicos, mas sim um equilíbrio entre paciente, ambiente cultural e mundo energético, procurando a reinserção social e psicológica do doente dentro de sua comunidade. As práticas e experiências da medicina são sabedorias passadas de geração em geração, com formações sociais que implicam em lições de procedimentos de diagnóstico, recursos medicinais, preparação de receitas médicas, administração dos medicamentos e, sobretudo, treinamento teórico, prático e espiritual adequado.
Outro princípio da Medicina Tradicional dos povos antigos, poderia ser chamado de Lei da Similaridade. De acordo com essa lei, acreditasse que seja possível determinar por certas características externa de uma planta, erva ou flor em particular, o tipo de doenças que se esperava que ela aliviasse ou curasse. Veremos mais adiante como a Medina Tradicional Iorubá, enquadra na referida Lei.
No centro da teoria primitiva está a doutrina de que a morte e a doença podem ser causadas por magia maléfica, por ordem de um inimigo contra uma pessoa ou comunidades. Um fato curioso que mesmo hoje existam comunidades no mundo para cujos os membros o termo “morte natural” não tenha significado, a morte sendo considerada como uma intervenção sobrenatural do processo da vida que normalmente continuaria para sempre.
O oficio de Onísègun, aqui denominado de “médico curandeiro”, preparavam suas receitas de uso medicinal denominados de oògùn baseados puramente nos elementos da natureza. Essa função exige deste um vasto conhecimento do uso das plantas para a preparação de receitas e remédios tradicionais; seus diversos nomes e as curtas frases, denominadas de ofò – encantação os quais enunciam suas qualidades terapêuticas. Essas encantações, definem a ação esperada da planta em questão comportam um verbo geralmente monossilábico que figuram no nome da planta, servindo assim para auxiliar a memorização, e que este “verbo atuante” da encantação pronunciada também, é uma das sílabas do nome da planta utilizada. O Onísègun se submetia a um longo e difícil aprendizado, já que uma mesma planta possuía nomes diferentes. Este se dava ao fato de caso a sílaba necessária para que uma receita ou ação se cumprisse não figurasse no nome da planta, este era substituído por outro nome onde a sílaba (verbo atuante) estivesse presente e, por consequência, outro nome era dado a mesma planta.
Na Medicina Ocidental o conhecimento do nome científico das plantas usadas e sua características farmacológicas são indispensável, contrário da Medicina Tradicional Iorubá, onde o conhecimento dos ofò transmitidos oralmente são o essencial, pois carregam em seu interior a definição da ação esperada de cada uma das plantas que entram na manipulação da receita. A Poesia Iorubá, inclui uma rima fonética, semelhante aos Mantras Hindu e essa rima fonética leva a força de realização do àse, induzido pela vibração mental daquele que o profere, afim de ativar as energias que necessárias para a elaboração dos complexos remédios e “trabalhos mágicos”. As rimas fonéticas serão pronunciadas rítmica e pausadamente ou simplesmente cantadas durante o processo de confecção de uma “medicina” em questão.
O Odù Ogbe Òtùrùkpòn nos revela que Òrúnmìlà saiu em busca de Òsányìn – A Divindade da Flora e da Fauna, habitante da floresta, Grande Sábio nos preparos de remédios e das magias, conhecedor dos encantamentos que davam suas poções curativas forças para vencer as enfermidades… ao que se sabe, ninguém poderia se aproximar de Òsányìn com risco de ser queimado com seus carvões incandescente… Òrúnmìlà tendo o devido conhecimento da questão, consulta o oráculo e realiza as oferendas determinadas por Ifá… neste citado Odù, Òrúnmìlà recolhe várias folhas e com estas prepara um Àgbo – De cocção vegetal e sai em busca do “Senhor das Folhas”… ao encontrar Òsányìn como de costume com todos aqueles que atrevessem entrar em seus domínios, lança suas brasas em direção a Òrúnmìlà, entretanto a sua frente encontrasse um pote com o líquido extraído das plantas e todas as brasas lançadas não atingiam Òrúnmìlà a não ser cair dentro do pote apagando-se por completo… foi então que Òsányìn indefeso contra Òrúnmìlà celebra um pacto em ajudá-lo a combater a todas as enfermidades, mas que em cada um dos preparos com o “sumo das folhas” deveria haver um carvão incandescente para transmitir a este “trabalho” o àse de Òsányìn…
Òsányìn passa a ser o principal assistente de Òrúnmìlà, mas de vez em quando, ousava em não obedece-lo, se escondendo na mata e não realizando os serviços ordenados por Òrúnmìlà. Essa não subordinação, se dava ao fato de que Òsányìn é o verdadeiro conhecedor das virtudes e das propriedades medicinais e mágicas das plantas e as vezes Òsányìn se sentia usado por Òrúnmìlà. O Odù Ìròsùn Òsé, menciona que Sàngó tomando conhecimento do fato de Òsányìn estar escondido de Òrúnmìlà na mata, este envia vários raios que atingem o deixando deformado e assim Òsányìn jura obedecer para sempre as ordens de Ifá. Após o fato ocorrido, fica estabelecido que Òsányìn para entregar seu poder completo, deveria expor ao fogo e ao calor as preparações medicinais.
Através dos tempos a Medicina Tradicional tem sido substituída pela Medicina Moderna e assim substituindo os remédios naturais e a Ciência da Curar, dos quais legaram nossos antepassados, por remédios sintetizados em laboratórios. Em todas as partes do mundo a Medicina Natural existe à séculos, mas não podemos negar o fato de que a Medicina Tradicional mais completa e exata conhecida é a Medicina Iorubá. A Medicina Iorubá está ressaltada por seu caráter científico , por sua ampla diversidade, sua lógica e sobretudo, pela beleza poética atribuídas aos encantamentos, que como vimos, dão o poder vital e mágico aos preparos medicinais.
Todas as enfermidades proveem de um vírus ou bactérias e esta palavra na Medicina Tradicional Iorubá significa “veneno”, baseado no sentido da toxina liberada por esses micro-organismos.
O Odù Òyèkù Ogbe, cita… Ode s’àpo yo ro Òsányìn m’oya tu àpo yo oògùn… “O Caçador abre a sacola e saca o veneno, Òsányìn abre a bolsa e saca o antídoto”
Esta metáfora significa que “cada veneno tem seu antidoto” e “cada enfermidade tem sua cura”. Esta Tradição Oral está especificamente no princípio da polaridade das Leis Herméticas e que neste caso pode-se afirmar categoricamente que através do mesmo “veneno” se elabora o “antídoto” como no caso das vacinas. Os que praticam a Medicina Tradicional Iorubá, acreditam que as enfermidades estão contidas em pequenas bolsas dentro do corpo, entende-se que essas “bolsas” são as centenas de glândulas espalhadas pelo corpo inteiro e que devido a vários fatores, tais como o consumo excessivo de álcool, substâncias tóxicas, exposição a substâncias cancerígenas, aqueles que excedem os limites de sua capacidade humana; quando isso e outros fatores ocorrem, essas “bolsinhas” se rompem, liberando os micro organismos na corrente sanguínea, que desencadeiam a doença até então inerte.
A principal base da Medicina Tradicional Iorubá, está estruturada na crença de não somente curar a doença como o de aniquilar estes micro organismos quando ainda estão inativos. Para que os remédios sejam eficaz, devem empregar uma combinação de substâncias amargas – o koro, picantes – o ta e ágria – o kon. Preparos esses que podem serem aplicados no corpo ou ingeridos de acordo com a receita prescrita, pois as substâncias que contém estas combinações matam os germes causadores de diversas enfermidades. Muito comum, observar nas mais diversas receitas de remédios tradicionais, a adição de ovos de aves, substâncias adocicadas e alcoólicas, pois essas substâncias tem o poder de atrair e agrupar os germes, seria como uma espécie de armadilha, para que os micro organismos “consumam” os ingredientes do medicamento e possam ser exterminados. Ao mesmo tempo cada remédio dentro da Medicina Tradicional, contém substâncias purgativas e depurativas do sangue, com a finalidade de provocar rápida e abundante evacuação intestinal e urinária para que os excesso de toxina viral seja liberada do corpo.
Se faz notar que quase todas as preparações da Medicina dos Iorubá incluem noz-de-cola – Obí e veneno-amargo – Orógbó, pois a princípio o sabor dessas sementes são adocicadas, em seguida apresentam um forte sabor amargo. Também utilizam pimenta-da-costa – ataare dos quais apresentam um sabor doce-picante que “camuflam” o sabor de outras substâncias.
A preparação de um determinado remédio, a princípio por determinação de Ifá, que através das figuras – Odù, revela a enfermidade que se padece, e prediz como curar e ou mesmo preveni-la, da mesma forma que os Ocidentais os Iorubás acreditam que “a prevenção é melhor do que a cura”. Nesta consulta oracular, será revelado as proibições e os tabu, denominados de eèwò numa espécie de “dieta”. Dentro do filosofia de Ifá, os eèwò pertencem aos Valores Éticos e Morais da Religião, violar uma proibição é cometer um sacrilégio, neste contexto devemos entender que afrontar um eèwò faria com que as doenças propensas se manifestem prontamente no individuo. A maior parte dos religiosos de nossa religião, baseiam-se no fato de determinar um tabu alimentar, pela forma que este molesta o corpo do individuo, seja uma indigestão, diarreia ou uma reação alérgica; sendo este um conceito equivocado, já que quando se estabelece um eewò é possível que este quando violado não faça mal algum de imediato, mas depois de um longo período este se manifeste de várias formas, inclusive em uma doença que poderia ter sido evitada com a obediência prescrita e determinada por Ifá.
Dentro da Medicina Tradicional, para a cura das mais diversas enfermidades se utilizam todos os elementos da natureza, ou seja, tudo aquilo que existem no Reino Animal, Vegetal e Mineral, e se fará uso de cada ingrediente, partindo como base as particularidades de cada Reino, a vibração ou a energia específica que os caracterizam. Para um melhor entendimento, se um individuo padece de uma enfermidade provocada pela ingestão de água infectada, deverá recorrer a certas plantas que vivem precisamente nesse meio ambiente, o que poderia retomar o pensamento de que o “veneno se transforma em antídoto”; da mesma forma que plantas de folhas e flores de coloração vermelha, são utilizadas para o preparo de remédios com a finalidade de curar enfermidades no sangue; plantas que florescem com suas flores amarelas, são utilizadas para o tratamento da icterícia; plantas cuja as folhas apresentem manchas tem a propriedade de curar várias doenças de pele; plantas de características ásperas, de coloração verde escura e com pequenos pontos pretos, tem a propriedade de curar a anemia. Todos esses métodos representavam uma percepção de que o meio ambiente tem “intenção e significado” e que os segredos da boa saúde se encontravam dentro dos limites do entendimento humano. Cabe salientar que as plantas dentro da Medicina Tradicional e da Litúrgica dos Iorubás são classificadas em quatro compartimentos: Folhas da Água, Folhas do Ar, Folhas da Terra e Folhas do Fogo.
Existem várias formas de preparações dentro da Medicina Tradicional, cito as cinco mais utilizadas:

ÀGÚNMÚ (Àba – porção + Gúnpò – macerar + Mú – beber) Como seu nome indica, este tipo de manipulação, consistem em certo ingredientes que após serem triturados em um almofariz, são secos ao sol, pulverizados e ingeridos com algum tipo de líquido.
ÈTÙ ( pó medicinal ) significa “medicina queimada”; este é o produto de certos ingredientes incinerados ao fogo lento que deve ser movido constantemente. Utilizado para ingeri-lo com algum tipo de líquido ou mel-de-abelha. Também se utiliza para colocar em pequenos cortes pelo corpo, denominados de gbéré.
ÀGBO (decoção vegetal) Este elaborado e complexo preparo não consiste somente em plantas e sim nos mais diversos ingredientes, inclusive o sangue de determinados animais. Existem duas classificações deste preparado:
ÀGBO TUTU – macera as folhas em um pilão, acrescenta-se os demais ingredientes, onde são deixados a descansar por um período em água, que podem variar dos mais diversos lugares.
ÀGBO GBÍGBÓNÁ – o mesmo procedimento anterior, porém são depositados em água fervente numa espécie de infusão. Neste são utilizadas determinadas espécies de plantas, pois sabemos que algumas delas são vetados o ato de calor. Aqui não trata-se de ferver ou cozinhar as plantas o que destruiria boa parte de sua propriedades mágico-medicinais. Ambos os tipos de preparos são prescritos para beber, banhar-se ou mesmo lavar apenas uma parte do corpo.
ÀSÈJE (Àba – porção + Sè – cozinhar + Je – comer) seu nome indica, cozinhar e comer, significa em outras palavras, alimento medicinal. Este preparo a base de pó com um ou mais ingredientes, são preparados numa espécie de caldo quente, que deverá conter, azeite-de-dendê, cebola, pimenta e sal. Esta sopa se assim podemos denominar, irá acompanhada com pedaços de inhame ou qualquer outro tubérculo, pedaços de carne vermelha ou branca, mas sempre em pratos separados, pois o recipiente do caldo deverá estar na mão esquerda, como em todas as preparações dentro da Medicina Tradicional e utilizará a mão direita para consumir os demais alimentos que acompanha a refeição medicinal.
OSE DÚDU (sabão medicinal) também conhecido popularmente como sabão-da-costa do qual serve de base para a maioria dos sabões medicinais. Sua coloração escura se da ao fato de ser elaborado com o óleo escuro de certas sementes e ingredientes pulverizados. Se utiliza para banhos, mas em determinadas ocasiões é preparado especialmente para lavar a boca em minúsculos pedaços sem ingerir ou mesmo sem enxaguar a boca. Neste tipo de “medicina” a mucosa da boca irá absorver as propriedades medicinais.

Cada tipo de medicina deverá ser preparada, através das indicações de Ifá, pois o remédio que cura um individuo, poderia ser prejudicial a outro. Também temos que levar em conta, que muitos dos ingredientes utilizados são antagônicos ou contrários entre si e não devem ser mesclados uns com os outros, pois se corre o risco de em vez de remédio confeccionar um veneno. Outras observações que deve ser feita, é a questão de muitas plantas utilizadas na Medicina Tradicional são consideradas tóxicas e altamente venenosa, então nesta se presta maior atenção na quantidade a ser utilizada na manipulação.
Podemos concluir que para se praticar a Medicina Tradicional dos Iorubás, necessita o Conhecimento, o Entendimento e a Sabedoria milenar de um povo naturalista, que detém o segredo das plantas, elementos naturais, assim com suas combinações precisas, encantamentos e rezas que dão a manipulação uma energia mítica para um perfeito e harmonioso funcionamento do qual consiste em segredos legados aos Babaláwo e aos Olúwo Òsanyìn.

Baba Guido Olo Ajaguna

TEXTO ESCRITO POR Baba Guido Olo Ajaguna

DISPONÍVEL NO SITE: http://oduduwaaremu.blogspot.com/2015/07/medicina-tradicional-ioruba.html

 

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JUREMA SAGRADA

E a Jurema tem folha, tem conhecimento e força. Você conhece a Jurema?


Mimosa hostilis

“Vamos beber Jurema
Vamos beber na mesa de Juremá
Meu camarada bebe só um golinho
Só um golinho pra não se embriagar”

 

Jurema Sagrada

jurema preta-Mimosa hostilis

Fundamento da Jurema Sagrada

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TAMBA TAJA 2- PATIÒBA (Xanthosoma atrovirens appendiculatum)

 

A lenda do tamba taja

Possuindo uma heráldica, uma tradição cativante que o recomenda às preferências domésticas, já pelo talho ornamental, já pelos irresistíveis dotes talismânicos, o tajá é visto em profusão nas casas de família de Belém e Manaus e espalha-se pelas habitações de todo o interior, graças aos poderes secretos que lhe emprestam os mestres da pajelança local.

O tajá “curado” ou trabalhado nos segredos e mistérios da bruxaria, constitui-se num inestimável auxiliar e protetor de seus possuidor, podendo ser usado para felicidade, amor, sorte ou caça e até prender o ser amado.

Nunes Pereira escreve:

“As virtudes dos tajás dos macuxis são incontáveis como seus tipos. Há tajás para defender a casa e a roça indígena; tajás para fazê-lo bom caçador e bom pescador; tajás para torná-lo invisível aos inimigos e mesmo aos astutos do cruel Kemé; Tajás contra fadiga; tajás para vencer todas as provas; tajás que o faz querido das mulheres.”

Osvaldo Orico, já lhe confere outros predicados:

“A mais bela versão é emprestada ao tajá-sol. Possui este, no centro da folha, uma grande mancha vermelha com formato de coração, cercado pela moldura verde. Quando os índios estavam longe da amada e sentiam necessidade de vê-la, recorriam a um processo mais veloz que o aeroplano e menos dispendioso que a televisão. Gritam o nome da pessoa desejada no centro do tajá do sol. E logo, a imagem do ente querido aparecia na parte rubra da folha, como um espelho incendiado pelo poder da ausência.”

FONTE: http://curumim-anorkinda.blogspot.com/2009/02/tamba-taja-possuindo-uma-heraldica-uma.html

 

O encanto dos Tajás

Extraído e adaptado de Jangada Brasil

Não é apenas pelo seu feitio decorativo que o tajá (Caladium bicolor) é festejado na Amazônia como planta de estimação. Mais do que pela esbelteza das folhas, pela graça e pela elegância do corte, pela simplicidade geométrica das linhas, ele possui segredos e mistérios que só a alma cabocla entende e aprecia.

Enorme é a variedade dessas plantas que formam as vistosas e esmeradas toiças da planície: tajapeba, com a sua raiz chata; o tajá-piranga, de uma coloração vermelha, belo aspecto, perigoso pelo veneno, e cujas raízes eram utilizadas pelos indígenas do Uaupés como o castigo para as mulheres curiosas que se atreviam a espiar as cerimônias maçônicas do Jurupari, o tajá-pinima, o tajá tatuado, cheio de manchas; o tajá grande, o tajá preto, o tajá-de-sol, o tajá membeca, o tajá-puru, este a espécie mais sugestiva e preferida pelas virtudes que lhe são atribuídas às raízes de fazer-nos felizes nos amores e afortunados e bem sucedidos na caça e na pesca.

Possuindo uma heráldica, uma tradição cativante que o recomenda às preferências domésticas, já pelo talho ornamental, já pelos irresistíveis dotes talismânicos, o tajá é visto em profusão nas casas de família de Belém e Manaus e espalha-se pelas habitações de todo o interior, graças aos poderes secretos que lhe emprestam os mestres da pajelança local.

Possuem os tajás uma história poética, uma origem lendária, que Nunes Pereira colheu no alto do Rio Branco e divulgou no primeiro número do Boletim da Sociedade Felipe d’Oliveira – Lanterna verde. Vai aqui um resumo:

Esses índios macuxis, que viviam ao sabor das hordas inimigas, sem pouso certo, ora às margens do Uraricuéra, do Kuting e do Surumuru, ora insulados em Maracá – eram o mais doloroso atestado de fraqueza e covardia entre o espetáculo de bravura das tribos circunvizinhas.

De quando em quando os purukotós, os rekunas, os talipangs, os wapischauas topavam-nos, em pequenas guerrilhas, onde nem sequer as menores destrezas épicas sobressaiam, e lá se iam eles fixar novas malocas e tabas, foragidos do antigo pouso solitário para buscar na fortaleza da terra aquilo que o braço lhes negava.

Não tinha tantas mulheres nem irmãos, e o amor não morava entre eles como uma coisa pura e sagrada.

Veio, porém, para a raça desprezível dos macuxis o seu dia de redenção.

Pakalamoka, sem que ninguém soubesse, saiu de sua taba, sorrateiro e solerte, e foi buscar a salvação da tribo nos conselhos da Mãe-do-Mato. Contou as misérias da sua gente, falou dos combates desesperados e trágicos, dos quais voltavam reduzidos, na vileza das fugas precipitadas.

A Mãe-do-Mato esqueceu as sementes que andava a enterrar pelos desvãos da floresta e ensinou ao índio o meio de livrar o povo enfraquecido das doenças e do Keyemé para que dominasse a terra nos milagres do amor e da vida.

Quando a lua clareou a planície, já encontrou Pakalamoka a caminho de um campo aberto, onde as palmeiras não flabelavam os leques felizes e onde existia um lago que há muito não dessendentava os animais dos arredores.

Quase ao fim da jornada, o índio deparou um bando alacre de korotoikós voando em direção à lua em terrível algazarra.

Pakalamoka fixou a que voava mais alto, e arremessou-lhe a flecha certeira. A ave caiu adiante. Ele se aproximou, reuniu-lhe em torno do capim tostado de sol e galhos partidos pelo vento, e, friccionando duas pedras de fogo que trouxera, inflamou os gravetos e a grama, e a fogueira se elevou pela noite clara.

Pakalamoka deitou-se perto e dormiu.

Pela manhã, quando Pakalamoka acordou – informa o narrador – em redor dele e dentro e em redor do lago, se aglomeravam os tajás que as macuxis hoje conhecem – com folhas de vários feitios e cores deslumbrantes.

E todos esses tajás tinham virtudes especiais.

E o novo pajé, que se tornou Pakalamoka, deles se servia preferentemente.

Havia o tajá, que defende a roça e a casa do índio.

Havia o tajá, que torna o índio bom caçador e bom pescador.

Havia o tajá, que torna o índio invisível aos inimigos e aos olhos mesmo do Keyemé.

Havia o tajá, que o poupa das fadigas da guerra, da pesca, da caça e das viagens.

Havia o tajá, que o faz ganhar nas provas e nas lutas tradicionais da tribo.

Havia o tajá, que o faz querido das mulheres…

Pakalamoka arrancou os tajás (como lhe ensinou a Mãe-do-Mato) necessários ao trabalho, à saúde, à paz, aos amores e à felicidade dos macuxis, levando-os para o seu povo.

E é por isso que a tribo se fez numerosa, dela fogem os seus inimigos, nunca lhe faltam os peixes e a caça, cessaram as doenças e os índios e as índias têm filhos robustos”.

 

Tamba taja (Foto por Reginaldo Fernandes de Melo)

É variada e encantadora, na Amazônia, a superstição do tajá. Existe na família das aroideas uma profusão de espécies que se prestam, admiravelmente, às abusões do povo. Entre estas, vale citar o tajá-cobra. Diz-se que protege a casa contra os ladrões. Uma folha, posta na parede, estende-se em volta e toma conta do domicílio. Se este é visitado por gatunos, o tajá-cobra reconhece o meliante e dá-lhe o bote, tal como o faria uma serpente. História semelhante é atribuída ao tajá-onça.

A mais bela versão é, entretanto, emprestada ao tajá-sol. Possui este, no centro da folha, uma grande mancha vermelha com o formato de um coração cercado pela moldura verde. Quando os índios estavam longe de sua amada e sentiam a necessidade de vê-la, recorriam a um processo mais veloz que o aeroplano e menos dispendioso que a televisão. Gritavam pelo nome da pessoa desejada, no centro do tajá-sol. E logo a imagem do ente querido aparecia na parte rubra da folha, como num espelho incendiado pelo poder da ausência.

No nosso folclore musical existe, hoje, uma linda canção, composta por Waldemar Henrique sobre informações de Nunes Pereira, intitulada Tamba-tajá. É outra deliciosa lenda de fundo nativo, refletindo o amável fabulário que o índio teceu em torno da heraldíca dos nossos tinhorões.

 

 

“Tamba-tajá, me faz feliz.

Que meu amor me queira bem.

Que o meu amor seja só meu,

de mais ninguém

que seja meu,

todinho meu,

de mais ninguém.

 

Tamba-tajá, me faz feliz,

assim o índio carregou sua macuri

para o roçado, para a guerra, para a morte,

assim carregue o nosso amor a boa sorte.

 

Tamba-tajá, me faz feliz.

Que mais ninguém possa beijar o que beijei,

Que mais ninguém escute aquilo que escutei,

nem possa olhar dentro dos olhos que eu olhei,

Tamba-tajá, tamba-tajá”.

Tipos de tamba taja, também conhecidos como tinhorão ou caladium

FONTE: http://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:http://herbologiamistica.blogspot.com/2015/01/o-encanto-dos-tajas.html

 

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TAMBA TAJA- PATIÒBA (Xanthosoma atrovirens appendiculatum)

As plantas curadas e os tajas encantados.

 

 

 

Tamba taja

Conta uma antiga lenda que a esposa de um índio da tribo Macuxi, ficou paralítica depois de ser acometida por uma grave doença. Apaixonado pela mulher, o índio construiu uma tipoia especial e passou a carrega-la nas costas para onde quer que fosse.

Um dia, enquanto caminhava com ela pela floresta, percebeu algo errado. Ao desamarra-la das costas, descobriu com tristeza que a esposa havia falecido. Despedaçado, o índio cavou uma enorme cova, e nela enterrou-se junto com a amada.

Tempos depois, na lua cheia, do exato lugar aonde o casal estava sepultado, brotou uma planta totalmente desconhecida da tribo: era o Tamba-Tajá, um vegetal de folha verde escuro na frente e que no verso carrega outra folha menor, cujo formato possui certa semelhança com a forma do órgão genital feminino. Do amor do casal de índios, nascera aquele tajá encantado!

No Pará, uma crença muito forte, afirma que quem cultiva algumas espécies plantas, tais como os Tajás, só precisa “curá-las”, para que possa libertar um espírito guardião, que existe dentro delas. A partir do momento em que é libertado, esse espírito passa a proteger o lugar onde vive, afugentando intrusos e outras visitas inesperadas.

O termo “curar” utilizado neste caso, refere-se a uma espécie de feitiço que se faz na planta, através da prática frequente de regar seu pé, com a água que se usa para lavar a carne, e também com cachaça.

Muitas pessoas que dizer ter visto o espírito do guardião, descrevem-no como um enorme índio, de olhar severo. Há também quem afirme ter visto um homem alto e forte, comparando-o a um guerreiro africano.

Várias plantas, são utilizadas para essa finalidade, mas algumas das mais “curadas”, além do Tamba-Tajá, são, a Espada de São Jorge, o Rio Negro e o Comigo-Ninguém-Pode.

Para quem quer arriscar-se a “curar” uma dessas plantas, fica o aviso: depois de ser desperto, o espírito do vegetal, passa a aparecer, independente da vontade de quem o “curou”.

FONTE: FACEBOOK

 

 

OS TAJÁS, AMULETOS DO AMOR

O caboclo amazônico tem para sua contemplação a pujança e a beleza da floresta. Assim, nada mais natural que encarnasse seu imaginário em árvores e plantas bem como atribuísse às mesmas poderes sobrenaturais.

Não é apenas pelo seu feitio decorativo que os tajás são festejados na Amazônia como planta de estimação. No vocabulário botânico são conhecidas como tinhorões ou calúdios.

Mais do que graça e beleza os tajás possuem segredos e mistérios que só a alma cabocla entende e aprecia.

O Tambatajá, palavra derivada do tupi – Tãbata’ya – é uma trepadeira vertical das matas úmidas. O verde é brilhante. Na parte inferior de suas folhas maiores, têm outra folha menor, com interior às vezes avermelhado.

São de grande variedade no Brasil: tajá preto; tajá-panema; tajá-embá; tajabeda; tajapeba; tajá-pinima; tajá-pintado; tajá-vermelho; tajá-puru; tajá-piranga; tajá-de-sol; tajá-membeca etc.

Aos tajás correspondem atributos. Por exemplo, quem carrega uma raiz de tajá-puru garantirá muita sorte e sucesso na caça e na pesca.

O tajá é visto em profusão nas casas de Belém e Manaus e espalha-se pelas habitações de todo o interior, graças aos poderes secretos que lhe emprestam os mestres da pajelança local.

O tajá para ter poderes, precisa passar por uma preparação de acordo com a finalidade almejada. Normalmente, deve ser regado todas as sextas-feiras de lua nova ou cheia.

Os que conhecem a lenda do Tambatajá sabem a narrativa do surgimento dessa planta e o porquê da população amazônica ribeirinha creditá-la como amuleto do amor.

Em virtude dessa crença o caboclo da Amazônia costuma cultivar esta curiosa planta, atribuindo-lhe poderes místicos. Um deles, por exemplo, é que se em determinada casa a planta crescer viçosa e com folhas exuberantes, trazendo no seu verso a folha menor, é sinal que ali existe muito amor; mas se nas folhas grandes não existirem as pequeninas, então o amor não está presente naquele lar. Por outro lado, se porventura a planta apresentar mais de uma folhinha em seu verso, é sinal de que então existe infidelidade entre o casal.

 

 

Tamba taja_Ilustração de @angelim_anjosart

A LENDA DO TAMBATAJÁ

A lenda do Tambatajá é sobre o amor entre índios de tribos inimigas.

Existia, certa vez, um casal de índios tão apaixonados como nunca houvera naquela região. Uiná, belo e corajoso guerreiro da tribo Taulipang e Acami, linda cunhã da tribo Macuxi.

Acontece que as duas tribos eram inimigas, o que tornava o amor impossível. Entretanto, os jovens índios enfrentaram os costumes porque seu amor era muito maior que preconceitos.

Praticamente expulsos de suas tribos, foram morar do outro lado do rio Tucutu, onde viviam uns parentes do índio. E nunca se separavam: se ele ia pescar, ela ia também; se ela ia banhar-se, ele ia também, se ele ia para a roça ou caçar, ela ia também.

Mas a felicidade do casal não iria durar muito. Acami ficou grávida e seu filho nasceu morto. Ficou tão fraca que não conseguia caminhar direito, até o dia em que não conseguia mexer as pernas. Uiná então recolheu talos de palmeiras e gravetos e fez uma espécie de maca. Todo o dia amarrava Acami à maca e a carregava em suas costas onde quer que fosse.

Certo dia saíram pelo campo e não voltaram. Alguns foram à procura do casal e, só depois de muitos dias, encontraram: o arco, as flechas e o perequeté (sandália usada pelos índios para andar nas matas) do índio: a tanga, os brincos e as pulseiras da índia.

Entretanto, também ao redor desses pertences, encontraram moitas de um verde brilhante que jamais haviam visto.

Do corpo da índia e do companheiro, teria nascido aquela planta. Era o Tambatajá. Suas folhas eram duplas, em cima, a folha maior, representando Uiná e sob ela, uma folha menor, no formato de um órgão sexual feminino, representando Acami.

Foi assim que nasceu o Tambatajá. A população amazônica ribeirinha acredita que a planta age como um amuleto do amor

O Tamabatajá é o real, é o concreto dessa lenda do amor impossível de ser superado quer na vida ou na morte.

Um amor que,  como a planta Tambatajá, é mortal, mas, ao mesmo tempo, é imortal porque continua renascendo.

Uiná e Acami não morrem. Transfiguram-se ao renunciarem à vida para gerar o Tambatajá, planta que nasce e renasce em sucessivos rebrotar.

A representação do amor pelo Tambatajá não é de uma figura isolada de homem, ou de mulher, mas a reunião do casal numa unidade.

Mais do que o amor rebelde de Romeu e Julieta separados pela morte, os amantes indígenas dessa lenda amazônica encarnam um amor que vence a morte.

Uiná e Acami não morreram vivem para sempre encantados no Tambatajá.

 

FONTES: Livro – “Cultura Amazônica ” – de João de Jesus Paes Loureiro; e alguns sites , destacando-se Wikipédia.

 

 

Tamba taja, também conhecido como tinhorão ou caladium.

Tambatajá

Com a beleza da floresta,

com a grandeza dos rios,

a Amazônia tece a festa

de lendas em fios.

 

Nem a noite, nem o dia,

nem o sol, nem o luar,

coisa alguma existia,

que os fizesse separar.

Aonde um ia o outro ia,

como sombras a namorar.

 

Partiram um dia,

para nunca mais voltar.

Junto ao que lhes pertencia,

os que saíram a procurar,

viram os dois a se amar,

encantados num Tambatajá.

 

Ele, taulipang, ela, macuxi.

Ela, Acami, ele, Uiná.

Amor que venceu a morte

e renasceu no Tambatajá,

amor que venceu a morte

e renasceu no Tambatajá.

FONTE: https://www.recantodasletras.com.br/artigos/1436264

 

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MANUSCRITO ERVAS MEDICINAIS

Manuscrito-ilustrado-de-ervas-medicinais

Escrito há 1000 anos, o manuscrito ilustrado de ervas medicinais é disponibilizado online

Apesar de a medicina ocidental ter se especializado na criação de fármacos produzidos a partir de processos complexos, houve um tempo em que todos os tratamentos eram feitos com compostos naturais, especialmente ervas e outros alimentos. E um dos guias mais antigos que se conhece sobre essas práticas acaba de ser disponibilizado na internet.

A Biblioteca Britânica é a detentora da única edição do guia, um manuscrito que, acredita-se, foi escrito no século XI e em inglês antigo, também conhecido como anglo-saxão, uma forma primitiva do idioma inglês que conhecemos hoje. O livro é repleto de ilustrações das substâncias que, segundo os autores, podiam resolver dezenas de problemas.

Alcachofras cozidas em vinho eram usadas para acabar com o mau odor corporal, por exemplo, enquanto dores no peito eram combatidas com raiz de alcaçuz. Cada artigo inclui uma ilustração, o nome da erva ou animal em diferentes línguas antigas, descrições dos problemas que cada substância pode tratar e instruções para encontra-los e prepara-los.

Alison Hudson, pesquisadora da Biblioteca Britânica responsável pelo projeto de digitalização, diz que não se sabe com certeza como o guia era utilizado ou por quem ele foi escrito, mas o estilo da produção faz com que historiadores a associem aos monastérios de Winchester e Canterbury.

O guia está disponível online para acesso gratuito aqui, e, ainda que o inglês antigo dificulte a compreensão, é interessante para entender como os antigos europeus faziam para enfrentar problemas que até hoje a medicina não conseguiu resolver. Sem falar nas ilustrações incríveis, claro.

FONTE DO TEXTO: Revista Prosa Verso e Arte

VISUALIZAR MANUSCRITO

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DOCUMENTÁRIO FOLHAS ENCANTADAS- ILE ASÉ OPO AFONJA

Omodé kékeré e nse ni kolá a, e nse ni kolá a
E Olórun fun alase, e nse ni kolá a.


Omodé kékeré e nse ni tútú, e nse ni tútú
E Olórun fun alase, e nse ni tutu


Omodé kékeré e nse ni lasun, e nse ni lasun
E Olórun fun alase, e nse ni lasun


Omodé kékeré e nse ni soro, e nse ni soro
E Olórun fun alase, e nse ni soro

 


“Pequena criança, você está recebendo riquezas e frescor. Você está crescendo e realizando a cerimônia. Olorun lhe cobrirá com axé.”

 

Iyawo- Início de tudo..

 

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Mãe Stella de Oxóssi- “O que as folhas cantam (para quem canta folha)”

 

Fonte: http://mundoafro.atarde.uol.com.br/wp-content/uploads/2014/10/Mae-Stella-6-editada-300x261.jpg

Livro de Mãe Stella de Oxóssi

 

Iyá Stella de Oxossi/ Fonte: Fonte da foto: http://mundoafro.atarde.uol.com.br/wp-content/uploads/2014/10/Mae-Stella-6-editada-300x261.jpg

 

 

 

 

 

Ela será para sempre lembrada, não apenas por sua belíssima e vasta obra literária, mas principalmente, por sua força enquanto Iyalorisá, filha de Oxóssi, Ode Kayode..

“O que as Folhas Cantam (para quem canta folha): O preconceito, sobre qualquer tema só pode ser minimizado através do conhecimento. É com este principal objetivo que Mãe Stella de Oxossi lança este livro revelando o saber filosófico e religioso do povo de candomblé.

A obra revela a sabedoria contida em mais de sessenta cânticos da língua yorubá, através da tradução para o português. O livro, que tem 272 páginas, é de fácil compreensão, pois além de conter ilustrações de todas as folhas, tem para cada uma delas o nome científico, popular e yorubá.

Osanyin é o orixá das plantas. As folhas, assim como toda natureza, têm para o candomblé uma importância fundamental, são fonte de ensinamento e de cura. Mãe Stella conta, através de cantos e mitos, sobre a beleza e a força do culto às folhas e o cotidiano do terreiro do Ilê Afonjá.”

Fonte: http://g1.globo.com/bahia/noticia/2014/09/mae-stella-de-oxossi-lanca-livro-e-reinaugura-biblioteca-em-salvador.html

 

 

 

 

“Os rituais do candomblé são sempre envoltos em mistérios, porém nada é mais misterioso do que a própria vida.  Os véus que encobrem os mistérios vão sendo retirados gradativamente a depender da necessidade e da evolução da humanidade.

O livro o que as folhas cantam (para quem canta folha) revela a filosofia religiosa do ritual Sàsàn Yìn, o qual visa acordar o poder das folhas para que elas sirvam como remédio para o corpo, alma e espírito. Ele é composto por mais de sessenta cânticos na língua yorubá com suas respectivas traduções, além de vários mitos referentes aos orísa e plantas. A classificação científica de cada planta serve para que o leitor possa fazer substituições necessárias (e responsável), a depender da região que ele more. Visando facilitar ainda mais a compreensão do livro, existem três anexos através dos quais se pode identificar a correspondência entre o nome científico das plantas, seu nome na língua yorubá e a forma como é popularmente conhecida no terreiro Ilé Àse Opo Afonjá/Bahia. O vocabulário inserido no final do livro ajuda a despertar o interesse no estudo da língua yorubá, principalmente para adeptos do candomblé. Sem compreender o significado do que se fala e se canta fica muito mais difícil o aperfeiçoamento do indivíduo.

A Íyálorísa Mãe Stella de Òsósi inova sempre para estimular as pessoas a se renovarem constantemente.”

 

Editora: Ossos do Oficio

Participações: Maria Stella de Azevedo (autor), Graziela Domini Peixeto (autor), Adriana de Castro (revisor), Alessandra Paola Caramori (supervisor), Rose Vermelho (projeto gráfico), Rita Honotorico (coordenador), Cesário Francisco das Virgens (revisor) e Angela Maria Botelho Fonseca (revisor)

Edição: 1

Altura: 0 cm

Largura: 0 cm

Ano: 2014

ISBN: 9788568431009

Nº de Páginas: 272

 

 

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Candomblé e Meio Ambiente, uma parceria antiga,

 

Renascidos das folhas

Com o crescimento da nossa religião, e o surgimento de novas casas de candomblé e umbanda, a utilização das áreas verdes remanescentes se refletem muitas vezes em um problema ambiental. O dilema está em como continuar utilizando esses espaços sem aumentar ainda mais a sua degradação. Nessa hora devemos recorrer ao conhecimento deixado por nossos mais velhos e também ao bom censo. Antes de sair de sua casa se pergunte: Será que essa oferenda não pode ser depositada junto ao igbá do orixá que se quer agradar, no próprio Ilé Asé? Alguns filhos ou clientes podem não possuir um assentamento individual, nesse momento deve-se relembrar o conceito que os nossos ancestrais africanos tinham de EGBÉ, ou seja comunidade. Para eles a energia era entendida de forma coletiva, ou seja “um por todos e todos por um”. Exemplificando, quando o Ogun da casa (do Egbé) era cultuado o axé desse orixá seria dividido para todos os membros da comunidade. Esse conceito é bem interessante, uma vez que diminui os custos financeiros e ambientais, uma vez que a quantidade de resíduos produzidos é bem menor. Por outro lado o asé, quando compartilhado, tende a ser bem maior pois a união nos torna muito mais fortes.
Caso Ifá determine que a oferenda PRECISA ser levada para fora do Ilé Asé devemos tomar os cuidados necessários para que ao final da obrigação o meio ambiente esteja o mínimo degrado possível. Assim evite deixar garrafas, copos e vasilhas. Esú adora um otin, entretanto a garrafa não precisa permanecer no local. Osun adora espelhos e pentes, mas será que ela iria ficar feliz em ver o seu rio todo poluído, com os seus peixes morrendo contaminados? PENSE e REFLITA! Os elementos utilizados nos ebós sempre (ou quase sempre) poderão ser substituídos por outros menos impactantes ao meio ambiente.

 

ALGUIDAR DE FOLHAS- Fonte: http://institutonangetu.blogspot.com/2016/04/alguidas-de-papel-e-de-folhas-para.html

ALGUIDAR DE FOLHA Fonte: http://institutonangetu.blogspot.com/2016/04/alguidas-de-papel-e-de-folhas-para.html

ALGUIDAR ECOLÓGICO de folhas e papel com goma de tapioca, também conhecido como fécula de mandioca

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

O diya é uma lamparina biodegradável: um pratinho feito de folhas e contendo flores, incenso e uma chama (Foto: © Haroldo Castro/Época) Fonte:https://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/viajologia/noticia/2016/09/viver-como-um-asceta-ou-realizar-rituais-no-ganges-ainda-sao-tradicoes-fortes-na-india.html

 

Oferenda para Oxumare Fonte: http://guardiaoguerreiro.blogspot.com/2016/02/oferendas-oxumare.html

 

 

Podemos fazer muito para contribuir com a preservação do Meio Ambiente, mesmo em atitudes muito simples, como cultivo de algumas plantas em nossa casa. Tradicionalmente algumas ervas só podem ser retiradas para o culto, quando as mesmas crescem espontaneamente. Entretanto nada impede que você tenha um pé de odundun (folha da costa), um peregún (pau-dágua) ou um igi opé (dendezeiro). Dentro desse aspecto é importantíssimo que preservemos as nossas árvores sagradas dentro de nossas casas de culto. São elas que servirão de morada para diversos espíritos (iwin e abikú), assim como orixás (Apaoká e Iroko) e Voduns (Atin sá). Quando uma planta cresce ela retira gás carbônico da atmosfera, isso reduz o aquecimento do planeta. Vamos plantar mais árvores, principalmente as nativas da nossa região. Toda folha tem uma aplicação, todas elas têm um(a) dono(a), é só descobrir. ERÚ EJÉ! ASSA!



TEXTO ESCRITO POR JONATAS GUNFAREMIM

Palestras: Email para contato: posseidonetuno@hotmail.com

Consultoria : (21) 99755-1157

 

LEIA: http://institutonangetu.blogspot.com/2016/04/alguidas-de-papel-e-de-folhas-para.html

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Íre, awùn, dòdo (SEMENTES DE OBATALÁ)

Funtumia elastica

Igi Ire- Funtumia elastica (Preuss) Stapf (Famíla Apocynaceae)

Estes nomes aplicam-se mais ou menos a F. africana também. Esta é a verdadeira “árvore da borracha” e é considerada “feminina”, e a F. africana, “masculina”.

O uso registrado de plantas no tratamento de doenças remonta à antiguidade Funtumia elastica está entre as plantas listadas pelos nigerianos como tratamento para doenças de pele. A madeira da seringueira do oeste africano, conhecida localmente como irè, é considerada o material mais ideal para a escultura de um memorial gêmeo (ère ìbeji). Isto é aparentemente devido ao seu látex grosseiro (oje), que, de acordo com a crença popular, tem o poder de sustentar a unidade na dualidade de gêmeos. Os entalhadeiros ioruba dividem a madeira da árvore em três categorias – ou seja, o tipo de savana (iré òdàn ou iré líle), que é muito difícil; o tipo saturado (iré bàsàbásà), que é bastante suave; e o tipo médio (iré onà) que não é muito mole nem muito duro.

 

Funtumia elastica

Igi Dòdo- Hedranthera barteri (Callichilia barteri (Hook.f.) Stapf) (Família Apocynaceae)

Na Nigéria, o povo Yoruba usa uma infusão das folhas como um laxante para crianças e para tratar tonturas. As suas folhas, também chamadas agbo omode, são aplicadas contra tumores. Um extrato da fruta é tomado como um vermífugo e como um tratamento contra a gonorréia. O povo de Ijo dá a fruta para as crianças dentadas morderem.

 

Hedranthera barteri

Também está presente em uma mistura de ervas, tradicionalmente utilizadas na medicina iorubana, conhecida como agbo: “Falando com alguns dos meus familiares que consomem rotineiramente misturas de ervas tradicionais que chamamos de agbo, o consenso geral é que a medicina herbal pode limpar o sistema e que ele realmente funciona. Lembro-me de minha mãe me dando agbo quando criança, vomitei imediatamente. Conversando com ela sobre isso recentemente, ela me disse que alguns pais acreditam que dar aos filhos um alimento é necessário por causa de todos os doces e chocolates que as crianças normalmente consomem. Ela também confidenciou que uma amiga da família havia lhe dado uma dose de agbo para dor nas costas e que a mistura de ervas a aliviava daquela dor.”

 

Agbo utilizado na medicina iorubana (sem água)

 

Igi awùn- Nomes Yorubas: awùn, ahùn, ako-ibepo, àwiń, ogudu(g)bu (Família Apocynaceae)

A madeira da Alstonia boonei, chamada alstonia no comércio internacional, é usada para construção leve, carpintaria leve, barcos abertos, moldagem, móveis, marcenaria interior, implementos, caixas, engradados, fósforos, lápis, esculturas, e para folheado e compensado. É localmente popular para a produção de utensílios domésticos devido às suas boas propriedades de trabalho e estabilidade. Em Gana é usado para os famosos banquinhos Asante, e na Nigéria para caixas de som de instrumentos musicais do povo Yoruba. A madeira também é usada como lenha.

 

Alstonia boonei

A casca do tronco é importante na medicina tradicional. Nos mercados locais da África Ocidental e Central, muitas vezes, está entre os materiais vegetais mais comuns vendidos como drogas cruas. Uma decocção de casca é amplamente usada para tratar malária, febre tifóide, gonorréia, bouba, asma e disenteria, e também é aplicada a feridas, úlceras, acidentes ofídicos, dor reumática e dor de dente. Uma maceração da casca é tomada para tratar icterícia, tosse e dor de garganta, e é aplicada externamente para tratar as doenças da pele. A casca também é usada como anti-helmíntico. O látex é aplicado a picadas de cobra, doenças de pele e inchaços causados por infecções por filaria, e em mistura para tratar a febre. As folhas são aplicadas topicamente para reduzir edemas e tratar feridas. O látex tem sido usado como cola para pegar pássaros e como uma alternativa inferior para a borracha. Alstonia boonei é uma árvore de sombra útil para plantações de café, chá e banana.

 

Alstonia boonei

INFORMAÇÕES RETIRADAS DAS SEGUINTES FONTES:

Philip M. Peek (Editor) Twins in African and Diaspora Cultures: Double Trouble, Twice Blessed.

https://www.prota4u.org/database/protav8.asp?g=pe&p=Callichilia+barteri+(Hook.f.)+Stapf

https://thisisafrica.me/traditional-medicine-modern-world/

The utilisation of traditional medicine across the world according to Zak Show

 

https://www.prota4u.org/database/protav8.asp?g=pe&p=Alstonia+boonei+De+Wild.

 

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EJÌOGBÈ- ÒRÌSÀ DÍDÁ AYÉ

 

 

Orixá Exú- Exposição Agbara Orixás (UERJ-2012)

“Obàtálá foi para o portão do òrun, lá ele encontrou Èsù. Ògún trouxe a corrente, quando eles chegaram do lado de fora, Ògún a amarrou bem. Obàtálá começou a descer pela corrente, Ele desceu, desceu, desceu. Já era possível escutar o barulho das águas. Ele chegou ao fim da corrente. Ele retirou a concha de dentro do àpò-dídá. E jogou a terra sobre as águas. Quando a terra do òrun caiu na água, ela fez um grande barulho. Ele pegou a galinha dentro do àpò-dídá e jogou-a sobre a terra. Quando a galinha pisou na terra, ela começou a ciscar, ela espalhou a terra em todas as direções, Obàtálá pegou o pombo e o soltou. Ele voou, voou, voou. Ele pode ver que a terra já estava se expandindo. Obàtálá jogou a semente de palmeira  na terra. Obàtálá estava contente. Ele havia terminado a primeira parte do trabalho.

Ele começou a subir para voltar ao òrun, quando ele chegou foi recebido com festa. Todos estavam felizes. Obàtálá foi ver Olódùmarè, Ele disse que o trabalho foi um sucesso. Agora já existia ilè sobre as águas. Olódùmarè disse: boom! Ele enviou agemo para ver se a terra estava seca. Ele desceu pela corrente e pulou na terra cuidadosamente. Ele andou sobre ela muito vagarosamente, mas a terra ainda não estava seca. Ele voltou e disse para Olódùmarè que a terra ainda não estava seca. Eles esperaram mais um pouco. E enviaram agemo novamente. Ele veio, ele inspecionou de novo a terra. Ele voltou e disse para Olódùmarè que a terra já estava seca. E que a semente de palmeira já havia brotado. Olódùmarè chamou Obàtálá novamente E deu agora a ele òpásóró, Seu cajado. Como símbolo do Seu poder e de Sua autoridade.

 

Orixá Ogun- Exposição Agbara Orixás (UERJ/2012)

Assim Obàtálá poderia usar seus poderes, de acordo com sua própria vontade. Ele deu para Obàtálá vários tipos de sementes: A semente ire, A semente awùn, A semente dòdo. Assim, os trabalhos da criação permitiriam a Obàtálá criar os seres humanos. E todas as espécies que povoariam o mundo: árvore, plantas, ervas, animais, aves, peixes etc. E todos os tipos de pessoas. Foi assim que ele aprendeu, E foi enviado para realizar estes trabalhos. Ele colocou tudo dentro do àpò-dídá e iniciou a descida novamente, quando ele chegou ao fim da corrente a palmeira já havia crescido. Ela estava encostada na corrente, Obàtálá desceu através da palmeira. Ele foi o primeiro Òrìsà a pisar na terra. No lugar em que ele pisou, Ele disse: ilè nfè (a terra está larga). Obàtálá viu que a terra já havia se espalhado, Ele pegou as sementes no àpò-dídá. Ele começou caminhar sobre a terra. Ele ia caminhando e espalhando as sementes. Obàtálá plantou todas as plantas que existem no mundo. Quando as árvores e as plantas cresceram elas formaram Igbó (mato, floresta). Ifè Oòyèlàgbò veio a ser o nome desse lugar. É por isso que Obátálá é chamado Bàbá Igbó.”

 

 

 

 

 

Obatalá- Orixá do Pano Branco (Exposição Agbara Orixás- UERJ/2012)

“..Eles estavam usando folhas. Que folhas eles estavam usando para Òrìsà? Àbámodá (folha-da-fortuna). Eles estavam recitando ofò. Àbámodá àbá mi kò se àìse. Àbámodá minha vontade será realizada. Àbá ti alágemo bá dá, l’òrìsà oke ngbà. Òrìsà Oke aceite a vontade do camaleão. É assim que Ifá ensina..”

“..Eles estavam felizes, eles estavam dançando, Eles estavam louvando Òrìsà. Ifá diz assim, Ejìogbè é isso.”

FONTE: Luiz L. Marins. Òrìsà dídá ayé: òbátálá e a criação do mundo iorubá. África, São Paulo. v. 31-32, p. 105-134, 2011/2012.

 

Abamoda/ Folha da fortuna (Bryophyllum pinnatum) Jardim Botânico do Rio de Janeiro

Bryophyllum pinnatum

 

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OBI- NOZ DE COLA

A obì kón pè’sà Orí ò

A obì kón pè’sà

A obì kón pè’sà Orí ò

A obì kón pè’sà

Àsé kú èrè si ó àsé kú èrè sè ó

A obì kón pè’sà Orí ò

 

Abrimos Obí e chamamos o Orixá do Orí

A saudação é axé e benefício para ele,

A saudação faz axé e benefício

Abrimos Obí e chamamos o Orixá

 

Fruto do obi

 

Cola acuminata

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