VINCA- Catharanthus roseus (L)

Posted by on 28 de dezembro de 2014

 

Catharanthus roseus

A vinca é uma planta rústica muito conhecida e difundida por todo o território brasileiro, sendo identificada também pelos nomes populares de vinca de Madagascar, boa noite, Maria sem vergonha e beijo de mulata.

 

Ela é classificada botanicamente na família das Apocynaceae, com o nome científico de Catharanthus roseus (L). Sua origem é o continente africano sendo nativa da ilha de Madagascar, onde é endêmica. Na África recebe os nomes: vonenina (Madagascar), Isishushlungu e kanniedood (Africa do Sul) e imbali, ikhwinini (Zulu). É interessante observar que a espécie foi classificada como vulnerável, pela IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza), devido principalmente as queimadas na região, que visam o aumento de áreas utilizadas para a agricultura.

 

Na África é amplamente utilizada para tratar casos de diabetes, onde é considerada tão eficaz quanto a insulina. Suas raízes são utilizadas para baixar a febre e as folhas para combater o reumatismo. Também é bastante utilizada em algumas regiões para o tratamento da gonorréia.

 

Na medicina tradicional (popular) de Cuba e Jamaica o extrato de suas flores é empregado como colírio para os olhos de crianças em alguns casos de conjuntivite. Entretanto alguns estudos contraindicam esta prática, uma vez que foram identificados pequenos cristais nesses extratos, que poderiam ser extremamente prejudiciais para a córnea.

 

A vinca é uma planta de reconhecida importância na medicina, sendo bastante estudada atualmente. De suas flores, caule e raízes são extraídos uma grande quantidade de compostos ativos de importância terapêutica, em especial alcaloides e taninos que apresentam ação antitérmica, antiglicêmica e anticancerígena.

 

 

Catharanthus roseus

A Vinculina® é um alcaloide isolado de Catharanthus roseus que possui atividade hipoglicêmica, comercializada para o tratamento de diabetes. Já a Vinblastina (vincaleucoblastina) e a vincristina (22 oxovincaleucoblastina) são dois alcaloides de ação citotóxica, que agiriam no processo de divisão celular, impedindo a mitose de prosseguir. Dessa forma elas são empregadas em associação à quimioterapia, no tratamento de processos cancerígenos e leucemia. Cabe ressaltar que para se obter 1g de vinblastina são necessárias algumas toneladas de folhas secas de vinca.

Embora seja amplamente utilizado na medicina popular tradicional, seu uso requer muita atenção uma vez que os riscos de intoxicação são grandes. Podemos citar:

-Venenosa se fumada ou ingerida;

-Neurotóxica, pode causar neuropatia periférica;

-Pode causar febre, perda de apetite, náuseas, cólicas e prisão de ventre;

-Perda de cabelo e incontinência, ulcera na boca e dor na mandíbula;

-Hemorragias nasais, sangramento nas gengivas e contusões.

 

Vinca minor

 

OBS: Existe outra espécie conhecida como vinca, de nome científico Vinca minor. O uso de sua flor é considerado muito antigo, imemorial. Essa vinca é muito conhecida também nos rituais de magia, sendo associada à deusa Afrodite em encantamentos de amor, podendo se fazer uso de banhos ou guirlandas na entrada da casa. Também possui caráter de proteção contra espíritos malignos que nos perseguem ou ainda par tirar pensamentos ruins de quem não nos quer bem. Na magia francesa é utilizada como símbolo de amizade e sorte.

Ela é tão apreciada nesses rituais que um dos nomes pelo qual é conhecida é como violeta das bruxas ou violeta de mágico. Na Idade Média era considerada a flor dos poetas e dos feiticeiros que aconselhavam a contemplação de suas flores para acalmar a vista cansada e melhorar a memória. Também era utilizada para o tratamento das chamadas doenças do diabo e possessões demoníacas, assim como uma forma de proteção contra serpentes e animais selvagens.

Na magia afro-brasileira (Candomblé) é empregada a espécie Catharanthus roseus em banhos e sacudimentos, estando associada ao orixá Oxalá. Entra na composição de uma espécie de omi eró (água que acalma) empregado pelos adivinhos para a lavagem das vistas, de forma a propiciar bons vaticínios.

TEXTO ESCRITO POR JONATAS GUNFAREMIM (PLÁGIO É CRIME- CITE A REFERÊNCIA)queima de 48


ALGUMAS REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

ETHNOBOTNICAL STUDIES OF SOME PLANTS USED BY TRIPURI TRIBE OF TRIPURA, NE INDIA WITH SPECIAL REFERENCE TO MAGICO RELIGIOUS BELIEFS. M. Sharma, C. L. Sharma* and J. Debbarma.  International Journal of Plant, Animal and Environmental Sciences. 2014.

Catharanthus roseus (L.) G. Don.: Extraordinary Bapedi medicinal herb for gonorrhea. S.S. Semenya and M. J. Potgieter. Journal of Medicinal Plants Research, Vol. 7(20): 1434-1438, 2013.

PHARMACOLOGICAL PROFILE OF CATHARANTHUS ROSEUS (APOCYNACEAE) – A DETAILED REVIEW. Jony Mallik , Hafsha Begum Chowdhury , Abdullah Al Faruq , Sourav Das. Asian Journal of Pharmaceutical Research and Development, Vol.1 (3): 01-06, 2013.

 

Vinca minor

4 Responses to VINCA- Catharanthus roseus (L)

  1. hugo

    ase oooo, en mi pais, cuba se utilisaba para hacer colirios para las enfermedades o infecciones de la vista, su nombre vulgar es la vicaria, ewe aye ooooo

  2. jose alvarez

    pregunto-hay casos de curación de leucemia en niños con vinca.??
    pregunta-en que dosis???

    jose alvarez

    hematologo infantil

    obs-alguién sabe de referencias biográficas

    • Gunfaremim

      Prezado Jose, a utilização da Vinca enquanto fitoterápico deve ser feito como muito cuidado. A literatura está cheia de trabalhos a respeito de seus principais princípios ativos. O seu uso já é bem conhecido. Segue um link exemplificando: http://www.medicinanet.com.br/bula/8342/vimblastina.htm. Saudações fraternas.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

*