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Dentro do sistema de classificação etnobotânico observado nas casas de Candomblé Jeje-Nago encontramos as grandes árvores (Igi) e as plantas herbáceas (ewé kekere). Temos ainda, o grupo denominado àfòmó, composto por plantas de hábito parasita, hemi-parasita ou epífitas. Interessante citar que o termo àfòmó significa “doença contagiosa”, sendo o mesmo associado à divindade Sòpònná, aquele que nos livra das doenças contagiosas, como a varíola (bexiga).
Sendo assim diversas espécies recebem essa denominação iorubá (ewé àfòmó), merecendo destaque o cipó-chumbo (Cuscuta racemosa Mart.), a erva-de-passarinho (Struthanthus marginatus (Desr.) G.Don (Loranthaceae) e o cacto-macarrão (Rhipsalis baccifera (J.S.Muell.) Stearn). Destaque igualmente para a erva-silvina (Microgramma vacciniifolia (Langsd. & Fisch.) Copel.), ewé odán, ligada aos mistérios de Obaluaye e Nanã.
Para elas cantamos alegremente:
Àwa ka sa k´o l´esin
Àwa ka sa k´o l´esin
Àfòmó ti be le
Àwa ka sa k´o l´esin Agé
Àwa ka sa k´o l´aso
Àwa ka sa k´o l´aso
Agutan ti bi kan
Àwa ka sa k´o l´aso Agé
Àwa ka sa k´o l´omo
Àwa ka sa k´o l´omo
Àfòmó ti bi kan
Àwa ka sa k´o l´omo Agé
“Louvamos as folhas que atraem os cavalos.
Afoman, desse modo, atrairá bens.
Louvamos as folhas que nos dão as roupas.
O carneiro sempre produz lã.
Louvamos as folhas que nos permitirão ter filhos.
Afoman nos permitirá ter filhos. ”
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