SEMIN-SEMIN- Scoparia dulcis (Vassourinha-de- Oxum, Vassourinha doce, tapixaba)

Semí, semí

Bí o ta lade, Bí o ta lade,

Irúmalé, Iyá omí ta lade,

Oto ru éfan kobája obinrin,

Iyá omí ta lade..

Ìyámi taláadé= Minha Mãe, Dona da Coroa

Òdòfin dòdòbálè k’obinrin= Odofin, Senhor do Alá, prostra-se no chão diante da mulher (Osun)

 

Planta utilizada para limpeza espiritual, por benzedeiras e rezadeiras e para aumentar a vidência

Ba iyn semin-semin

Oyin lóyin lóyin

Èni éiyé yé Loko

Èni éiyé yé t’awo mi

 

Louvemos semin-semin

Doce doce como mel

Hoje o pássaro honra Iroko

Hoje o pássaro (Eye) honra os meus fundamentos (mistérios)

 

 

Vassourinha, tapixaba, vassourinha-doce, vassourinha benta

 

Bo ti semim-semim

Bo ti l’oyin l’oyin

Agbè eyé àlukò, igi àgba t’awo mi

 

Cultuamos com muita força semim-semim

Cultuamos com muita força a folha que é mais doce que o mel

Que os pássaros agbé, Eyé e alukó, e as árvores anciãs iluminem nosso culto (segredo)

 

Scoparia dulcis- Folha que adoça, enfeitiça e nos permite convencer e atingir o nosso objetivo.

Scoparia dulcis - Folha de Oxum e Iyemonjá. Costuma ser colocada em um copo de água na mesa de jogo, para aumentar a intuição

 

 

 

 

 

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EWÉ AWEDE/ EWE ALASE

A Mãe lava seus ouros antes de seus filhos banhar

Se Osún você quer agradar Awedé você deve utilizar
Senhora das Águas, Mãe do Amor
Ewé Alase os dois vai juntar

Oxum, Deusa da maternidade, da beleza e das fontes de água

Awede ó ti móòkè kún

Awede ó ti móòkè kún

A erva usada na consagração

Foi completamente bem sucedida

Se souber como fazer a amarração vai funcionar

Awedé atrai prosperidade
Awedé com a amizade presenteará
Awedé irá acalmar
Aquele que for bom entendedor esse sortilégio irá guardar..
 
Awede emó jì ìlo gó odún
Awede emó jì ìlo gó odún
 

Heterotis rotundifolia (Sm.) Jacq.-Fél. (Ewé awede/ Ewé alase) Quaresminha rasteira Syn: Schizocentron elegans Meissn(Melastomaceae)

Eni gbá ni ìtó tòju orò bó oníde ni mã Awede
"Aquele que recebe ornamentos feitos de bronze deve cuidar de seu tesouro,
 limpando, removendo as manchas  e lhes dando brilho com Awede

TEXTO ESCRITO POR JONATAS GUNFAREMIM.

PLÁGIO É CRIME, CITE AS FONTES

 
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TRATADO DAS PLANTAS MEDICINAIS (Telma Sueli Mesquita Grandi)

Tratado das Plantas Medicinais

O “Tratado das Plantas Medicinais” é fruto do trabalho de mais de 40 anos de pesquisas e vivências da farmacêutica e professora Telma Sueli Mesquita Grandi. A obra, disponível para download gratuito, reúne 383 espécies com poder medicinal.

Na apresentação do livro, a autora explica que durante quase quatro décadas se dedicou ao ensino universitário e à pesquisa. Neste tempo, juntamente com seus alunos, Telma pôde analisar mais de cinco mil exemplares de plantas. Com o apoio de colegas botânicos e outros especialistas em plantas e farmácia, foi possível detalhar e apresentar diferentes usos de cada uma das espécies escolhidas para entrarem na obra.

Além de mostrar o enorme poder da natureza para curar doenças, o livro também é extremamente útil para informar as pessoas sobre os cuidados necessários, mesmo com remédios naturais. “É essa rica experiência que quero passar pra vocês e, principalmente, colocar que plantas medicinais podem causar muitos problemas se não forem observadas as quantidades em uso. Pois a diferença entre o medicamento e o veneno é, às vezes, questão de dosagem. Tive, pois, a preocupação de colocar em cada espécie as contraindicações, toxidade e a moderna interação medicamentosa”, explica a autora na apresentação do livro. Outro ponto a atentar é quanto ao local da coleta. A autora lembra que plantas coletadas em áreas urbanas muito poluídas podem estar contaminadas.

Esse cuidado está presente e visível em cada detalhe do livro. Segundo Telma, foram necessários três anos de coleta de plantas e flores apenas para que os artistas conseguissem desenhar adequadamente cada uma das aquarelas das espécies. A precisão também está o conteúdo. Nomes científicos, origem, descrição, partes usadas das plantas, constituição química, utilização, contraindicações e toxidade são detalhados em cada uma das plantas.

Além de exemplos comuns, como a erva-doce, o boldo e o quebra-pedra, o livro demonstra que espécies inusitadas como o arroz, ipê, couve e coentro também fazem parte da lista de plantas com propriedades medicinais.

Boa parte dos exemplares estudados e apresentados foram coletados em Minas Gerais. Mas, são nativos de diferentes locais do mundo e comuns em diversas regiões brasileiras.

BAIXAR GRÁTIS

 

Redação CicloVivo

TAMBÉM DISPONÍVEL NA PÁGINA:

http://ciclovivo.com.br/vida-sustentavel/bem-estar/livro-gratuito-reune-detalhe-de-quase-400-especies-de-plantas-medicinais/

 

AUTORA: Telma Sueli Mesquita Grandi

Tratado das plantas medicinais: mineiras,nativas e cultivadas / Telma Sueli Mesquita Grandi. – 1. ed. –Dados eletrônicos. – Belo Horizonte : Adaequatio Estúdio, 2014: 1204 p. : il. color.

 

 

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MÀRÌWÒ/ IGI ÒPÈ- Dendezeiro (Elaeis guineensis)

MÀRÌWÒ/ IGI ÒPÈ- Dendezeiro (Elaeis guineensis)

Quem é do Candomblé segue uma série de costumes, que foram (re)criados pelos antigos, e que chamamos de Tradição. Diziam os antigos que a tarefa de apanhar e desfiar as folhas do dendezeiro se restringe unicamente aos homens.. Em algumas casas, essa função é tarefa dos ogans, podendo também ser exercida por outro elemento do sexo masculino e iniciado.

Desfiar o mariwo exige paciência, concentração e muito respeito. Não é uma tarefa corriqueira e feita de qualquer maneira. Dizem que mariwo de verdade sai do miolo da copa, aquela folha bem novinha, verde claro, que ainda nem se abriu. Alguns a chamam de espada ou lança de Ogun. Só após ser desfiada passa a ser chamada de mariwo.

Desfiando o mariwo

 

Ela servirá como roupa de Ogun e de outros orixás, como Oyá. Uma das cantigas de Ogun nos explica:

E mònriwò l’aso e mònriwò E mònriwò l’aso e mònriwò.

 

“Ogún usa roupas feitas de mariwò. O senhor que tem roupas e se veste Com folhas novas de palmeiras. Essa é a roupa de Ogun.”

 

Ogun ko laso, e mariwo

Outra cantiga nos adverte que Ogun é muito violento e que pode ser muito perigoso encontra-lo no caminho:

 

Ògún àjò e mònriwò, alákòró àjò e mònriwò

Ògún pa lè pa lóònòn ògún àjò e mònriwò

Elé ki fí èjè wè.

 

“Ogun o senhor que viaja coberto de folhas novas de palmeira,

Ogun mata e pode matar no caminho, ogun viaja coberto por

Folhas novas de palmeira, é o senhor que toma banho de sangue.”

 

Na seguinte cantiga observamos que o mariwo também serve para que Ogun afaste as coisas ruins, como as guerras, confusões e negatividades (eguns), e nos traga a tranquilidade dos caminhos abertos:

 

Ògún ní kòtò gbálé mònriwò, àwúre

Ògún ní kòtò gbálé mònriwò, àwúre.

 

“Ogun é o senhor da arena (briga) que varre a casa Com folhas novas de palmeira, nos dê boa sorte.”

Alguns dizem ainda que a principal função do mariwo na entrada das casas de Candomblé e quartos de santo é garantir que Ogun reconheça o espaço como sagrado e proteja a todos os que lá se encontram, jamais deixando que sua ira recaia sobre o Egbé (Comunidade do Terreiro). O mariwo acalma Ogun e abranda a sua cólera.

 

O mariwo está ligado a Ogun assim como Ogun está ligado ao culto das árvores. Entretanto a árvore do qual se extrai o mariwo, o dendezeiro (Elaeis guineensis) pertence aos orixás da Criação, chamados Funfun, pois a cor branca é uma de suas principais insígnias. O Igi òpè, nome iorubano do dendezeiro, é uma árvore primordial. Já existia quando Obatalá e Oduduwa iniciaram a missão de criar o Aye (Terra), na verdade o igi òpè guarda consigo a essência desses orixás. Por isso era vetado a Obatalá beber do seu sumo, pois estaria bebendo o próprio sangue.

Existe um ditado que aprendi com Pai Flávio de Oguian que diz: “Ògbèri nko mo màrìwò”. Ou seja, aquele que não é iniciado nunca saberá o mistério do mariwo. Por mais que alguém que não seja iniciado possa ler, escutar e até ter acesso a determinadas informações sobre o culto dos orixás jamais conseguirá realmente ter acesso ao awo, ao mistério verdadeiro. Às vezes penso que muitos iniciados também estão deixando de entender o mistério por detrás do mariwo.. enfim..

 

Também cantamos para essa folha:

 

Biribiri bí ti màrìwò

Jé Òsányìn wálè màrìwò

Biribiri bí ti màrìwò

Ba wá t’órò wa şe màrìwò

 

 

 

“Na escuridão. Màrìwò traz luz

Màrìwò deixe Òsányìn ir para casa

Na escuridão. Màrìwò traz luz

Màrìwò ajude-nos com nossos projetos.”

 

 

 

Dizem que o mariwo se desfia bem fininho, sentado no banquinho ou na eni:

 

Tínrín tínrín tínrín

Màrìwò

Jókó sán yà Le

Màrìwò

 

“Bem fininho, mariwo. Sentado, cortamos e separamos, mariwo.”

E ainda uma cantiga que relembra um embate entre o orixá das lutas e o das folhas:

 

Tintin ni tintin màrìwò Òsányìn

Ìto ni t’obe iwale

Tintin ni tintin màrìwò Òsányìn

 

“Pequeno, pequeno, mariwo de Ossaim./Pontiaguda é a faca que cava o chão.”

Dizem que até hoje  Ossaim pergunta:

 

Kíni l’o fònse

Màrìwò

 

“O que estão fazendo? É mariwo.”

Mas tem quem cante:

 

Kí l’o fon ise

Màrìwò

Ilò fon ise

Màrìwò

 

“Por que desfiar o mariwo assim? O costume manda fazer assim o mariwo.”

 

E assim aprendemos com a Tradição.. Por que será que tanta gente teima em fazer diferente do que aprendeu então? Talvez porque ainda não descobriram o verdadeiro segredo que se esconde por detrás do mariwo..

 

 

 

TEXTO ESCRITO POR JONATAS GUNFAREMIM

 

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FOLHAS D’ÁGUA

Para as folhas de água, como oxibatá e ojuoro cantamos:

Àwa n’imólè (ke)se’ni w’awo

Àwa n’imólè (ke)se re’lé

Awéré imólè Irokò

Ata n’imólè (ke)se re’lé

Òjuòró n’imólè (ke)se l’omi

Òsíbàtá n’imólè (ke)se l’odò

Àwa n’imólè (ke)se’ni w’a

Òsíbàtá- golfo, ninféia, flor-de-lótus (Nymphaea sp.)

Nós temos conhecimentos para iniciarmos uma pessoa

Nós temos conhecimento para mostrar o caminho de casa

Festejamos o poder de Iroko

Ata (pimenta) mostra o caminho de casa

Ojuoro mostra o caminho da água

Oxibatá mostra o caminho do rio

Nós temos conhecimento para iniciar uma pessoa

Ojúoró- alface-d'água, erva-de-santa-luzia (Pistia stratiotes)

 

Ou ainda, pode ser cantada dessa maneira:

E ti èmí óré dé ìyàn o

E ti èmí óré dé ìyàn

Àroyé èmí óré dé ìyàn

Òsíbàtá èmí ore dé ro jó

Ojúoró èmí ore dé ro iyìn

E ti èmí óré dé ìyàn

“Que durante as dificuldades de decisão, nossa essência divina (emi) amplie nossa visão para que tenhamos argumentos. Que durante um debate, nossa essência divina amplie nossa visão para tenhamos o que dizer. Que oxibatá amplie nossa visão para que nosso emi nos faça pensar corretamente e sejamos capazes de pedir perdão. Que ojuorô amplie nossa visão para que nosso emi nos permita ter pensamentos afetuosos.”

Ejá omodé- baronesa, aguapé, dama-do-lago (Eichhornia crassipes)

 

 

 

Gunfaremim contatos para palestras e jogos: 21-99755-1157

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ERVAS DOS ORIXÁS E SUAS APLICAÇÕES

O TEXTO ABAIXO FOI TOTALMENTE EXTRAÍDO DO BLOG: http://vidademacumbeiro.blogspot.com.br. VALE A PENA LER.

FOLHAS

Apesar do axé de todas as folhas pertencer a Ossain, todos os orixás possuem suas próprias folhas, algumas para usos iniciáticos, outras para banhos, outras para pós, algumas tão quentes ou tão frias, que seu uso não é recomendável, algumas somente para feitiços, etc. Cada tipo de folha pode pertencer a mais de um orixá. 

CLASSIFICAÇÃO:

1) São divididas por elementos, a saber:
EWÉ AFÉEFÉ – folhas de ar
EWÉ INÓN – folhas de fogo
EWÉ OMIN – folhas de água
EWÉ ILÉ ou IGBÓ – folhas de terra

Essa divisão remonta à classificação dos orixás por elementos, apesar de sabermos que os orixás podem ter, e efetivamente possuem, folhas pertencentes a todos os elementos. A chave é o equilíbrio. Só para lembrar, a divisão dos orixás por elementos é:
ORIXÁS DE FOGO: Exú, Ogum, Xangô, Oyá.
ORIXÁS DE TERRA: Ogum (o ferro), Oxóssi, Omolú/Obaluaê, Nanã.
(lama = terra + água), Oxumarê e Logun.
ORIXÁS DE ÁGUA: Iemonjá, Oxum, Nanã, Oxumarê, Logun, Obá, Yewá, Oxalá (nas chuvas finas).
ORIXÁS DE AR: Oyá, Oxalá (nas nuvens e no céu), Oxumarê (no arco
íris).

Devemos ter em mente que esta classificação é genérica, pois não leva em consideração que, em suas qualidades, os orixás se relacionam com outros orixás e, conseqüentemente, com outros elementos. Por exemplo, Oyá Onira = fogo + ar + água = água fervente ou vapor d’água; Ogum Alagbedê = fogo + ar = ferreiro do céu; Odé Inle = terra + ar + água, etc. Por isso, é aconselhável o uso equilibrado dos quatro elementos num amaci/abô/omieró, principalmente no que diz respeito aos rituais iniciáticos.

Outra classificação diz respeito à polaridade das folhas, determinada normalmente por seu formato, onde temos:

EWÉ APA ÒTÚN X EWÉ APA ÒSÍ
Folhas da direita Folhas da esquerda
Masculinas Femininas
Formas alongadas/fálicas Formas arredondadas/uterinas
Geralmente, de fogo ou ar Geralmente de água ou terra

Também se considera as condições de: excitação (gùn) ou calma (èrò) geradas pelas folhas, que é de extrema importância.

GUN X ÈRÒ
Folhas de fogo ou terra, que Folhas de ar ou água, que
Facilitam a possessão e exci- abrandam o transe e acal-
tam o orixá e a pessoa. mam o orixá e a pessoa.

Volta-se a frisar, o equilíbrio é fundamental.

Em banhos (amacis – banhos frescos, ou abôs – banhos de fundamento do axé) é necessário analisar as condições da pessoa e de seu orixá. Se o banho é para pessoa /orixá muito calmo, usam-se algumas folhas GUN, para equilibrar a energia. Se for ao contrário, usa-se algumas folhas ÈRÒ.

Geralmente, usam-se 7 folhas para banhos de Exú e 16 para os banhos de orixás, mantendo-se sempre a harmonia e o equilíbrio dentre os elementos já descritos.

Nos abôs ou amacis de iniciação, procuramos sempre usar oito folhas fixas e 8 que variam de acordo com o orixá pessoal do novo iaô. Em nossa casa, as folhas fixas são:
Peregun – masculina, gùn, terra
Colônia – masculina, èrò, terra
Oriri – feminina, èrò, água
Macassá – feminina. gùn, água
Cana do Brejo – masculina, gùn, ar
Carurú s/Espinho – feminina, èrò, terra
Beti Branco – feminino, èrò, água/ar
Elevante – feminino, gùn, água

OBS: Todo banho (seja amaci ou abô) com fins rituais deve ser de erva fresca, colhida na parte da manhã com os devidos cuidados e rituais, quinado e devidamente rezado e imantado com uma vela acesa durante a sua preparação.

DIVISÃO DAS FOLHAS POR ORIXÁS

OBS: As folhas grifadas em itálico são as de uso mais freqüente em banhos, iniciações ou lavagens de assentamentos e afins.

EXÚ
Picão, cambará, erva do diabo ou figueira do inferno, aroeira vermelha, dormideira, pimentas (quaisquer), arruda, olho de gato, carrapicho, tiririca, alfavacão, perpétua, sapê, cansanção, trombeta roxa, urtiga, maconha, branda-fogo ou folha de fogo, vassourinha ou mastruz, mamona vermelha, corredeira, coroa de cristo, cana de açúcar, arrebenta cavalo, bico de papagaio, azevinho, carurú ou bredo com espinho, tento de Exú, comigo ninguém pode, assafétida, erva de bicho, espinheiro, erva grossa, losna, hortelã pimenta, mandacaru, cacto, palmatória de Exú, pau d’alho, fortuna, patchouli, babosa, assa peixe, avinagueira, barba de diabo, fedegoso, garra de diabo ou garra de Exú ou unha de Pomba Gira, Jamelão, jurubeba, sempre viva, tinhorão roxo.

OGUM
Romã, milho, aroeira branca, akoko, alumã, visgo, sumaúma, cipó chumbo (Ogunjá), lírio do brejo, pinhão branco ou roxo, tiririca, sapê, capixaba, espada de São Jorge, lança de São Jorge, abre-caminho, guiné, guiné pipiu, cajazeiro, dendezeiro ou màriwò, babosa, oficial de sala, folhas de inhame cará, dandá da costa (capim e raiz), mangueira (principalmente espada), vence demanda ou vence tudo, peregum verde, agrião do brejo ou erva botão ou pimenta d’água), carurú sem espinho, araçá, costela de adão, eucalipto, goiabeira, espinheira santa, São Gonçalinho, alfavaquinha, beldroega, camboatá, canela de macaco, capim limão, cordão de frade ou São Francisco, erva tostão, erva de bicho, língua de vaca, losna, mutamba, pé de pinto, mal me quer, coqueiro, carrapeteira.

OXÓSSI
Folhas de milho, folhas de coqueiro, murici, akoko, São Gonçalinho (principalmente os mais guerreiros), visgo, pinhão branco e roxo, carrapicho, chifre de veado, dandá da costa, sapê, taioba (principalmente Odé Inle), rama de leite, lágrima de Nossa Senhora, guiné, guiné pipiu, acácia ou chuva de ouro, folhas de guaximba ou língua de galinha, jasmim manga, carqueja, jurubeba, capim limão, cordão de frade ou São Francisco, caiçara, guapo, colônia, alecrim do mato ou do campo, araçá, cajueiro, cipó caboclo, erva curraleira, espinheira santa, juremeira, nicurizeiro, erva passarinho, chapéu de couro, assa peixe, alfavaca, carurú sem espinho, cana fita, capeba, groselha, ingá, língua de vaca, peregum verde, pitanga.

OSSAIN
OBS: Apesar de todo axé das folhas, e por conseqüência, todas as folhas, pertencerem a Ossain, as folhas de fundamento do orixá e de uso mais comum para ele são:
Baunilha de nicuri ou nicurizeiro, tira teima, umbaúba branca, aroeira, akoko, cipó milomi ou jarrinha, balainho de velho, aridan (folhas e favas), pimenta da costa, cipó chumbo, bejerecum (folhas e favas), dandá da costa, andará (folhas e favas), sapê, hibisco vermelho ou branco dobrado, trombeteira, quebra-pedra, erva pombinho, mamona, rama de leite, lágrima de Nossa Senhora, erva vintém, pitangueira, jurubeba, ingá, obi, guapo, orobô, patioba, peregum (verde ou rajado), barba de São Pedro ou sene, carrapicho, erva pita, araçá, jureminha, cacau, café, carobinha, chapéu de napoleão (folhas), erva andorinha, losna, olho de boi (folhas), louro, alecrim, alfavaquinha, amendoeira, beldroega, canela de macaco, erva tostão, folhas de ficus, folhas de fumo, mal me que, língua de galinha ou guaximba.

OMOLÚ/OBALUAÊ
Pata de vaca branca, erva passarinho, sete sangrias, rabujo, sabugueiro, cipó chumbo, jenipapo, alfavaca, canela de velho, melão de São Caetano, quebra pedra, erva moura, gervão, mostarda, cipó cabeludo, transagem, juá de capote, fedegoso, maria preta, olhos de santa luzia ou marianinha, coreana, coroa de cristo, babosa, barba de velho, jequitirana, cordão de frade ou de São Francisco, vassourinha, barba de boi, erva pita, erva de Sta. Maria, carobinha, cinco chagas, copaíba, coqueiro de purga ou de catarro, erva andorinha, erva de bicho, erva grossa, pau d’alho, kitoko, velame, viuvinha, cana do brejo, alumã, beldroega vermelha, crisântemo, confrei.

OXUMARÊ
Erva passarinho, língua de galinha ou guaximba, dormideira, amendoim, folha da riqueza (fortuna ou dólar ou dinheiro em penca), jibóia, folhas de batata doce, maria preta, bananeira, vitória régia, oxibatá, tomateiro, trancinha de Oxumarê, melão de São Caetano, coqueiro de Vênus, mutamba, parietária, rama de leite, cipó milomi ou jarrinha, arrozinho, melancia, ojuorô, samambaia de poço ou pente de cobra, folhas trepadeiras, de um modo geral.

IROKO
Gameleira branca ou Iroko, abiu, barba de velho, cajueiro, colônia, jaqueira, mãe boa, cipó milomi, noz moscada, folhas de fruta pão, graviola, bananeira, mangueira, castanha do Pará, erva pita, árvores centenárias de grande porte.

XANGÔ
Fortuna, cambará, romã, umbaúba branca ou vermelha, tamarindo, jaqueira, erva de São João, alfavaca, xanan (aipim ou carurú sem espinho – para Barú), erva tostão, pimenta de macaco, carurú sem espinho ou Oyó, branda fogo ou folha de fogo, azedinha ou avinagueira, campainha, jaborandi, crista de galo, gerânio cheiroso, capim fino, flamboyant, carrapeteira, cinco chagas, capim limão, alibé de Xangô (folhas e favas), orobô, castanha do Pará, vence demanda, oxibatá vermelho, urucum, cascaveleira ou xique-xique, cajueiro, camboatá, cruzeirinho, manjerona, negra-mina, salsaparrilha, iroko ou gameleira branca, kitoko, lírio vermelho, lírio branco, elevante, aroeira, beijo vermelho, capeba, erva prata, jarrinha ou cipó milomi, malva, para-raio, panacéia, mangericão roxo, pena de Xangô.

OYÁ
Pata de vaca rosa, fedegoso, aroeira, dormideira, pinhão branco e roxo, bambú (folhas), maravilha, trombeta rosa, erva tostão, erva prata, espada de Sta. Bárbara, lança de Sta. Bárbara, branda fogo ou folha de fogo, campainha, mutamba, gerânio cheiroso, taquari, fruta pão, para-raio, flamboyant, quiabo, amora, maracujá, cinco chagas, oxibatá rosa ou vermelho, crista de galo, erva santa, jaborandi, peregum rajado, língua de vaca, umbaúba vermelha, carurú sem espinho, canela de macaco, capeba, erva passarinho, cipó milomi ou jarrinha, malva rosa, negra mina, parietária, rama de leite, taioba branca.

OXUM
Erva capitão ou abebê d’Oxum, picão, melão d’água, cipó milomi ou jarrinha, lavanda, vassourinha de relógio, pimentinha d’água ou oripepê, bem me quer, mangericão branco, melão, aguapé, elevante, hibisco, beti cheiroso ou aperta ruão, beti branco, sândalo, carurú sem espinho, cana de jardim, brilhantina, trevo de quatro folhas, mal me quer ou calêndula, erva cidreira, pata de galinha, capim fino, jambeiro rosa, erva vintém, erva doce, pitangueira, mãe boa, macassá ou catinga de mulata, girassol (pétalas), erva de Sta. Luzia, oxibatá amarelo ou branco, oriri, vassourinha d’Oxum, canela, alface, assa peixe, cabelo de Vênus, flor de ouro ou botão de orunmilá, cajueiro, cravo, dinheiro em penca, dólar, jasmim, tapete d’Oxum, poejo, colônia, lótus, melissa, flor de laranjeira, alfazema, lírio, agoniada, amor do campo, capeba, malva branca, parietária, rama de leite.

LOGUN
Combinação das folhas de Oxóssi e Oxum (verificar os caminhos para haver o equilíbrio) + Coqueiro de Vênus, chifre de veado, comigo ninguém pode verde, peregum rajado.

YEWÁ
Maravilha, batata de purga, cana de jardim ou bananeira de jardim, oxibatá lilás, tomateiro, dormideira.

OBÁ
Vitória régia, oxibatá vermelho, tangerina, rosa vermelha.

IBEJI
Sapoti, flamboyant, quiabo, cana de açúcar, maracujá, bananeira, abacaxi, araruta, poejo, uva.

IEMONJÁ
Melão d’água, coqueiro, lírio do brejo, melancia, mangericão branco, elevante, maricotinha, beti branco, beti cheiroso, erva da jurema, erva prata, carurú sem espinho, capeba, pariparoba, taioba branca, mostarda, lágrima de Nossa Senhora, salsa de praia, azedinha do brejo ou erva saracura, mãe boa, macassá, emília, pandano (Iamacimalé), oxibatá branco, vassourinha, árvore da felicidade (Iamacimalé), colônia, agrião d’água, camboatá (Iamacimalé), rosa branca, uva, verbena, umbaúba branca, algas, panacéia, alfazema, macela, aguapé, condessa, dandá do brejo, malva branca, papo de peru, rama de leite, araçá da praia.

NANÃ
Pata de vaca branca ou rosa ou lilás, erva passarinho, espelina falsa, língua de galinha ou guaximba, taioba, aguapé, melão de São Caetano, baronesa ou jacinto d’água, mostarda, cipó cabeludo, maria preta, balaio de velho, marianinha, xaxim, azedinha do brejo, mãe boa, batatinha, guacuri, oxibatá lilás, arnica do campo, manacá, quaresmeira, viuvinha, umbaúba branca e roxa, vassourinha, alfavaca roxa, avenca, broto de feijão, cana do brejo, capeba, cipreste, cipó milomi ou jarrinha, macaé, rama de leite.

OXALÁ
Fortuna, coqueiro, tamarindo, dama da noite, trombeta branca, oripepê, manjericão branco, erva de bicho ou folha de igbi, guando, boldo ou tapete d’Oxalá, beti branco, beti cheiroso ou aperta ruão, erva prata, mamona branca, brilhantina, parietária, mutamba, lágrima de Nossa Senhora, beldroega, trevo de quatro folhas, algodão, alecrim, fruta pão, mamoeiro, cabaceira, graviola, dendezeiro, salvia, língua de galinha ou guaximba, erva vintém, azedinha do brejo, gameleira branca, folha de inhame cará, macaé, cinco chagas, ingá, macassá, saião, emília, bananeira, guapo, língua de vaca, oxibatá branco, oriri, chapéu de couro, carurú sem espinho, cana do brejo, amendoeira, bálsamo, espinheira santa, benjoim, erva doce, colônia, lírio branco, jasmim ou junquilho, mirra, noz moscada, pixurin, uva verde, maria sem vergonha branca, oliveira, elevante, beldroega, louro, malva branca, paineira.

PRINCIPAIS ERVAS E SUAS CARACTERÍSTICAS (entre parênteses, nome africano):

Pata de vaca (ABÀFÈ)
Orixás: Omolú/Obaluaê (branca), Nanã (branca, rosa e lilás) e Oyá (rosa)
Elementos: terra/feminina/gùn
Terapêutica: a branca é usada no combate ao diabetes, afecções renais e elefantíase.

Folha de Fortuna (ÀBÁMODÁ)
Orixás: Exú, Oxalá, Xangô e orixás fun fun.
Elementos: água/feminino/èrò
Terapêutica: refrigerante, diurética e sedativa. Combate cefaléias, nevralgias, dor de dente, coqueluche e afecções das vias respiratórias. Eficiente contra as doenças de pele, feridas purulentas, furúnculos, úlceras e dermatoses.

Nicurizeiro ou Baunilha de Nicuri (ÀBÀRÁ ÒKÉ)
Orixás: Ossain
Elementos: terra/masculino/èrò
Terapêutica: abalos do sistema nervoso, histeria, hipocondria, melancolia, convulsões, coqueluches, tosses rebeldes.

Erva Capitão (ABÈBÈ ÒSUN)
Orixás: Oxum
Elementos: água, feminino/èrò
Terapêutica: com as raízes – afecções do baço, fígado, intestinos, diarréias, reumatismo e sífilis. Com toda a planta, em uso externo – elimina sardas e manchas de pele (emplastros). Das folhas c/leite, faz-se um calmante leve e tônico cerebral.

Picão (ABÉRÉ)
Orixás: Exú (em pó ou para feitiços) e Oxum
Elementos: terra/masculino/gùn
Terapêutica: chá – hepatite, febres, males do fígado, rins e bexiga.

Cambará (ÁBITÓLÁ)
Orixás: Exú e Xangô
Elementos: fogo/feminino/gùn
Terapêutica: infusão – doenças respiratórias, tosses, bronquites, rouquidão e resfriados.

Erva Passarinho (ÀFÒMÓN)
Orixás: Oxóssi, Omolú/Obaluaê, Nanã, Oxumarê
Elementos: ar/masculino/èrò
Terapêutica: chás – gripes, resfriados, pneumonias e bronquites.

Romã (ÀGBÀ)
Orixás: Xangô e Ogum
Elementos: fogo/masculino/gùn
Terapêutica: Chá da casca – gargarejos p/garganta. Xarope do fruto – amidalites, afecções urinárias, gastrites, cólicas intestinais, hemorróidas.

Milho (ÀGBÀDÓ)
Orixás: Ogum e Oxóssi
Elementos: terra/masculino/gùn
Terapêutica: o cabelo – problemas renais.

Umbaúba (ÀGBAÓ)
Orixás: Branca – Iemonjá, Ossain e Nanã; Roxa – Xangô, Oyá e Nanã
Elementos: terra/feminino/èrò
Terapêutica: frutos: asma e bronquites – chá das folhas: hipertensão, doenças respiratórias, cardíacas, renais e diabetes.

Melão d’Água (AGBÉIE)
Orixás: Iemonjá e Oxum
Elementos: água/feminino/èrò
Terapêutica: para mulheres com dificuldades de engravidar.

Fedegoso (ÀGBÒLÀ)
Orixás: Exú, Oyá e Omolú
Elementos: fogo/feminino/gùn
Terapêutica: desconhecida

Coqueiro (ÀGBON)
Orixás: Ogum, Oxóssi, Iemonjá e Oxalá
Elementos: ar/masculino/èrò
Terapêutica: água de coco – contra desidratação, problemas intestinais, náuseas, vômitos e enjôos de gravidez.

Tamarindo (ÀJÀGBAÓ)
Orixás: Xangô e Oxalá
Elementos: ar/masculino/èrò
Terapêutica: higiene bucal (folhas maceradas) – dor de dentes (chá) – digestivo e laxante (polpa do fruto) – as folhas debaixo do travesseiro proporcionam sono tranqüilo aos agitados e insones.

Aroeira (ÀJÓBI)
Orixás: Ogum, Oxóssi, Xangô e Ossain
Elementos: terra/masculino/gùn
Terapêutica: anti-reumático, bronquites, feridas, tumores, inflamações, corrimentos, diarréias e gastrites.

Acocô (AKÓKO)
Orixás: Ossain, Ogum, Oxóssi
Elementos: terra/masculino/ èrò
Terapêutica: desconhecida

Cipó Milomi ou Jarrinha (AKONIJÈ)
(É uma das folhas do orô da “voz” do orixá)
Orixás: Ossain, Oxum, Nanã, Iemonjá, etc.
Elementos: terra/feminino/èrò
Terapêutica: antídotos p/veneno de cobra, abortivo

São Gonçalinho (ALÉKÈSÌ)
Orixás: Ogum e Oxóssi
Elementos: terra/masculino/gùn
Terapêutica: chá – calmante, depurativo, antiinflamatório e analgésico. Macerado – uso externo: picadas de cobra e de insetos.

Dama da Noite (ÀLÚKERÉSÉ)
Orixás: Oxalá
Elementos: ar/feminino/èrò
Terapêutica: em banhos – reumatismo e inflamações cutâneas.

Boldo Paulista ou Alumã (ÀLÚMÓN)
Orixás: Ogum
Elementos: terra/masculino/gùn
Terapêutica: sumo: enjôos provocados por má digestão ou problemas hepáticos.

Língua de Galinha ou Guaximba (ÀLÙPÀYÍDÀ)
Orixás: Ogum, Oxumarê e Nanã
Elementos: terra/masculino/gùn
Terapêutica: desconhecida

Sete Sangrias (ÀMÙ)
Orixás: Omolú e Nanã
Elementos: terra/feminino/gùn
Terapêutica: arteriosclerose, hipertensão, palpitações cardíacas, inflamações da mucosa intestinal, doenças venéreas e afecções de pele.

Balainho de Velho (AMÚNIMÚYÈ)
(É uma das folhas que “tiram a consciência” do iaô e facilitam o transe)
Orixás: Ossain
Elementos: terra/masculino/èrò
Terapêutica: desconhecida

Dormideira ou Sensitiva (ÁPÉJÈ)
(É uma das folhas que “tiram a consciência” do iaô e facilitam o transe)
Orixás: Exú, Oyá, Oxumarê (Frekwen) e Yewá
Elementos: fogo/masculino/èrò
Terapêutica: chá: fígado, flatulência, dores de cabeça de origem digestiva e purgativo – gargarejo: alivia dores de dente.

Erva de São João (ÀRÚNSÁNSÁN)
Orixás: Xangô
Elementos: fogo/feminino/gùn
Terapêutica: cólicas intestinais provocadas por aerofagia, diarréias, reumatismo, artrose, antidepressivo, antiinflamatório, analgésico e cicatrizante.

Alfazema ou Lavanda (ÀRÙSÒ)
Orixás: Oxum e Iemonjá
Elementos: terra/masculino/èrò
Terapêutica: febres infantis.

Vassourinha de Relógio (ÀSARÁGOGO)
Orixás: Oxum
Elementos: água/feminino/gùn
Terapêutica: desconhecida

Malva Branca (ÀSIKÙTÀ ou EFIN)
Orixás: Oxalá, Iemonjá, Oxum e Oxóssi (Inle)
Elementos: ar/feminino/èrò
Terapêutica: emoliente, contra picadas de vespas.

Sabugueiro (ÀTÒRÌNÀ)
Orixás: Omolú
Elementos: fogo/masculino/gùn
Terapêutica: chá: afecções bronco-pulmonares, excitante, sudorífero, febrífugo, combate gripes, resfriados, anginas, inflamações de pele, furúnculos, queimaduras e erisipelas.

Cipó Chumbo (AWÓ PUPÁ)
Orixás: Ossain, Omolú, Ogum (Ogunjá), Nanã
Elementos: terra/masculino/gùn
Terapêutica: afecções pulmonares, gripes e resfriados fortes, anginas, faringites e amidalites. Reduzido a pó é aplicado em úlceras e feridas como cicatrizante (uso externo).

Taioba (BÀLÁ)
Orixás: Oxum e Nanã
Elementos: água/feminino/gùn
Terapêutica: cicatrizante de feridas e úlceras, usado externamente.

Oripepê ou Pimenta d’água (AWÙRÉPÉPÉ)
(É uma das folhas do orô da “voz” do orixá)
Orixás: Exú (flores), Oxum e Oxalá (folhas)
Elementos: água/feminino/èrò
Terapêutica: folhas: escorbuto, anemia e dispepsia – extrato das flores: dores de dente – xarope das folhas: expectorante infantil

Lírio Branco ou Lírio do Brejo (BALABÁ)
Orixás: Iemonjá, Oxum, Ogum e Oxalá
Elementos: água/masculino/èrò
Terapêutica: raízes: anti-reumático e purgativo.

Pimenta de Macaco ou Canela de Macaco ou Erva Biriba ou Bejerecum (BEJEREKUN)
Orixás: Ossain
Elementos: terra/masculino/èrò
Terapêutica: estimulante, combate flatulência, antiinflamatório.

Pinhão Branco (BÒTUJÉ FUNFUN)
Orixás: Ogum, Oxóssi, Oyá e Xangô
Elementos: fogo/feminino/gùn
Terapêutica: suco viscoso dos galhos: hemostático e coagulante, cura feridas.

Pinhão Roxo (BÒTUJÉ PUPÁ)
Orixás: Oyá e Xangô
Elementos: fogo/feminino/gùn
Terapêutica: a mesma do pinhão branco.

Jenipapo (BUJÈ)
Orixás: Omolú
Elementos: terra/masculino/èrò
Terapêutica: fruto: digestivo, diurético e afrodisíaco – casca do tronco: anemia, crescimento exagerado do fígado e do baço.

Carrapicho (DÁGUNRÓ)
Orixás: Exú, Ogum, Oxóssi, Ossain, Oxum
Elementos: terra/feminino/gùn
Terapêutica: desconhecida

Dandá da Costa ou Tiririca (DANDÀ)
Orixás: Ogum, Oxóssi, Ossain, Oxumarê e Nanã
Elementos: água/masculino/èrò
Terapêutica: desconhecida

Alfavaca (EFÍNFÍN)
Orixás: Exú (a roxa), Xangô, Omolú e Oxalá
Elementos: terra/masculino/gùn
Terapêutica: diurético, anti-séptico, calmante, azias, tosses, gripes e resfriados leves, temperos de comida.

Manjericão Branco (EFÍNRÍN ou EFÍNRÍN KÊKERÊ)
Orixás: Oxum, Iemonjá e Oxalá
Elementos: água/feminino/èrò
Terapêutica: gases, cólicas intestinais, diarréias, afecções das vias urinárias e/ou respiratórias, gengivites, amidalites, faringites, estomatites, aftas e tempero de comida.

Manjericão Roxo (EFÍNRIN PUPÁ)
Orixás: Xangô (Ayrá), Oyá e Oxoguiã
Elementos: água/feminino/èrò
Terapêutica: a mesma do manjericão branco.

Aguapé (EJÀ OMODÉ)
Orixás: Oxum, Iemonjá e Nanã
Elementos: água/feminino/èrò
Terapêutica: desconhecida

Melão de São Caetano (EJÌNRÌN)
Orixás: Oxumarê, Omolú, Yewá e Nanã
Elementos: terra/feminino/gùn
Terapêutica: preventivo de gripes e febres (pequenas quantidades de chá fraco), leucorréia, cólicas de vermes ou menstruais (chá). Pomada supurativa das sementes. A planta toda é purgativa, ajuda contra hemorróidas e diabetes e é abortiva.

Maravilha (ÈKÈLÈYÍ)
Orixás: Oyá e Yewá
Elementos: ar/feminino/èrò
Terapêutica: sardas, dores de ouvido, cólicas abdominais, diarréias, disenteria, leucorréia e sífilis.

Elevante ou Levante ou Alevante (ERÉ TUNTÚN)
Orixás: Oxum, Iemonjá e Oxalá
Elementos: água/feminino/gùn
Terapêutica: desconhecida

Erva de Bicho ou Folha de Igbi (ERÓ IGBIN)
Orixás: Omolú e Oxalá
Elementos: água/masculino/èrò
Terapêutica: inchações e picadas de insetos.

Erva Tostão (ÉTINPÓNLÁ)
Orixás: Xangô e Oyá
Elementos: fogo/masculino/gùn
Terapêutica: raízes c/vinho: diurético e regularizador renal e hepático.

Maricotinha (ETÍTÁRÉ)
Orixás: Iemonjá
Elementos: água/feminino/èrò
Terapêutica: inflamações oculares, dores de ouvido, afecções de bexiga, uretra ou rins, febres, expectorante suave, diurético e antidiabético.

Guando (ÈWÁ IGBÓ)
Orixás: Oxalá
Elementos: ar/masculino/èrò
Terapêutica: afecções urinárias, intoxicações, faringites, estomatites, gengivites, dor de dente, afecções hepáticas e pulmonares.

Folha da Riqueza ou Erva Periquito (EWÉ AJÉ)
Orixás: Oxumarê e Iemonjá
Elementos: água/masculino/gùn
Terapêutica: diurético.

Boldo ou Tapete d’Oxalá (EWÉ BABÁ)
Orixás: Oxalá
Elementos: ar/feminino/èrò
Terapêutica: fígado, rins e estomago.

Quebra Pedra (EWÉ BÍYEMI)
Orixás: Omolú
Elementos: terra/feminino/gùn
Terapêutica: cálculos renais.

Erva Pombinha ou Andorinha (EWÉ BOJUTÒNA)
Orixás: Ossain e Oxumarê
Elementos: terra/masculino/gùn
Terapêutica: vaso dilatador, hepatite B, diurético, eliminador de glicose e ácido úrico, cálculos renais e icterícia.

Beti Branco (EWÉ BEYÍ FUNFUN)
Orixás: Iemonjá, Oxalá e todos os orixás fun fun.
Elementos: água/feminino/èrò
Terapêutica: diurético e cicatrizante.

Jibóia (EWÉ DAN)
Orixás: Oxumarê
Elementos: ar/feminino/gùn
Terapêutica: desconhecida

Erva Prata (EWÉ DÍGÍ)
Orixás: Oyá, Iemonjá e Oxalá
Elementos: ar/masculino/gùn
Terapêutica: desconhecida

Erva Moura ou Maria Preta (EWÉ ÈGÙNMÒ)
Orixás: Omolú
Elementos: terra/masculino/gùn
Terapêutica:emoliente, calmante, para lavagem de chagas e erupções cutâneas, reumatismo e caspa.

Carurú ou Bredo s/Espinho (TÈTÈ)
Orixás: todos
Elementos: terra/feminino/èrò
Terapêutica: escorbuto, cortes, feridas, males do fígado, afecções urinárias, cistite, retenção de urina. As flores ajudam a curar tosses rebeldes.

Branda Fogo ou Folha de Fogo (EWÉ INÓN ou INÁN)
Orixás: Exú, Xangô e Oyá
Elementos: fogo/feminino/gùn
Terapêutica: palpitações cardíacas, afecções urinárias e genitais, sífilis, erupções cutâneas, feridas, coceiras, moléstias de pele.

Abre Caminho (EWÉ LOROGÚN)
Orixás: Ogum
Elementos: terra/masculino/gùn
Terapêutica: desconhecida

Parietária (EWÉ MONÁN)
Orixás: Oyá e Oxalá
Elementos: ar/feminino/èrò
Terapêutica: irritações e inflamações urinárias, cicatrizante e doenças de pele.

Transagem (EWÉ ÒPÁ)
Orixás: Omolú, Oxumarê e Nanã
Elementos: terra/masculino/èrò
Terapêutica: adstringente, contra febres, otites e incontinência urinária, dor de dentes, depurativo sanguíneo, inflamações uterinas.

Algodão (EWÉ ÒWÚ)
Orixás: Oxalá
Elementos: ar/feminino/gùn
Terapêutica: desordens menstruais ou pós-parto, inflamações e dores uterinas, aumentar o leite materno.

Alecrim (EWÉRÉ)
Orixás: Oxóssi e Oxalá
Elementos: ar/masculino/èrò
Terapêutica: má digestão, gases, reumatismo, encefalia e tempero de comida.

Corredeira (FALÁKALÁ)
Orixás: Exú
Elementos: fogo/masculino/gùn
Terapêutica: inflamações oculares.

Fruta Pão (GBÈRÈFÚTÚ)
(é uma das folhas utilizadas para se tirar “mão de Vumbi”)
Orixás: Iroko/Tempo e Oxalá
Elementos: fogo/feminino/gùn
Terapêutica: folhas: diarréias – raiz: vermífugo – fruto: tumores e furúnculos.

Salsa de Praia (GBÒRÒ AYABÀ)
Orixás: Iemonjá e Olokun
Elementos: água/feminino/èrò
Terapêutica:reumatismo, nevralgias, catarro crônico e blenorragia.

Para Raio (IGÍ MÉSÀN)
Orixás: Oyá e Xangô
Elementos: ar/masculino/èrò
Terapêutica: folhas: abortivo, laxante, estimulante intestinal – frutos: hemorróidas, vermes – lenho: feridas, erisipelas e doenças de pele.

Dendezeiro (MÀRÌWÓ ou IGI ÒPÈ)
Orixás: Ogum e Oxalá
Elementos: ar/masculino/gùn
Terapêutica: azeite: externamente, contra angina, erisipela e filariose. Internamente, contra dores de cabeça e cólicas abdominais (quantidades mínimas).

Salvia (IKIRIWÍ)
Orixás: Oxalá
Elementos: ar/masculino/èrò
Terapêutica: chá: gripes e resfriados, febres, afecções leves do estomago, vômitos, escorbuto, corrimentos purulentos da uretra, cólicas menstruais, debilidades sexuais, antiabortivo, antidiabético e regulador da pressão.

Erva Vintém (ILERÍN ou OKÓWÓ)
Orixás: Ossain, Oxum e Oxalá
Elementos: água/feminino/èrò
Terapêutica: desconhecida.

Erva de Santa Maria (IMI IYÍN)
Orixás: Omolú
Elementos: terra/masculino/gùn
Terapêutica: aerofagia, afecções pulmonares, vermes, insetívoro (pulgas, percevejos, etc.).

Gameleira Branca ou Irôco (ÌRÓKÒ)
Orixás: Iroko/Tempo, Xangô e Oxalá
Elementos: fogo/masculino/gùn
Terapêutica: sumo dos galhos: expulsa lombrigas, é depurativo, contra sífilis e reumatismo.

Barba de Velho (IRÙNGBÒN)
Orixás: Omolú
Elementos: ar/masculino/èrò
Terapêutica: abscessos, hemorróidas, reumatismo.

Pitanga (ÍTÀ)
Orixás: Oxum
Elementos: água/feminino/èrò
Terapêutica: adstringente, anti-reumático, diarréias e febres infantis, gripes e resfriados, tosses.

Mãe Boa (ÌYÁBEYÍN)
Orixás: Oxum, Iemonjá e Nanã
Elementos: água/feminino/èrò
Terapêutica: reposição de proteínas.

Aperta Ruão (ÌYÈYÈ)
Orixás: Oxum e Oxalá
Elementos: terra/masculino/gùn
Terapêutica: gravidez difícil, problemas uterinos, feridas crônicas, blenorragias crônicas, cistites, diarréias, diurético.

Arrebenta Cavalo (KANAN-KANAN ou EWÉ BÓBO)
Orixás: Exú
Elementos: fogo/feminino/gùn
Terapêutica: afecções urinárias, renais ou hepáticas, febres, dores na coluna, abscessos, furúnculos, inflamações e manchas na pele.

Carqueja (KÀNÉRÌ)
Orixás: Oxóssi
Elementos: terra/masculino/èrò
Terapêutica: males do estomago.

Jurubeba (KISIKISI ou IGBÁ IGÚN ou IGBÁ ÀJÀ)
Orixás: Oxóssi e Ossain
Elementos: terra/masculino/gùn
Terapêutica: garrafadas fortificantes, icterícias, moléstias do fígado, rins e baço.

Catinga de Mulata ou Macassá (MAKASÀ)
Orixás: Oxum, Iemonjá e Oxalá
Elementos: água/feminino/èrò
Terapêutica: banhos contra febre infantil.

Cordão de Frade ou Cordão de São Francisco (MOBORÒ)
Orixás: Oxóssi e Omolú
Elementos: terra/masculino/gùn
Terapêutica: dores nevrálgicas, reumatismo, problemas de estomago, asma, problemas urinários, hemorragias uterinas, relaxante da musculatura lisa. Em excesso é abortivo.

Saião ou Folha da Costa (ÒDÚNDÚN)
Orixás: Oxalá
Elementos: água/feminino/èrò
Terapêutica: doenças pulmonares, alivia dores e inchaços, cicatrizante, úlceras e distúrbios estomacais.

Guapo (ÒJÈ DÚDÚ)
Orixás: Oxóssi, Ossain e Oxalá
Elementos: ar/feminino/gùn
Terapêutica: calmante, cicatrizante, gripes e resfriados, doenças pulmonares, reumatismo, nevralgias. Deve ser evitado pelos cardíacos.

Erva de Santa Luzia (OJÚORÓ)
Orixás: Oxum
Elementos: água/feminino/èrò
Terapêutica: amadurecer abscessos, asma, doenças de pele, inflamações oculares.

Samambaia de Poço ou Pente de Cobra (ÒMUN)
Orixás: Oxumarê
Elementos: água/masculino/gùn
Terapêutica: desconhecida

Vence Demanda ou Vence Tudo (OSÈ OBÁ)
Orixás: Ogum e Xangô
Elementos: fogo/masculino/gùn
Terapêutica: desconhecida

Oxibatá (ÒSÍBÀTÀ)
(É usada para conter e tranqüilizar sexualmente o iaô no roncó e para tirar mão de “Vumbi”)
Orixás: Oxalá e Iemonjá (branca), Oxum (amarelo), Oyá, Obá e Yewá (rosa), Nanã (lilás)
Elementos: água/feminino/èrò
Terapêutica: afrodisíaco, abortivo, disenterias, diarréias, moléstias da pele.

Pau d’Água ou Pau d’Alho ou Peregum ou Coqueiro de Vênus (PÈRÈGÚN)
Orixás: Verde: Ogum e Ossain. Rajado: Oxumarê, Ossain e Logun.
Elementos: terra/masculino/gùn
Terapêutica: maceradas, em banhos ou compressas para reumatismo.

Oriri (RIN-RIN)
Orixás: Oxum e Oxalá
Elementos: água/feminino/èrò
Terapêutica: irritações e inflamações oculares e suave tônico cardíaco.

Chapéu de Couro (SÉSÉRÉ)
Orixás: Oxóssi e Oxalá
Elementos: água/feminino/gùn
Terapêutica: diurético, inflamações renais e na garganta, ulcerações de pele.

Arnica (TAMANDÍ)
Orixás: Nanã
Elementos: água/feminino/gùn
Terapêutica: doenças de estomago, tombos e quedas (alivia os hematomas).

Cana do Brejo (TÈTÈRÈGÙN)
Orixás: Oxalá
Elementos: ar/masculino/gùn
Terapêutica: doenças renais.

Colônia (TÓTÓ)
Orixás: Oxum, Oxalá, Ogum, Oxóssi e Iemonjá
Elementos: terra/masculino/èrò
Terapêutica: infusão das flores: acalma medos e histerias – folhas: sedativo, enxaquecas (emplastro), dores de cabeça (no álcool) – chá: hipertensão, palpitações cardíacas, sedativo leve.

Amendoeira
Orixás: Oxalá
Elementos: ar/feminino/èrò
Terapêutica: macerada em álcool: bursites, tendinites, dores reumáticas e musculares e sacudimentos e purificação de pessoas com problemas mentais.

Assa Peixe
Orixás: Oxóssi e Oxum
Elementos: terra/masculino/gùn
Terapêutica: bronquites, pneumonias, gripes, tosses rebeldes, afecções respiratórias.

Camboatá
Orixás: Oyá, Xangô, Iemonjá (Iamacimalé)
Elementos: ar/feminino/gùn
Terapêutica: casca em chá: asma e tosses convulsivas.

Canela de Velho
Orixás: omolú
Elementos: terra/masculino/èrò
Terapêutica: perturbações digestivas e menstruais.

Carobinha
Orixás: Ossain e Omolú
Elementos: terra/masculino/èrò
Terapêutica: afecções de pele, vias urinárias e doenças venéreas

Cipó Caboclo
Orixás: Oxóssi
Elementos: terra/masculino/èrò
Terapêutica: banhos: linfatites crônicas, edemas e elefantíase.

Costela de Adão
Orixás: Ogum (Ogunjá)
Elementos: terra/feminino/èrò
Terapêutica: desconhecida

Coqueiro de Purga ou Coquinho de Catarro
Orixás: Omolú
Elementos: terra/masculino/èrò
Terapêutica: purgativo, sífilis, inflamações, inchações, febres, problemas menstruais.

Erva Curraleira ou Cânfora
Orixás: Oxóssi
Elementos: água/masculino/èrò
Terapêutica: depurativo, doenças venéreas, ulcerações e erupções de pele, dermatoses.

Espinheira Santa
Orixás: Oxóssi e Oxalá
Elementos: ar/masculino/èrò
Terapêutica: estômago e intestino.

Erva Grossa ou Fumo Bravo
Orixás: Exú e Omolú
Elementos: terra/masculino/gùn
Terapêutica: bronquites, gripes fortes e febres intermitentes.

Jaborandi
Orixás: Oyá e Xangô
Elementos: fogo/feminino/gùn
Terapêutica: queda de cabelo

Manacá
Orixás: Nanã
Elementos: terra/feminino/èrò
Terapêutica: anti-reumático, abortivo, anti-sifilítico, depurativo, purgativo e diurético.

Manjerona
Orixás: Xangô
Elementos: terra/feminino/gùn
Terapêutica: estimulante do apetite, digestivo, cólicas, flatulência e afrodisíaco.

Negra-Mina ou Nega Mina
Orixás: Xangô
Elementos: fogo/masculino/èrò
Terapêutica: estimulante, reumatismo, cólicas, nevralgias, tosses.

Quaresmeira
Orixás: Nanã
Elementos: terra/masculino/gùn
Terapêutica: desconhecida.

Pimenta (ÁTÁARÉ)
Orixás: Exú e Ossain
Elementos: fogo/masculino/gùn
Terapêutica: tempero de comidas.

Perpétua (ÈKÈLEGBARA)
Orixás: Exú
Elementos: fogo/masculino/gùn
Terapêutica: males respiratórios, febres, tosses.

Cansanção (ÈSÌSÌ)
Orixás: Exú e Xorokê
Elementos: fogo/feminino/gùn
Terapêutica: em compressas: alívio das dores de queimaduras e contusões – chá: catarro das visa respiratórias, menstruação irregular, hemorragias, leucorréia, escrofulose e hemoptises.

Urtiga (EWE KANAN)
Orixás: Exú
Elementos: fogo/masculino/gùn
Terapêutica: erisipela (a seiva do caule). As folhas provocam queimaduras que se transformam em ulcerações.

Mamona Branca (EWE LÁRÀ FUNFUN)
Orixás: Oxalá
Elementos: Ar/feminino/èrò
Terapêutica: água das folhas cozidas com sal: inchaços nos pés – sementes: óleo de rícino, que é purgativo e indicado para prisão de ventre.

Tento ou Olho de Exú (WÉRÉNJÉJÉ)
Orixás: Exú
Elementos: terra/masculino/èrò
Terapêutica: doenças dos olhos (em quantidades mínimas do pó das sementes) – das folhas e raízes maceradas: afecções urinárias, pulmonares e do ventre.

Patchouli
Orixás: Exú e Oxum
Elementos: água/feminino/gùn
Terapêutica: desconhecida.

Mangueira (ÒRÓ ÒYÌNBÓ)
Orixás: Ogum e Iroko/Tempo
Elementos: terra/masculino/èrò
Terapêutica: folhas: bronquite asmática, estomatite, gengivite e contusões – chá do lenho: leucorréia e diarréia.

Língua de Vaca (EWE GBÚRE OSUN ou SANA)
Orixás: Xangô (Barú) e Oxum
Elementos: ar/masculino/èrò
Terapêutica: complemento alimentar

Rama de Leite (EWE OGBÓ)
(É uma das folhas que “tiram a consciência” da iaô e facilitam o transe)
Orixás: Oxóssi, Ossain
Elementos: terra/masculino/èrò
Terapêutica: epilepsia

Aridan (ÀRÌDAN)
Orixás: Ossain
Elementos: terra/masculino/gùn
Terapêutica: desconhecida

Noz de Cola (OBÌ)
Orixás: Ossain e Oxalá
Elementos: ar/feminino/èrò
Terapêutica: tônico para o coração, reconstituinte e estimulante do sistema nervoso.

Orobô (ORÓGBÓ)
Orixás: Ossain, Xangô
Elementos: fogo/masculino/gùn
Terapêutica: bronquites

Carrapeteira (ÌPÈSÁN)
Orixás: Xangô
Elementos: fogo/masculino/gùn
Terapêutica: combate febres, tosses, gota, afecções sifilíticas e conjuntivite. Em doses elevadas, é abortiva.

Barba de Boi ou Malva Rasteira (TÓ)
Orixás: Omolú
Elementos: terra/feminino/èrò
Terapêutica: desconhecida

Batata Doce (EWE KÚKÚNDÙNKÚ ou EWE ORÍ)
Orixás: Oxumarê
Elementos: água/feminino/èrò
Terapêutica: folhas: emolientes. Cozidas servem para tumores e inflamações na boca e na garganta usadas em gargarejo – tubérculo (raiz): alimentação.

Jaqueira (APÁÒKÁ)
Orixás: Xangô, Iroko/Tempo/Oxumarê
Elementos: fogo/masculino/gùn
Terapêutica: estimulante, antidiarréico, antitussígeno e expectorante.

Flamboyant (IGI ÒGUN BÈRÈKÈ)
Orixás: Xangô, Oyá e Ibeji
Elementos: fogo/masculino/gùn
Terapêutica: lenho das vagens em chá: hipertensão, palpitações cardíacas e sedativo suave.

Bem-Me-Quer (BÁNJÓKÓ)
Orixás: Oxum
Elementos: água/feminino/èrò
Terapêutica: desconhecida.

Chifre de Veado (DÁGUNRÓ)
Orixás: Oxóssi e Logun
Elementos: terra/feminino/gùn
Terapêutica: desconhecida

Cana ou Bananeira de Jardim (EWE ÌDÒ)
Orixás: Oxum e Yewá
Elementos: água/feminino/èrò
Terapêutica: expectorante, diurético, vomitivo e abortivo.

Vitória Régia (EWE OMÍ OJÚ)
Orixás: Obá
Elementos: água/feminino/èrò
Terapêutica:desconhecida

Sapoti (NEKIGBÉ)
Orixás: Ibeji
Elementos: fogo/masculino/gùn
Terapêutica: frutos: contra desnutrição – sementes trituradas: afecções renais – casca do tronco em decocto: diarréias, verminoses e febre.

Poejo
Orixás: Oxum e Ibeji
Elementos: água/feminino/èrò
Terapêutica: gripes, catarro infantil, excitante, gases, cólicas intestinais infantis, falta de menstruação e dores histéricas.

Capeba (EWE IYÁ)
Orixás: Iemonjá
Elementos: água/feminino/èrò
Terapêutica: estimulante, diurético, afecções das vias renais, febres, gastrites, debilidades orgânicas, furúnculos, abscessos, prisão de ventre, ingurgitamento do fígado e baço, ulcerações sifilíticas, hemorróidas e reumatismo.

Baronesa ou Jacinto d’Água (ERESÍ MOMIN PALA)
Orixás: Nanã
Elementos: água/feminino/èrò
Terapêutica: desconhecida.

Noz Moscada
Orixás: Oxalá
Elementos: Ar/feminino/èrò
Terapêutica: estimulante gástrico, afrodisíaco e tempero de comidas.

Pixurim
Orixás: Oxalá
Elementos: ar/masculino/gùn
Terapêutica: dispepsias, problemas gástricos, cólicas, diarréias e picadas de insetos.

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OS DOIS CAMARADAS

 

Olho de exú, olho de saci, tento miúdo; werenjeje (Abrus precatorius)

Assim diziam os mais velhos.. “Folha tem horário pra colher”. Tem algumas que só podemos colher até meio dia, depois dessa hora só servem pra Exu e Ogun. Exu é muito próximo de Ossayin ao meu ver. Eles possuem identidades muito semelhantes em alguns aspectos. Até fumar fumam, RS. Talvez o fato de Exu ser um orixá muito próximo de nós, permita que Ele continue recebendo as folhas e as tomando para si próprio, uma vez que Ossayin as impediu de serem utilizadas pelos demais orixás e pra si mesmo.

Ossayin assovia nas matas, Exu nas encruzilhadas. Uma das principais folhas de Ossayin é o tento (werenjeje). Suas sementes são vermelhas e pretas, muitos chamam de olho de Exu ou de Saci.. Saci esse sincretizado há muito tempo com Ossayin, ou seria com Exu? As figuras as vezes se confundem.. Uma vez ouvi de pai Flávio de Oguian que o nome Saci Perere seria uma curruptela de Osayinsy kekere, pequeno filho de Osayin.. Seria o Saci, Aroni, o companheiro de Ossayin? No Jeje, temos a figura de Ague, que está bem mais proximo de Odé que Ossayin, mas é quem guarda o segredo das folhas. Agué adora epo e otim, assim como Exu.

“Ago otim dun ago Agué otim dun/ Ago otim dun  ago Agué olepe”

“Ago epo ago Ague epo/ Runbere ko azan, Ago Agué olepe”

 

 

Ossayin

Nada se faz sem Exu, nada se faz sem as folhas de Ossayin. A natureza de Exu é o antagonismo. Ele sempre representa o outro lado, outras possibilidades, a inconformidade que gera a mudança. Exu é o Senhor que carrega muitas cabaças, Ossayin traz os ado sempre junto consigo, cheio de ofós e mistérios. Ossayin carrega consigo o mistério de Eleye, Ele reverencia as Grandes Mães, Iya Mogun. Com Elas, Ele fez juramentos, comeram e beberam juntos, em cima das folhas.

 

 

Exú Odara- Aquele que nos traz coisas boas

 

Exu também dialoga com Elas, no Ipade, cerimônia presidida por duas mulheres, geralmente as mais velhas do Ilê (agbas): E as Grandes mães são exaltadas: Iya Moro, Iya Dagan, Ajimúdà, Iyábase.. Os filhos de Ossayin são iniciados do lado de fora, os de Exu também.. Exu quis ter a primazia junto a Oxalá, e Ossayin junto a Orunmila. Acho que uma das maiores incompatibilidades entre os dois é o fogo, que pode destruir a mata e acabar com as folhas.

E ína mojubá, Ína ína mojubá aiyê (Ína eu lhe apresento meus humildes respeitos)

E ína koróká, Ína ína koróká aiyê (Ína não venha com pensamentos cruéis para o mundo)

E ína ko wá ba, ína ína ko wá ba aiyê (Ína venha e proteja o mundo)

 

 

Jonatas Gunfaremim, folhas de Bujè (Jenipapo/ Genipa americana)

 

Mas embora Bara nos traga a individualidade é Ossayin, com suas folhas que permite que tenhamos todas as cores que pudermos ter, pois é a folha que irá ressaltar nossos defeitos e qualidades.

Òpeèré Òsányìn ìn s’ibú, Kúrú ìde akàkà/ Òpeèré Òsányìn ìn s’ibú Bàbá, Kúrú ìde akàkà”

 

Operé de Ossanhe voa profundo, O pequeno não muda a natureza/

Operé de Ossanhe voa profundo, Pai, O pequeno não muda a natureza”

 

 

árvore de Ossayin

 

Meu pai Flávio dizia sempre isso. Ninguém muda a folha de ninguém, a folha é que ressalta aquilo que já somos por dentro. Não é a toa, que cantamos no dia da Sasányin : “Órùn a f’Esu Òdàrà kò ba l’ayo/ Órùn a f’Esu, Ase lè be kó ba l’o”. Que Exú leve com alegria tudo aquilo que a Ele oferecemos no dia em que as folhas estão sendo encantadas.

Por isso que eu acho que Exu e Ossayin sempre caminharam juntos. São irmãos e camaradas.

 

 

Werenjeje - Folha Mestra

 

TEXTO ESCRITO POR JONATAS GUNFAREMIM (PLÁGIO É CRIME-CITE A REFERÊNCIA)

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O SONO DAS FOLHAS

Assim diziam os mais velhos.. “Folha tem horário pra colher”. Tem algumas que só podemos colher até meio dia, depois dessa hora só servem pra Exu e Ogun. Minha mãe biológica me dizia sempre, pra nunca colher folha a noite, mas se fosse preciso tinha que dar três batidinhas pra “acordar” as folhas.

 

 

Dormideira, sensitiva, malícia-de-mulher, dorme-dorme/ Ewe ápéjè (Mimosa pudica)- Folha de Exú e Oya

 

 

 

 

Processo de Fotossintese

A fotossíntese, fenômeno que permite a planta produzir o seu alimento, possui duas fases: uma clara e uma escura. Ela acontece principalmente de dia, embora também ocorra de maneira extremamente reduzida à noite, quando há o consumo de carboidratos produzidos pela própria planta. Não sei bem se Ossayin leva essa informação em consideração, mas existem também alguns compostos químicos resultantes do metabolismo das plantas (metabólitos secundários) que possuem hora para serem encontrados em maior quantidade nas plantas, por exemplos certos óleos essenciais. A sua concentração pode variar ao longo do dia, ou de acordo com a fase lunar, ou ainda na estação do ano. O óleo de copaíba (produto medicinal) é um bom exemplo disso. Sua extração varia de cada região, em algumas é feita no período chuvoso e em outros na estação seca. Para alguns, ela deve ser realizada na lua nova, pois a quantidade de óleo é maior. E ainda encontramos outras observações, como não ter mulher grávida perto da árvore e nem se olhar para a copa durante a extração, pois o óleo não sai da árvore. E tem algumas plantas que realmente “dormem” de noite. As suas folhas ficam fechadinhas. Ossayn é realmente um mistério, e as suas folhas também. Do ponto de vista biológico, as plantas acumulam grandes quantidades de metabólitos em suas células durante o dia, enquanto crescem em direção a luz solar. Suas células apresentam uma maior quantidade de água no seu interior, ficando mais inchadas, o que resulta na elevação das folhas. Com o decorrer do dia as células perdem água e alguns metabólitos e “murcham”, resultando em um relaxamento de suas folhas. Dessa forma a planta economiza energia até o retorno do dia.

TEXTO ESCRITO POR JONATAS GUNFAREMIM. PLÁGIO É CRIME, CITE AS FONTES

 

 

Extração do óleo de copaíba

 

Óleo de copaíba / Copaifera langsdorffii

 

 

Benefícios da copaíba

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ERU O ESCRAVO

 

 

Eró, Iroko eró..

Apesar do ranço histórico que essa palavra carrega o termo “escravo” é amplamente utilizado na cultura africana. As ewé érú (também chamadas ewé òfá) são conhecidas como folhas escrava ou substitutas. Nesse caso a conotação não é pejorativa, mas sim que essa folha está intimamente ligada a principal, são parentes.

Durante a Asà Òsányìn dizemos o tempo todo: Eru aje!

Uma das traduções possíveis é “escravo das feiticeiras”. Estamos falando de Eleyé, as Senhoras do Pássaro, ao qual Osányìn está ligado. Eyé é a ave que está subordinada a Òsányin, a ele conta tudo. Eyé também presta serviços as Iya Mí Agbá, dizem que as mesmas se transformam em um. O opéré é uma ave, relacionada ao mito de Òsányin, voa alto, mas sempre retorna para o seu senhor, pousando em sua ferramenta ou se aninhando dentro da cabaça (ado). Logo é seu escravo, mesmo sendo livre.

Existe um mito (itan) que Òsányìn costuma ser acompanhado por outra entidade muito pequenina, e que às vezes também é descrita com uma só perna. Essa entidade seria Aronì. Os mesmos mitos citam Aroní como sendo escravo de Osányìn.. Em iorubá poderíamos, de repente chama-lo “Òsányìn sí kékeré”.. O pequeno filho de Ossaim..

 

 

Existe uma korin ewé que nos remete a essa divindade: O igi igi otá Aronì o/ Igi igi otá Aronì/ Ewé bo igi igi/ Ni a oró oògun man/Igi igi otá Aronì (A árvore é a pedra de Aronì, as folhas e a árvore conhecem os segredos da medicina e da mágia, a árvore é onde Aronì está assentado).

A palavra erú significa escravo, servo ou mensageiro, mas dependendo de como for escrita (e acentuada) pode ganhar vários significados: carga, peso, medo.. Vamos imaginar um rei, que não pode estar presente em um evento, manda a quem representá-lo? Seu mensageiro, que muitas vezes é um escravo.. Quando não conseguimos determinada folha, utilizamos a sua escrava (mensageira).

Embora a escravidão no Brasil tenha assumido um dos seus piores aspectos, já existia entre os povos africanos. A diferença crucial é que na África um escravo era respeitado.. Vários mitos contam como Xangô conquistava reinos e possuía diversos escravos. Pensar nessa palavra (escravo) sem pensar em seu contexto é o mesmo que pensar em Exú sem levar em conta o seu caráter ambíguo..

 

“Amor é fogo que arde sem se ver;/É ferida que dói e não se sente;/É um contentamento descontente;/É dor que desatina sem doer”.

 

“Ler significa reler e compreender, interpretar. Cada um lê com os olhos que tem. E interpreta a partir de onde os pés pisam.”

 

Uma coisa fantástica de se conviver em comunidade é que cada um tem a sua forma de pensar e agir, ninguém precisa concordar o tempo todo com o que outro diz. Essa é uma das nossas maiores riquezas, conseguimos discordar e mesmo assim nos respeitar. Concordo totalmente que a escravidão sempre será uma coisa horrorosa e triste. Também concordo que as traduções são formas de interpretação dos fatos, que muitas vezes vão favorecer a visão daquele que interpreta..

 

Só discordo totalmente quando alguém afirma que é contra o uso, “interpretação” ou tradução da palavra escravo. Não acho que deixando de utilizar uma palavra iremos apagar o seu significado. A História nos ensina isso.. Em 14 de Dezembro de 1890 todos os papéis, livros de registros fiscais e de matrículas do período da escravidão no país foram queimados, por ordem de Rui Barbosa (Ministro da Fazenda). Embora existam outras explicações menos nobres, se diz que foi para que esse período tenebroso de nossa História fosse esquecido. Será que conseguimos esquecer? Claro que não, pelo contrário, a escravidão está mais viva do que nunca.

 

Por outro lado, essa tentativa de esquecimento gerou um problema muito sério.. Com a perda desses documentos foram perdidos os registros de procedência desses homens e mulheres que chegaram aqui na condição de escravos.. Embora trouxessem em sua alma todas as lembranças, não tinham mais como provar de onde vieram.. Isso faz com que atualmente seja muito difícil, quase impossível, para algum afro-descendente tentar provar legalmente que seu avô (ou bisavô) tenha sido escravo, ou ainda qual era a sua origem: Angola, Zambia, Nigéria, Benin, Savalu.. Gostaria muito de comprovar legalmente minha(s) origem(ns) africanas, adquirir dupla nacionalidade, mas como? Foi tudo queimado..

 

No meu axé (Engenho Velho) costumamos realizar, no dia seguinte a festa do nome, a cerimônia do Panan, onde será feita as quebras das kizilas do iyawo. Uma das etapas dessa cerimônia é a compra do Iyawo, que é apresentado a todos como um escravo.. É feito uma espécie de leilão e aquele que der o maior lance fica com o iyawo. Para uma pessoa mais desavisada o ritual pode parecer um ato de violência e sem sentido. Expor alguém, como escravo, que absurdo.. Mas me recordo bem, meu pai sempre explicava a todos ao final do ritual: “um filho de santo (iyawo) não se vende e nem se compra, o valor de cada um é único e não há dinheiro que pague.” Aquele ritual nos fazia recordar de todo o sofrimento de nossos ancestrais, mas ao mesmo tempo também nos fazia mais fortes. Sabíamos que a partir daquele momento não estávamos mais sozinhos, tínhamos um orixá a nos proteger, fazíamos parte de toda uma comunidade, estávamos novamente ligados aos nossos ancestrais, sabíamos o nosso valor. Teríamos que continuar resistindo..

 

Embora saiba que a escravidão não ocorreu exclusivamente com os povos africanos, escrevo principalmente pensando nesse povo, já que são meus ancestrais mais próximos. Não gosto da palavra “matar” ou “sacrificar”, entretanto sei que sempre farão parte do culto, nas Casas de Candomblé, embora já existam pessoas querendo modificar isso também. Como oferecer determinadas oferendas a Ogún sem cantar; “èjè s’orò ‘ro Ògún pa o”? Quando uso a palavra eru como escravo, tenho o mesmo pensamento. Embora possam carregar uma simbologia difícil de ser entendida para alguns, faz parte da cultura que herdamos (que não é a cultura ocidental). E outra coisa, sabemos o porquê e quando as utilizamos..

 

Com relação à frase “O pássaro, é escravo de Ossain, ainda que seja livre”, estava apenas utilizando uma linguagem poética. Sou filho de Ogún, mas aprendi que não devemos levar tudo na ponta da faca. Existem várias formas de prisão, que não necessariamente acontecerão com correntes ou grades..

 

Como nos diria Luiz Vaz de Camões: É querer estar preso por vontade;/É servir a quem vence, o vencedor;/É ter com quem nos mata lealdade./ Mas como causar pode seu favor/Nos corações humanos amizade,/se tão contrário a si é o mesmo Amor?

 

TEXTO ESCRITO POR JONATAS GUNFAREMIM (PLÁGIO É CRIME-CITE A REFERÊNCIA)

 

 

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WORKSHOP FOLHAS SAGRADAS

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PÈRÈGÚN

Babá Olonon- Ogun

 

“Pèrègún níí pè irúnmolè l’át’òde òrun w’áyé”
(Pèrègún que chama as divindades do céu para a terra).

Ewe peregun (Dracaena fragrans)

 

“Pèrègún l’óní ki Ogun ó gùn mi/ Ní gbà ti mobá fé níookàn mi”

(Pèrègún diz que Ogun deve me possuir/ Sempre que eu deseje na minha mente).

 

Mariwo Ogun

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REGISTRO: Mãe Tieta de Iemanjá, do terreiro da Casa Branca

Morre aos 84 anos Mãe Tieta de Iemanjá, do terreiro da Casa Branca

 

Mãe Tieta de Iyemanjá, Iyá Kekere do Asé Iyá Nassô Oká

O candomblé baiano perdeu uma de suas ilustres representantes. A mãe pequena do terreiro de candomblé Ilê Axé Iyá Nassô – a Casa Branca do Engenho Velho -, Antonieta de Anunciação Matos, faleceu no final da noite deste sábado (8). Mãe Tieta de Iemanjá, como era conhecida, era Ya Kekere do terreiro da Casa Branca, o mais antigo de tradição kêtu do Brasil.

Mãe Tieta tinha 84 anos e foi vítima de uma pneumonia. Ela tinha mais de 70 anos de iniciação no candomblé, onde chegou pelas mãos da mãe de santo Maximiana Maria da Conceição, a Tia Massi. Natural de Salvador, Mãe Tieta tinha uma filha de sangue, mas era conhecida no Brasil, sobretudo pela quantidade de filhos espirituais.

Além disso, a mãe pequena também era conhecida por ser uma das grandes intérpretes de cantigas do candomblé e por contar histórias da religião.

TEXTO EXTRAÍDO DA PÁGINA: http://www.correio24horas.com.br/detalhe/salvador/noticia/morre-aos-84-anos-mae-tieta-de-iemanja-do-terreiro-de-casa-branca/?cHash=5cd92ebf7948a861573895930916b9e1

OBS: PERDEMOS NOSSA IYA KEKERE NA NOITE DE 08 DE ABRIL DE 20017, AS 21 HORAS.

 

 

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