PALESTRA “AS FOLHAS E OSSAYIN”

Gostaria de agradecer imensamente ao meu pai Mario J. Reis Souto pelo convite e pelo carinho de sempre. Agradeço imensamente também ao Ogan Jacana Oga Goncalves. Fiquei extremamente feliz em poder falar sobre um assunto que me traz grande prazer e satisfação. Foi muito bom poder levar adiante um pouco daquilo que aprendi com os meus mais velhos, em especial com o meu saudoso zelador, que era um Olossayin, Pai José Flávio Pessoa de Barros. Levarei seu nome sempre onde estiver. Também agradeço ao meu querido Babalorixá Eduardo Abiodun Ayoola, com quem aprendo cada dia mais sobre as folhas e sobre essa religião fantástica, que nossos Ancestrais nos deixaram. Penso que a Academia precisa de mais pessoas de axé, que consigam reafirmar para todos que o conhecimento produzido em uma comunidade terreiro é grande, e deve ser muito respeitado. Sei que essa caminhada ainda é longa, mas devagarinho vamos indo cada vez mais adiante. Que o Senhor das Folhas permita que as nossas Tradições não se apaguem e nem sejam esquecidas. Adupé Grupo de Estudos Braulio Goffman! Agradeço imensamente a presença de todos.

 

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PALESTRA GUNFAREMIM

ESTÃO TODOS CONVIDADOS!

 



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RELIGIÃO – ÁRVORES SAGRADAS RESISTEM À DESTRUIÇÃO

RELATO HISTÓRICO PRIMOROSO. VALE MUITO A PENA LER!

RELIGIÃO – ÁRVORES SAGRADAS RESISTEM À DESTRUIÇÃO

A Tarde , quarta-feira, 31 de janeiro de 1979

Texto de Reynivaldo Brito
Fotos Louriel Barbosa

 

Na foto a árvore sagrada no Terreiro da Casa Branca,na Vasco da Gama. Há diversas árvores sagradas, segundo o ritual do candomblé.

Arredios ao comportamento místico do povo baiano, engenheiros e arquitetos responsáveis pela abertura de avenidas nos vales de Salvador estão destruindo um patrimônio de grande significado para os descendentes dos africanos, e mesmo para todas àquelas pessoas ligadas ao candomblé. São as árvores sagradas que vieram da África e que representam verdadeiros templos, onde são feitas obrigações da seita. Elas somavam quase duas centenas e, hoje, poucas conseguiram sobreviver.Como afirma o ogã do candomblé do Bogum, Jehová de Carvalho , “assistimos , impotentes e indefesos, a esta profanação. São os babalaôs , yalorixás, obomins, okedes, ogãs e obas que mais sofrem com a dilapidação desses elementos importantes e integrados a nosso culto. Cada árvore sagrada desta tem uma história e muitas chegaram até à Bahia trazidas com muita fé e assim cresceram, e debaixo de suas copas foram feitas e depositadas, no decorrer dos anos, preces e outras formas de manifestação do candomblé.”
Na foto ao lado fita branca amarrada em seu tronco,a árvore do Terreiro de Menininha do Gantois

 

Somente na Avenida Mário Leal Ferreira, mais conhecida como a Avenida Bonocô em homenagem a um candomblé que funcionava nas imediações, foram derrubadas mais de dez árvores sagradas. Existiam, ali, dez terreiros de candomblés das nações Ketu e Angola, que tiveram que sair devido à presença dos tratores e caçambas na época da construção da referida avenida. Ali viviam muitas árvores de looku, as conhecidas gameleiras nativas que dominavam a paisagem dos morros e vales, hoje transformados em cortes que mais parecem chagas feitas na terra pelas navalhas dos tratores . Dessas restaram, apenas, a do condomblé da yalorixá Emília, na Baixa da Torre, à beira do Bonocô , e a do babalorixá Walter, que cumpria suas obrigações para Oxalufã.

 

Na foto ao lado fita branca amarrada em seu tronco,a árvore do Terreiro de Menininha do Gantois

 

ACIDENTES
Contam os freqüentadores do terreiros baianos que muitos acidentes ocorreram e continuarão a ocorrer todas às vezes que essas árvores forem destruídas.Vários operários da prefeitura de Salvador chegaram a recusar-se a derruba-las, e os jovens engenheiros, alheios à mística de seus subordinados , quase sempre os puniam. Mas, eles mantinham o firme propósito e não cortavam as árvores, porque acreditavam que estariam destruindo um bem sagrado. Porém, outros, desconhecendo talvez o valor espiritual daquelas árvores, apressaram-se em executar as ordens dos engenheiros e alguns sofreram acidentes.

 

Conta a yalorixá Yeneci, do candomblé de Angola, localizado no Alto da Torre, no bairro de Brotas, que conheceu três deles que foram castigados quando deram início ao corte da árvore de Looku , que existia na ladeira da rua Machado de Assis, a poucos metros da Bonocô. Um deles morreu devido a corte da perna provocado por uma serra elétrica, e dois sofreram ferimentos sem muita gravidade.
Na foto a árvore sagrada no Terreiro da Casa Branca,na Vasco da Gama. Há diversas árvores sagradas, segundo o ritual do candomblé.
BOGUM

Na foto ao lado fita branca amarrada em seu tronco,a árvore do Terreiro de Menininha do Gantois

Lebram os mais velhos integrantes do candomblé do Bogum que os antigos gêges , vindo do atual Dahomé, residiam nos baixios, em palhoças afastadas da casa principal do terreiro.Era uma comunidade isolada, que ocupava o atual bairro do Engenho Velho da Federação. Cada orixá tinha sua árvore, mas a de Azanná Odô era a mais alta e ali foram feitas centenas de obrigações.

Informa o ogã Jehová de Carvalho que, no sincretismo religioso, esta árvore representava o componente branco do trio dos reis magos que foram à manjedoura de Belém levar suas oferendas ao Cristo recém nascido. Por isto, todos os anos, no dia 6 de janeiro – Dia de reis – eram feitas muitas obrigações.Mas, para surpresa de todos, a velha árvore poderá sobreviver porque do seu tronco caído estão surgindo alguns brotos. Os mesmo aconteceu com a árvore sagrada do terreiro de Mãe Menininha do Gantois, onde do centro de seu tronco, também destruído, nasceu outra árvore que tem uma estranha formação, lembrado uma criança nascendo e, do outro lado, a cara de um tigre.
Na foto ao lado fita branca amarrada em seu tronco,a árvore do Terreiro de Menininha do Gantois

Em todos os candomblés de Salvador existem árvore sagradas, que representam verdadeiros templos. Quando esteve na África , o professor Estácio de Lima, antropólogo baiano, constatou a relação entre essas árvores existentes na Bahia com as do Continente Negro, onde algumas são utilizadas até como urnas mortuárias em determinadas tribos.

PLÁGIO É CRIME! CITE SUAS FONTES

TEXTO E FOTOS EXTRAÍDOS DO SITE: http://reynivaldobrito.blogspot.com.br/2010/08/arvores-sagradas-resistem-destruicao.html

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FOLHAS ENCANTADAS

Publicado em 17 de mai de 2016
Participação: Mãe Stella Oxossi, Obá Terê, Iyá Lanã, Ogúm Eyindê, Doudou Rose Thioune.
Direção: Antonello Veneri e Stefano Barbi.
Roteiro: Graziela Domini Peixoto (Iyá Iberê).
Produção: Alessandra Caramori.
Fotografia: Antonello Veneri.
Montagem: Stefano Barbi Cinti.
Som: Diego Orrico.
Locução: Graziela Domini Peixoto (Iyá Iberê) e Maria Regina Moura Dórea.
Música: Doudou Rose Thioune.
Designer Gráfico: Rose Carvalho.

Agradecimentos ao Ministério da Cultura, à CAPES e à Universidade Federal de Pernambuco pelo Edital Afro-Brasileiro.

 

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FOLHAS E REZAS II- O SANGUE DE OSSANHA

Publicado em 29 de jun de 2015
‘Folhas e Rezas II – O Sangue de Ossanha’ / Documentário da Cia BELUNA de Arte

O segundo vídeo da série documental ‘Folhas e Rezas’, explora a liturgia das ervas sobre a ótica do candomblé, com foco nos banhos sagrados. Para isso a equipe BELUNA visitou e entrevistou o terreiro do Pai Dari, que não só falou sobre o tema como proporcionou uma vivência aos presentes, numa bela festa no barracão…

SOBRE A SÉRIE DOCUMENTAL…

A ideia é explora a liturgia das ervas, tão presente ainda hoje no dia a dia de nossas cidades e lugarejos . A documentação deste processo em imagens, por cada uma de suas futuras etapas, tem o propósito claro de conservação, mas também pretende levar ao público, numa concepção arrojada, informações sobre estes ritos que fazem parte da identidade do brasileiro e devem permanecer vivos ao longo dos tempos.

CURRÍCULO
Lançado em 2011, em evento solene, na sala Walter da Silveira, biblioteca central, Salvador-Ba. O evento contou com realização de mesa redonda que discutiu o uso das ervas na cultura popular e na medicina homeopática.

FICHA
Roteiro e Concepção: Alec Saramago
Direção: Natan Duarte
Realização: Cia BELUNA de Arte

 

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O VERDE NO CANDOMBLÉ- JOSÉ FLAVIO PESSOA DE BARROS

SEGUEM ALGUNS VÍDEOS QUE SÃO IMPORTANTES REGISTROS DO CULTO A OSSAYIN E DAS FOLHAS. PEQUENOS FRAGMENTOS DE UM TEMPO EM QUE O RESPEITO AO CONHECIMENTO DE NOSSOS ANCESTRAIS ERA LEVADO A SÉRIO.. UM DELES REALIZADO POR MEU SAUDOSO PAI, FLÁVIO DE OGUIAN.. AFINAL: KO SÍ EWE, KO SÍ ORISÁ!

O VERDE NO CANDOMBLÉ
Publicado em 26 de dez de 2014

Uma homenagem singela às religiões de origem africana.
Um pouco das plantas, dos cânticos, das danças.

Depoimento de Hélcio Soares dos Santos – Olossãe.

Coleta de folhas: Rubens de Oliveira – Tatá Mesu Ku Nzambe.

Cantos e toques Nagô: Nile Ashe Obaluaye.

Cantos e toques Angola: Ilê de Ozoane da Gebi da Roméia.

Cantos de Ossãe Jeje-Nagô: Lucinha de Oxum.

Locução: Angélica Carvalho.
Edição: Luiz Souza.

Direção: Luiz Fernando Sarmento, José Flávio Pessoa de Barros & Raul Lody.

Realizado em1990.
No total, aproximadamente 20 minutos.

 

 

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LÉSÈ ÒRÌSÀ..

 

Raízes de Iroko- Cachoeiras de Macacú (RJ)

Orisá ajebè oní o

Ae ae ae

Ajebè lésè òrìsà

 

Ògún ajebè oní o

Ae ae ae

Ajebè lésè òrìsà

 

Òsóòsì ajebè oní o

Ae ae ae

Ajebè lésè òrìsà

 

Òsànyìn ajebè oní o

Ae ae ae

Ajebè lésè òrìsà

 

Iroko ajebè oní o

Ae ae ae

Ajebè lésè òrìsà


(Suplicamos e pedimos a orixá, Suplicamos aos pés do orixá)

A tí me prostarei.. Sempre!

 

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Candomblé e Meio Ambiente (REPOSTAGEM-29/09/2009)

Com o crescimento da nossa religião e o surgimento de novas casas de candomblé e umbanda a utilização das áreas verdes remanescente se reflete muitas vezes em um problema ambiental, o dilema está em como continuar utilizando esses espaços sem aumentar ainda mais a sua degradação.

Nessa hora devemos recorrer ao conhecimento deixado por nossos mais velhos, e também ao bom censo. Antes de sair de sua casa se pergunte: Será que essa oferenda não pode ser depositada junto ao igbá do orixá que se quer agradar, no próprio Ilé Asé? Alguns filhos ou clientes podem não possuir um assentamento individual, nesse momento deve-se relembrar o conceito que os nossos ancestrais africanos tinham de EGBÉ, ou seja comunidade. Para eles a energia era entendida de forma coletiva, ou seja “um por todos e todos por um”. Exemplificando, quando o Ogun da casa (do Egbé) era cultuado o axé desse orixá seria dividido para todos os membros da comunidade.

Esse conceito é bem interessante, uma vez que diminui os custos financeiros e ambientais, e consequentemente a quantidade de resíduos produzidos é bem menor. Por outro lado o asé, quando compartilhado, tende a ser bem maior pois a união nos torna muito mais fortes.
Caso Ifá (o jogo) determine que a oferenda PRECISA ser levada para fora do Ilé Asé devemos tomar os cuidados necessários para que ao final da obrigação o meio ambiente esteja o mínimo degrado possível. Assim evite deixar garrafas, copos e vasilhas. Esú adora um otin (bebida), entretanto a garrafa não precisa permanecer no local. Osun adora espelhos e pentes, mas será que ela iria ficar feliz em ver o seu rio todo poluído, com os seus peixes morrendo contaminados? PENSE e REFLITA! Os elementos utilizados nos ebós sempre (ou quase sempre) poderão ser substituídos por outros menos impactantes ao meio ambiente.

 

Podemos fazer muito para contribuir com a preservação do Meio Ambiente, mesmo em atitudes muito simples, como cultivo de algumas plantas em nossa casa. Tradicionalmente algumas ervas só podem ser retiradas para o culto, quando as mesmas crescem espontaneamente. Entretanto nada impede que você tenha um pé de odundun (folha da costa), um peregún(pau-dágua) ou um igi opé (dendezeiro). Dentro desse aspecto é importantíssimo que preservemos as nossas árvores sagradas dentro de nossas casas de culto. São elas que servirão de morada para diversos espíritos (iwin e abikú), assim como orixás (Apaoká Iroko) e Voduns (Atin sá). Quando uma planta cresce ela retira gás carbônico da atmosfera, isso reduz o aquecimento do planeta. Vamos plantar mais árvores, principalmente as nativas da nossa região. Toda folha tem uma aplicação, todas elas têm um(a) dono(a), é só descobrir. ERÚ EJÉ! ASSA!

Omi ro ara wa ara wa omi ro..

TEXTO ESCRITO POR JONATAS GUNFAREMIM (PLÁGIO É CRIME-CITE A REFERÊNCIA)

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Nete Bekü -A MÃE DA MATA

“Senhora do Verde, Senhora da Magia
Venha trazer sua sabedoria, com os elementais verdes
Abençoada seja, Senhora da Magia!”

 

Senhora do Verde, é a Deusa portadora da sabedoria do reino vegetal. Se conecta com Ela quando se precisa do poder de cura do verde ou quando se deseja obter sucesso nas plantações ou conhecimentos de herbologia. Invocar Nete Bekü, que superou a cegueira, para transpor os obstáculos que não deixam ver claramente. Deusa dos vegetais, Nete Bekü também é Senhora da Visão e Criadora, porque formou seu povo de uma cabaça e abelhas.


Mito
Nete Bekü era uma mulher cega. Houve uma inundação e alagou tudo, a água carregou também Nete Bekü, que não teve como escapar. Quando estava sendo arrastada, ela conseguiu subir em um tronco bem grosso e esperou as águas baixarem. Mas a terra continuava toda molhada e não havia onde andar. Sozinha, ela chorou muito, todos os seus parentes haviam morrido. Enquanto isso, juntavam muitas abelhas em volta da mulher. Ela achou duas cabaças, furou, botou as abelhas dentro e tapou. Depois de uma semana, ela espocou a cabaça e dela saíram dois meninos. Ela os amamentou, e eles foram crescendo. Um dia, acharam um pé de mudubim e trouxeram para a mãe, perguntando o que era. Ela disse que aquilo podia ser comido e devia ser plantado. Depois, trouxeram outra folha, e ela identificou a macaxeira. Depois, foi a vez do milho. E assim foi, até que ela transmitiu o que sabia sobre o uso dos vegetais aos Kaninawás.

 

 

 

 

Amendoim, de nome indígena mudubim ou Mondubim (Arachis hypogaea L)

 

maka'xera, mandioca ou aipim (Manihot esculenta, Manihot palmata)

Milho (Zea mays)

 

Fonte: Deusas Brasileiras – Mavesper Cy Ceridwen

http://cantinhodosdeuses.blogspot.com.br/2011/05/deusa-nete-beku.html

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IYÁ OMÍ IMÓLÈ

Iyá Omi Imólè n’ile (ní ewe) awo

Iyá Omi Imólè aseke b’ewe

Iyá Omi Imólè n’ile (ní ewe) awo

Iyá Omi Imólè aseke omo

Oju odo aseke oju orò

Osibata oro oloke omi

Iyá Omi Imólè aseke omo

 

“A mãe dos espíritos das águas tem folhas para o culto,

A mãe dos espíritos das águas preparou uma grossa sopa de folhas

A mãe dos espíritos das águas tem folhas para o culto,

A mãe dos espíritos das águas preparou uma grossa sopa para os seus filhos

Dentro d‘água preparou a sopa com ojú odo (aguapé), ojú oro (alface-d’água) e osibatá (flor-de-lótus),

Senhora das águas altas (cachoeiras), Senhora das águas da vida preparou uma grossa sopa de folhas para os seus filhos”

 

 

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É A RAIZ QUE SEGURA O TRONCO… IYÁ NITINHA DE OXUM

 

Mãe Nitinha de Oxum

Areonithe da Conceição Chagas, Ìyá Nitinha de Òṣun, nasceu no dia 12 de setembro de 1928, em Santo amaro de Ipitanga, na Bahia.

Filha de Izidora com um espanhol foi criada por Maria da Natividade Pereira, mais conhecida como “Cotinha”, Ògúnjobì, filha de santo da Casa Branca, mais precisamente do terceiro barco de Ìyá Massi, Oìnfunkẹ̀.

Aos quatro anos de idade, Ìyá Nitinha foi iniciada para Òṣun, por Ìyá Massi. Aos quatorze anos casou-se com um filho de Ògún do Jeje de Cachoeira – BA, conhecido como “Seu Benzinho”. Ele era Oluwò, ou seja, jogava os búzios para a Casa Branca, além de outras casas importantes. Desta União nasceram dois filhos, ambos Ogà da Casa Branca: Areelson (Ogà Léo) e Arehigino (Ogà Gininho), confirmados por Ìyá Massi.

Durante esta união Ìyá Nitinha galgou conhecimento sobre a nação Jeje, pois Seu Benzinho era um grande e respeitado Olùwò.
Tempos depois, ela passou a trabalhar nas profissões nas quais era formada, a saber, parteira e professora primária, na Comunidade do Portão – BA.

Mais tarde, um terceiro filho, Antônio Luís (Ogà Julinho).
No Ilê Aṣè Ìyá Nassô Oká – Casa Branca, recebeu os postos de Iyatebeṣé, Ojúodé e Ìyákekeré. Também recebeu o posto de Ìyágà no Ilê Agboulá no bairro das Amoreiras em Itaparica – BA, sendo o maior posto dado a uma mulher no culto de Bàbá Egùn.

Fundou sua primeira casa de Candomblé em 1960, no Município de Santo Amaro do Ipitanga em Pitangueiras – BA.

E assim Ìyá Nitinha não parou e em 23 de abril de 1972 fundou a Sociedade Nossa Senhora das Candeias (Aṣè Ìyá Nassô Oká Ilê Òṣun – Sociedade Nossa Senhora das Candeias) na Cidade de Nova Iguaçu – RJ, mais precisamente no bairro de Miguel Couto, na Baixada Fluminense.

Neste foram iniciados mais de 500 filhos de santo, Ogà e Ekèje.
Sempre correta em suas atitudes e dedicada aos seus trabalhos como Ìyáloriṣá, Ìyá Nitinha era um exemplo de respeito e cumplicidade para com os Òrìṣà, aos quais dedicou toda a sua vida.

 

Iyá Nitinha de Oxum, Iyalorixá da Casa Nossa Senhora das Candeias

Por mais que os galhos cresçam, o tronco sempre será maior, e quem sustenta o tronco é a raiz”.

Mestre Ataliba

 

 

 

 

Mãe Nitinha, da Bahia, é condecorada pelo presidente Lula com a Ordem do Rio Branco (Brasília, DF, Palácio do Itamaraty, 02/05/2007) Foto: Ricardo Stuckert/PR

Conheceu o Presidente Lula no Rio de Janeiro há dez anos e depois, em 2005, foi convidada pelo próprio Presidente para fazer parte da Comitiva Religiosa que participaria do funeral do Papa João Paulo II. Ao ser perguntada sobre o atraso que a fez perder o voo, Ìyá dizia: “O santo mandou ficar”.

Em 2007 foi condecorada com a Comenda da Ordem do Rio Branco, também pelo Presidente Lula em Brasília, maior condecoração que um civil pode receber no Brasil.

Ìyá Nitinha era animada, exuberante e graciosa, mas também enérgica quando preciso. Conhecida nacional e internacionalmente, tinha filhos espalhados pelo Brasil, Argentina, França, Portugal, Itália, EUA dentre outros países. Conquistou sua fama por conta de seus conhecimentos e sapiência no Candomblé em suas diferentes Nações e também pela seriedade e leveza com que conduzia a religião e a Casa.

Ìyá Nitinha não era apenas um exemplo de Ìyáloriṣá, tinha poder nas decisões e a magia no olhar, foi incontestavelmente uma das maiores lideranças religiosas na Bahia e no Rio de Janeiro.

 

Dia 04 de fevereiro é uma data inesquecível para o Candomblé do Brasil e principalmente para os filhos e descendentes da Casa Branca do Engenho Velho. Veio a falecer no Hospital Evangélico, em Brotas, onde estava internada há 12 dias, vítima de insuficiência respiratória. Foi sepultada dia 05 de fevereiro 2008, às 14h, no Cemitério Jardim da Saudade, também em Salvador – Bahia.

No terreiro da Casa Branca iniciaram-se no dia seguinte os rituais de Ajèjè, que tem duração de vários dias. O Ajèjè em Miguel Couto teve início em 12 de março de 2008, sob a direção do Bàbálòrìṣà Air José, do Terreiro Pilão de Prata e Pai Valdemar Ogunssy do Ilê Axé Alarabedê.

Uma Ìyáloriṣá importante para a cultura brasileira e mais ainda para a religião do Candomblé.  Em 2009 teve a sucessão de Iya Nitinha pela Iya Débora de Oxum no Asé Iyá Nasso Oká Ilè Osum –  Sociedade Nossa Senhora das Candeias em Miguel Couto RJ.

Fontes: http://www.maenitinha.com.br/ (com alterações no yorubá).

https://www.facebook.com/candomblesemsegredos

 

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Mãe Stella de Oxóssi- “O que as folhas cantam (para quem canta folha)”

 

O livro

 

Fonte: http://mundoafro.atarde.uol.com.br/wp-content/uploads/2014/10/Mae-Stella-6-editada-300x261.jpg

O que as Folhas Cantam (para quem canta folha): O preconceito, sobre qualquer tema só pode ser minimizado através do conhecimento. É com este principal objetivo que Mãe Stella de Oxossi lança este livro revelando o saber filosófico e religioso do povo de candomblé.

A obra revela a sabedoria contida em mais de sessenta cânticos da língua yorubá, através da tradução para o português. O livro, que tem 272 páginas, é de fácil compreensão, pois além de conter ilustrações de todas as folhas, tem para cada uma delas o nome científico, popular e yorubá.

Osanyin é o orixá das plantas. As folhas, assim como toda natureza, têm para o candomblé uma importância fundamental, são fonte de ensinamento e de cura. Mãe Stella conta, através de cantos e mitos, sobre a beleza e a força do culto às folhas e o cotidiano do terreiro do Ilê Afonjá.

Fonte: http://g1.globo.com/bahia/noticia/2014/09/mae-stella-de-oxossi-lanca-livro-e-reinaugura-biblioteca-em-salvador.html

 

 

 

 

Iyá Stella de Oxossi/ Fonte: Fonte da foto: http://mundoafro.atarde.uol.com.br/wp-content/uploads/2014/10/Mae-Stella-6-editada-300x261.jpg

“Os rituais do candomblé são sempre envoltos em mistérios, porém nada é mais misterioso do que a própria vida.  Os véus que encobrem os mistérios vão sendo retirados gradativamente a depender da necessidade e da evolução da humanidade.

O livro o que as folhas cantam (para quem canta folha) revela a filosofia religiosa do ritual Sàsàn Yìn, o qual visa acordar o poder das folhas para que elas sirvam como remédio para o corpo, alma e espírito. Ele é composto por mais de sessenta cânticos na língua yorubá com suas respectivas traduções, além de vários mitos referentes aos orísa e plantas. A classificação científica de cada planta serve para que o leitor possa fazer substituições necessárias (e responsável), a depender da região que ele more. Visando facilitar ainda mais a compreensão do livro, existem três anexos através dos quais se pode identificar a correspondência entre o nome científico das plantas, seu nome na língua yorubá e a forma como é popularmente conhecida no terreiro Ilé Àse Opo Afonjá/Bahia. O vocabulário inserido no final do livro ajuda a despertar o interesse no estudo da língua yorubá, principalmente para adeptos do candomblé. Sem compreender o significado do que se fala e se canta fica muito mais difícil o aperfeiçoamento do indivíduo.

A Íyálorísa Mãe Stella de Òsósi inova sempre para estimular as pessoas a se renovarem constantemente.”

 

Editora: Ossos do Oficio

Participações: Maria Stella de Azevedo (autor), Graziela Domini Peixeto (autor), Adriana de Castro (revisor), Alessandra Paola Caramori (supervisor), Rose Vermelho (projeto gráfico), Rita Honotorico (coordenador), Cesário Francisco das Virgens (revisor) e Angela Maria Botelho Fonseca (revisor)

Edição: 1

Altura: 0 cm

Largura: 0 cm

Ano: 2014

ISBN: 9788568431009

Nº de Páginas: 272

 

[youtube]https://youtu.be/gesPXiq0MD4[/youtube]

 

 

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Ewe Àjé kòbàlé – Croton zambesicus

Está inserida na Família Botânica Euphorbiaceae e possui como sinonímia: syn. Croton amabilis Müell. Arg., Croton gratissimus Burch).

A espécie Croton zambesicus, conhecida em Iorubá como Ajekobale (ajeofole, ajeobale), é utilizada no Estado de Ekiti, Nigéria, no cuidado da saúde dentária e bucal. Ela também é utilizada associada a Cassia occidentalis (ewe ori esi) e Newbouldia leavis (akoko), fervidas para tratar doenças gastrointestinais e diarréia. As folhas de Croton zambesicus também são utilizadas tradicionalmente pela população do Benin, em forma de infusão, para tratar a hipertensão. Além disso, apresenta atividade anticoagulante, que associada com as propriedades vaso-relaxantes de alguns dos seus diterpenos pode revelar-se interessante para a prevenção de doenças cardiovasculares na medicina tradicional.

Muitas vezes ela costuma ser plantada  ao lado das casas, por causa da forte crença de que essa planta afastaria bruxaria e os maus espíritos. é antídoto contra a intoxicação alimentar e ataque espiritual.

Em alguns trabalhos de Ifá pode ser utilizada misturada com determinadas folhas e reduzidas a pó, que é esfregado em incisões na cabeça. Segundo alguns relatos, seriam 9 para o sexo masculino e 7 se o usuário for mulher. Esta mistura é considerada poderosa contra inimigos e qualquer forma de magia maligna. É interessante observar essa numerologia, uma vez que ela pode nos remeter a um conhecido itan, onde Ogun e Oyá travam uma batalha furiosa. Como resultado Ogun foi partido em sete (Meje) partes pela espada de Oyá, e Oyá foi dividida em nove (Mesan) partes pela espada de Ogun.

Ògún Mèje ou Mèjéjé é o senhor dos sete cantos (aldeias) de Ire (Ògún Mèjéjé lóòde Ire). Ìyá omo mésàn (Mãe dos Nove Filhos) ou Ìyá Mésàn Orun (Mãe dos Nove Oruns) que com o tempo passou a ser chamada Iyansan, Senhora dos Ventos e dos Raios, Deusa do Rio Niger.

Osameji diz o seguinte sobre esta folha de Ifa: “E ma r’ibi ba l’ara mi Agba eleye. Ko ma ni r’ibi ba l’ori Àjé kòbàlé”.. “Você não tem chance para pousar no meu corpo Anciã Proprietária do Pássaro. Você não tem chance para pousar no Àjé kòbàlé”.

Embora não seja uma planta amplamente utilizada nas casas de Candomblé é extremamente importante no culto de Ifá. Folha de proteção, que trás em seu nome o ofó. Que as Feiticeiras jamais consigam se empoleirar sobre nossas cabeças e que os inimigos não tenham força para nos fazer o mal. Axé!

TEXTO ESCRITO POR GUNFAREMIM

Ewe Àjé kòbàlé - Croton zambesicus

Ewe Àjé kòbàlé - Croton zambesicus

 

Ethnobotanical Survey of Plants Used in the Treatment of Haemorrhoids in South-Western Nigeria Mike O. Soladoye, Michael O. Adetayo, Emmanuel C. Chukwuma and Amusa N Adetunji. Annals of Biological Research, 1 (4) : 1-15, 2010.

Evaluation of antibacterial activity of some medicinal plants on common enteric food-borne pathogens A. O. Ajayi and T. A. Akintola. African Journal of Microbiology Research Vol. 4 (4), pp. 314-316, 2010.

TEXTO ESCRITO POR JONATAS GUNFAREMIM (PLÁGIO É CRIME-CITE A REFERÊNCIA)queima de 48

 

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PEREGUN ELEPE E OYEKU MEJI

Oyeku meji

Eji Ogbè é luz, Oyeku é escuro. Ele é a contração. É o mistério do desconhecido. Isso se refere a o fim de um ciclo. Muitas pessoas equivocadas surtam quando Oyeku é lançado, porque significa morte. Mas raramente significa morte física; e mesmo se isso acontecer, e daí? Em Ifa dizemos: “A Terra é o mercado, Orun é a casa. “Então, quem teria medo de ir para casa? A questão seria se estará advertindo de morte prematura. Em Ire (manifestação positiva), Oyeku traz uma bênção de Alaafia (paz). Em ibi (manifestação negativa), isso significaria um final prematuro de um ciclo.

Oyeku Meji, da contração de o yeye iku, significa espírito da “mãe da morte”. É uma referência à idéia de que nada no universo é criado ou destruído, é simplesmente transformado. Morte representa qualquer final do ciclo, por exemplo, o fim da pobreza, o fim de problemas de saúde, o fim de confusão, e o fim da solidão. Neste contexto morte é um positivo e também representa o final dos ciclos, por exemplo, o fim da infância, o fim da vida adulta, e finalmente, o fim desta vida como um trampolim para a próxima vida.

 

EjiOgbe e Oyeku Meji “deram à luz” para os restantes ODU Meji. Este relato nos mostra que Oyeku contém a resposta a qualquer mal (como a morte ou doença), que pode vir a Oyeku.

Quando Ifá adivinhou para 165 árvores, entre as árvores a palmeira e a árvore ayinre (Albizia sp.) ofereceram um frango. Desde então, quando um tornado se engraçava, a jovem palmeira logo declarava: “Eu fiz ebó para escapar do perigo”. As palmeiras não são afetadas por furacões porque elas fizeram ebó, e o perigo será sempre evitado.

Dracaena arborícola

ewe peregun (Dracaena fragrans) ewe awerepere (Spilanthes filicaulis) ewe apasa apese (desconhecida) ose dudu (sabão-da-costa).

“Secar ao sol, peneirar e desenhar o primeiro de quatro odu e Orangun Meji. Misture com sabão preto e lavar.”

 

Igi pepepe, igi pasepase,

o ni oun ni won n pe ni peregun

peregun elepe pepe fun mi nigba yii o

peregun elepe awere pepe

ifa ni o pelepe fun wa awerepere

Ewe Peregun- Dracaena fragrans

A árvore mata maldições

a árvore mata todos os malefícios.

Ele disse que é o que eles chamam Peregun.

Peregun, o Mestre das maldições

me ajude a destruir todas as maldições na minha vida, peregun, mestre de maldições,

Awure pepe ifa vai matar a pessoa que diz a maldição..

 

 

Spilanthes filicaulis (awerepepe) Fonte: http://www.medicinalplantsinnigeria.com

 

FRAGMENTO EXTRAÍDO DE OYEKU MEJI. LEIA MAIS EM: http://www.awofategbe.com/uploads/8/3/3/9/8339831/oyeku_meji.pdf

 

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Egbomi Cidália de Iroko

Parte do iroco do Instituto Médico Legal Nina Rodrigues (IML - Salvador-Bahia), caiu hoje (05/07/2016). Todos os anos esse mesmo iroco era homenageado pela Ebomi Cidália. FOTO: Barabô Editora

 

 

ERÓ IROKO IZÔ,

ERÓ IROKO SILE..

 

“Ebomi Cidália Soledade foi uma religiosa do Candomblé. Foi iniciada ainda criança, sendo consagrada como filha de Iroko, um orixá raro na nação de que ela faz parte: Ketu. Era filha de santo de Mãe Menininha do Gantóis, a quem tinha um imenso carinho e respeito. Seu jeito fácil, engraçado e direto de falar do Candomblé e seus ancestrais, fazia com que as pessoas tivessem ainda mais prazer em escutá-la.”

 

Egbomi Cidália de Iroko

“Ebomi Cidália foi consagrada ao orixá Iroko, logo aos 7 anos de idade por Mãe Menininha. Faleceu em março de 2012, após uma longa trajetória dedicada à manutenção e divulgação das tradições culturais e religiosas da religião, tendo atuado em diversos espaços como Conselho de Desenvolvimento da Comunidade Negra (CDCN) e em palestras, seminários e ambientes acadêmicos.”

 

Kini Iroko nso Ęró ni Iroko nso Ęró…

 

Egbomi Cidália de Iroko

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